segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sonhos. [parte 1 de 2: o sonho]


Um dos oráculos mais antigos que existe refere-se à interpretação das cenas obtidas em sonhos. Tomados como referenciais e fala dos Deuses, os sonhos eram guiados para o cotidiano através da interpretação de sacerdotes e, mais tarde (bem mais tarde), por psicólogos, encabeçados por Freud.
Mas o processo de decodificação dos sonhos não é sempre fácil e não existe fórmula pronta para ele. 
Recentemente, vivenciei uma situação fantástica de interpretação de sonhos. Foi gratificante decodificar a mensagem e verificar sua veracidade, aprendendo com o seu potencial simbólico.
Como exercício, descrevo o sonho nessa postagem. Sinta-se à vontade para interpretá-lo. Semana que vem, posto o que realmente significou - e o que aconteceu.

Estava conversando com três pessoas, entre ciganos e mendigos, na frente da casa de uma senhora. Ela saiu na varanda e pediu que fôssemos embora, pois seu filho estava estudando para passar em um concurso muito importante para ele e nossa conversa o estava incomodando.
"Ele não vai passar", pensei. Mas não disse nada. 
Saí dali e entrei em uma mercearia. Em suas vitrines, doces feitos por pessoas com deficiências físicas. Normalmente eram comprados por pessoas que sentiam pena daqueles que os faziam. Eles não eram bons. Mas o de um deles, em especial [cujo nome foi dito no sonho e eu esqueci], eram magníficos. Eu vi um pote, de uns 300g, com um doce de leite com ganache colocado cuidadosamente no copo com bico de pitanga grosso, coberto por granulado de chocolate. Lindo de ver. E o rapaz tinha uma deficiência séria no braço direito. Mas o que ele fazia não dizia respeito ao limite que ele tinha. 
Segui em frente, passei pelo balcão e entrei em um corredor com apartamentos em ambos os lados. Ao final do corredor, uma vizinha minha [do mundo de cá] estava revoltada porque um casal havia queimado dinheiro em um ritual de macumba [sic]. Eu disse a ela que queimar dinheiro em um ritual era o mesmo que pagar o dízimo na igreja que ela seguia.
E depois pensei "não, mas não é só isso. Desfazer-se de algo precioso gera poder para realizar o que é necessário."

E então eu acordei.

Esteja à vontade para opinar a respeito. Semana que vem, o resultado.

Abraços a todos.

4 comentários:

  1. Estou louca para o próximo post!
    Abraço!

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  2. Eu raramente lembro o que sonho, a não ser que o conteúdo seja muito importante, como vc sabe, nossa vida espiritual fora do corpo é rica, é uma experiência que de vez em quando "vaza" para a vida material.

    Arrisco uma interpretação do meu jeito, em dois sentidos: o primeiro, diz respeito a aprendermos o controle das nossas interferências na vida alheia. Você diz que pensou no sonho que o moço não iria passar no concurso, mas teve o controle de não o dizer, evitando assim criar uma situação potencialmente negativa para a mãe e para o moço tb, ao mesmo tempo que não materializou a afirmação, diminuindo a meu ver as chances de que esse pensamento se transforme em realidade. Isso não quer dizer, pelo menos para mim, que esse pensamento não tenha algum reflexo real na vida das pessoas envolvidas ali naquela situação.

    O segundo sentido, no caso da observação dos doces e da pessoa que o faz, é o da transcendência, bem demonstrada por Jesus na passagem da figueira seca. Fazer o mínimo não serve, não é o suficiente, isso todo mundo faz. Precisamos transcender, ultrapassar os limites, fazer além e mais, isso significa um esforço maior mas tb uma recompensa maior. No caso do rapaz do doce, ele transcendeu a própria condição e transformou a realidade limitante em algo maior. Pra mim, fica o exemplo e o lembrete de que é possível e necessário que a gente faça esse esforço.

    Na última situação, duas coisas me ocorrem, sendo a primeira um alerta para o preconceito sobre religiões, sejam quais forem, tanto a "macumba" quanto a igreja. Cada um tem a sua, cada um crê de uma forma, aceitar é importante, respeitar é fundamental.

    A segunda coisa é com relação ao desapego, se gera poder, eu não sei, mas dá a perspectiva que precisamos para viver melhor, sem tantas amarras.

    Nossos sonhos são também espelhos onde podemos nos ver e encontrar os pontos que precisamos melhorar.

    Obrigada por sua presença e volto depois para o segundo capítulo =)

    beijão

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  3. Tb tô curiosa para o próximo post. Eu tb costumo sonhar bem real (leia-se sonhos gigantes e coloridos) e sempre tento interpretá-los. Normalmente eu acho que só quem os teve que pode compreendê-los adequadamente. Mas, vou arriscar:

    Primeira parte: Vc achou que a mãe do estudante estava se iludindo.Com o seu barulho ou sem, vc não tinha fé na determinação dele em ser aprovado. Provavelmente ela tb, Tanto que já tava arrumando o pretexto para o fracasso dele...

    Parte 2: Você acredita na superação e também na caridade. As pessoas compravam para ajudar não pq eram gostosos os doces. Além disso, você sente que pode ser surpreendido só "julgando" à primeira vista (quem via o doce não imaginava quem tinha feito).

    Parte 3: Desapego material pode trazer recompensas em outras áreas (outros tipos de realizações). Num primeiro momento vc comparou queimar $ com dízimo, mas em seguida reconsiderou e já saiu aprendendo uma lição, que para vc não deveria adiantar ensinar a vizinha pq não deve estar no tempo dela entender isso...

    Coincidências nas três partes: Não se apresse em tirar conclusões, não se leve pelos olhos apenas...

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Quando um monólogo se torna diálogo...