quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Blogagem Coletiva Petit Lenormand: 13. Vânia Maria e a Criança.


Olá pessoal. Além de brindar-nos com textos magníficos, sempre conto com as Blogagens Coletivas para fazer novos amigos. Esse é o caso da Vânia, a autora do Newspaper Lenormand. Não me estendo em palavras, mas me estendo em agradecimentos por sua disponibilidade de estar aqui conosco. Deleitem-se.


Chamo-me Vânia, sou portuguesa, tenho 27 anos, há mais de dois anos conheci o Petit Lenormand e comecei a estudá-lo, recentemente criei a minha própria versão deste baralho, à qual chamei de Newspaper Lenormand, para conhecer melhor este baralho pode visitar a página do facebook ou o site.



Na carta n.º 13, a criança do French Cartomancy da editora Lo Scarabeo, podemos ver uma criança brincando na rua com um arco. Nos dias de hoje cada vez é menos comum ver crianças brincando na rua, numa sociedade caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico e pelo uso da internet, o brincar na rua é algo que se tem vindo a perder e talvez a imagem de uma criança em frente a um computador fosse uma representação mais fiel da nossa realidade actual, com todas as mudanças e questionamento que isso poderia implicar no seu simbolismo. 
Jogo de Cartas da Afamada Cartomante Lenormand de Paris

De qualquer das formas é brincando que a criança cresce de forma equilibrada, que desenvolve as suas capacidades, que estabelece laços e relações com outras crianças.
A carta da criança é a representação de algo pequeno em crescimento, algo que necessita de cuidado, protecção e atenção para que possa prosperar, pode inclusive estar literalmente a falar de uma criança, um filho, alguém mais novo. Algo que não nos podemos esquecer é que é necessário educar as crianças, para que se tornem adultos conscientes e responsáveis, mas sem castrar nem limitar de forma negativa o seu potencial e desenvolvimento. 

Het Lenormand Spel

Criança não tem maldade é inocente e curiosa, está pronta para aprender e absorve tudo o que a rodeia, encanta-se com o novo, maravilhando-se com facilidade.
Criança brinca, sorri, vive a vida com leveza, com entrega, sem preocupação ou desconfiança. Para mim a criança no Petit Lenormand representa tudo isso.
Enquanto adultos nunca nos devemos esquecer da criança que um dia fomos, dessa criança que ainda temos cá dentro e que nos permite brincar com a vida, não levando tudo tão a sério, buscando aquilo que realmente gostamos e que nos traz alegria, esse é um dos conselhos que essa carta nos pode dar, o de encarar as coisas com mais leveza e confiança, aceitando o novo, vivendo o presente. 

Newspaper Lenormand

Mas como em todas as cartas, esta também sofre a influência das cartas que a rodeiam e se acompanhada, por exemplo da carta da raposa, talvez nos esteja a aconselhar a não sermos ingénuos pois poderá haver alguém com segundas intenções que nos quer passar a perna. 
No seu aspecto menos positivo esta carta poderá estar a falar de infantilidade, de uma pessoa que não se comporta de forma adulta, que é imatura, fazendo birra, amuando quando não tem o que quer, quando as coisas não correm à sua vontade.

 Escultura " Aro" do artista Ivan Cruz

Por agora termino citando o artista plástico brasileiro Ivan Cruz “A criança que não brinca não é feliz, ao adulto que quando criança não brincou, falta-lhe um pedaço no coração”.
Para quem não conhece este artista, o mesmo desenvolveu um projecto muito interessante chamado “Brincadeiras de Criança”, do qual fazem parte um conjunto de telas e esculturas que nos transportam para um mundo preenchido por crianças brincando diversos jogos de forma lúdica e saudável, convido a que conheçam este projecto quem sabe não encontram a vossa criança brincando por lá…

4 comentários:

  1. Vânia,
    Agradeço-lhe o texto sobre a carta 13 e a indicação do “Brincadeiras de Criança”.
    Lembrando e curtindo as brincadeiras pintadas no site.
    Vou visitar lá.

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  2. Belo texto, um Arcano pequeno mas de energia grande.Quem é feliz é porque sabe o que é ter uma energia infantil na alma.

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  3. linda matéria!
    e obrigado pelo carinho com meu pai e sua obra!
    até breve e sempre a disposição!
    fique com Deus
    ludmila e ivan cruz

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Quando um monólogo se torna diálogo...