domingo, 28 de julho de 2013

III Fórum Nacional de Tarô em Belo Horizonte.


Olá pessoal. Ainda reflexivo sobre as decorrências da III Confraria Brasileira de Tarot, com muito carinho os convido para o III Fórum Nacional de Tarô, no qual estarei integrando a mesa III: O que um tarólogo pensa ou sente durante uma consulta? Quais seus receios e objetivos durante a revelação oracular? O que ele deseja do futuro profissional? (sim, eu também pensei na recorrência numerológica).


Tendo por tema o futuro do tarô no Brasil, um grupo de peso de representantes da Tarologia em Minas Gerais refletirá sobre a teoria e a prática do oráculo à luz de suas próprias experiências compartilhadas.
Particularmente, estou feliz só pelo fato de reencontrar os queridos que conheci na Tarolândia, em maio. Foi um dos encontros mais felizes de que tive oportunidade de participar. Como bônus, conhecerei cartomantes que só conversei pela internet. Acho super importante isso: ouvir outras vozes, perceber outros contextos, questionar minha prática constantemente para termos novidades por aqui.
Estaremos reunidos dia dez de agosto, no Museu Inimá de Paula - um local onde tive fortes emoções. Terei a oportunidade de rever alguns quadros maravilhosos que me deixaram com os olhos marejados. 

O tema proposto para a Mesa que integro vai de encontro e mãos dadas às reflexões iniciadas e propostas para a Confraria. Estou muito empolgado e pensativo sobre os rumos que a tarologia, em particular, e a cartomancia, em geral, vem tomando no Brasil e no mundo, e teremos a oportunidade de percebermos outros olhares e visões em Belo Horizonte, brevemente.

Espero vocês lá!


Baixe a programação aqui.


sábado, 27 de julho de 2013

Confraria Brasileira de Tarot: um evento para recordar... e pensar.


Pessoal, eu precisei de um tempo para conseguir escrever sobre o evento. Foi intenso demais para escrever correndo apenas um agradecimento. Eu acompanho a Confraria Brasileira de Tarot desde o seu surgimento, estive na I e na II edições. Sempre saí com milhares de ideias que concretizaram-se em textos e conversas várias aqui no blog. Dessa vez, contudo, participei ativamente, representando a Cartomancia na Tarologia.
A Cartomancia é uma disciplina como qualquer outra disciplina das artes da imaginação. Se, por um lado, ela abarca a Tarologia, dado que o Tarô é um baralho, por outro temos um termo amplo demais para as possíveis atribuições diferenciadoras entre uma e outra forma de abordar o objeto do estudo. E, pensando nisso e na literatura pertinente à cartomancia no Brasil, propus a reflexão sobre a obviedade das cartas, a despeito da complexidade da imagem e da limitação dos livros.


Confesso que não foi fácil. Parecia um tema espinhoso demais para ser tratado como uma conversa. Mas todo o meu receio caiu por terra quando observei os diálogos possíveis com a palestra do Constantino K Riemma. Ali começou a minha identificação de que eu não estava sozinho num pensamento que me permeia há tempos: a tentativa de homogeneização do símbolo só é possível dada a globalização do símbolo. Se por um lado, isso nos traz a possibilidade de aproximarmo-nos do Outro com certa segurança, por outro lado varre a idiossincrasia, o mágico, o singular e o local para baixo do tapete – e eles passam a ser “errados”, por não se enquadrarem naquilo que deveria ser o “certo”.


Poderíamos colocar a responsabilidade no inconsciente coletivo. Certo. Mas as ideias que permeiam o mesmo conceito podem ser representadas por símbolos diferentes. Como se perguntássemos a um Viking e a um Xamã o que eles acham do lobo. Mesmo animal, visões diferentes, funções diferentes.
Pois bem, tive a oportunidade de esclarecer esses pontos na minha cabeça. Constantino, muito obrigado. 

Imagem captada pela Prem Mangla.
Quando a imagem suplanta a descrição.

Evidente que encontrei pessoas queridíssimas, algumas que não via há muito tempo, outras que qualquer tempo sempre é muito. E é sempre um aprendizado para mim. Uma lembrança. E um carinho. Do tamanho do sem tamanho.

Quatro Rainhas, dois naipes. 
Clau e Drika, Paus.
Nancy e Prem, Copas.

Nadir, Priscilla, Emanuel e Prem.

Márcia, Katharina, Drika, Emanuel e Vanessa.

Katharina e eu aplicando um beijaço na Drika <3 font="">

Kelma e Drika

Eu quis, desde o primeiro momento, ir à palestra da Kelma Mazziero. Foi estupenda (não poderia ser diferente, à propósito). Ao concatenar o trabalho com o Tarô com o trabalho com Florais (em especial os de Bach) à luz da mandala astrológica, eu tive aquela sensação gostosa que a gente tem diante de um quadro pré-rafaelita: “puxa! Eu sei o que você quer dizer!”

Priscilla Lhacer (ao centro), referência em obtenção de baralhos.
Você escolhe, ela consegue. 
E todos ficam felizes.

E adquiri um oráculo que tem sido uma porrada atrás da outra: Fiori di Bach, da Lo Scarabeo (na verdade, eu saí no meio da palestra, corri no estande da Priscilla Lhacer e voltei). Talvez, até que se familiarize com o sistema, seja a melhor forma, já que com baralhos eu estou em casa. Existe uma coisa na linguagem que transcende a forma como poderíamos julgar correta uma aproximação, e a essa coisa dá-se o nome de percepção.

Os librianos do Tarot.

Reencontrar a Pietra e o Edu é sempre mágico. É sempre feliz. Obrigado, pessoal, pelo carinho, mesmo. Esse ano, em especial, Sarah Helena e eu trocamos figurinhas importantes para o meu desenvolvimento pessoal. Obrigado, MESMO.


Claudia Mello deu um show de interconexão entre as cartas e as ervas. Eu tenho a oportunidade de conversar com a Clau com uma certa regularidade e, olha, sinceramente? Dê uma passadinha lá no Emporium VT. Você irá descortinar um mundo para sua própria realidade em portas aromáticas e herbáceas.




Pessoal, eu não vou falar muito sobre a minha palestra. Apenas agradeço aos participantes (Edy de Luca e Claudia Mello, obrigado, especialmente, a vocês). Como eu fiz um artigo antes de fazer a apresentação, deixei-o disponível para download, aqui. Aguardo seus comentários aqui nessa postagem. Concorda? Discorda? Não tem opinião formada? Deixe registrada sua impressão para mim!

Eu, Drika e o baralho. 
Amor, né?

Ah, e uma novidade Lo Scarabeo: eu escrevi os comentários à edição brasileira do French Cartomancy, e ele está em pré-venda! Entrem em contato com a Priscilla Lhacer e garanta já o seu! Em breve, posto maiores informações a respeito. Aguardem!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Confraria Brasileira de Tarot: EU VOU... palestrar!!!


Olá pessoal. Sei que estou sumido daqui do Conversas, e há uma explicação lógica para isso, risos. Estou preparando o texto para a Confraria Brasileira de Tarot - esse ano não só participarei, como palestrarei ao lado de tantos queridos, para tantos queridos!
A minha palestra, Lendo imagens como textos, tem a seguinte proposta:
A Cartomancia é um estudo alegórico, simbólico e metafórico cujo único limite é a capacidade de interconexão de dados do praticante. Cada carta possui um significado específico que a difere das demais que estão no mesmo baralho, ainda que, quando combinadas, possam mesclar e até mesmo alterar suas significações em função do contexto total.
Possuímos atualmente uma bibliografia razoavelmente extensa sobre significações e combinações mas, paradoxalmente, percebe-se que os textos produzidos para auxiliar na compreensão das imagens as estão suplantando. O objetivo dessa comunicação é apresentar características óbvias das cartas e a possibilidade de, a partir delas, construir novos significados para as mesmas cartas, tendo em vista a imagem e não a significação como prioridade.
Alguns questionamentos nortearam a construção da minha apresentação. Por quê escolher um baralho específico? Como as imagens nos afetam? Como podemos aprender a utilizar isso a nosso favor? E qual é o efeito que a leitura da bibliografia disponível pode causar em nós?
A ideia não é obter respostas (se elas vierem, eu ficarei feliz demais de convidá-las para um café). A ideia (inicial, pelo menos) é internalizar questões. Afinal de contas, Cartomancia é vivência... com consciência.
Aguardo vocês lá. E, até lá, fico com o coração acelerado.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Doze Meses com os Enamorados: Veet Pramad.


Eu sou fã do Veet Pramad. Acho a forma como ele expõe suas ideias muito clara, e gosto muito da forma como ele propõe que estudemos o Tarô Thoth. Diante da nossa blogagem sobre o Ano dos Enamorados, sigo eu, escolhendo Banderas, Arquitetura e Nestlé, e vamos nós ao texto. Com a palavra, Veet Pramad.


Na maioria dos tarots vemos um homem e uma mulher, O Imperador e a Imperatriz no Tarot de Crowley/Harris, representando o Princípio da Polaridade, criando o Universo e a Vida pela interação do masculino e o feminino em todos os níveis. Tradicionalmente esta carta é interpretada como uma escolha entre várias alternativas. Intérpretes mais moralistas falam da escolha entre o caminho do bem (virtude, certo) e o caminho do mal (pecado, errado). Sempre uma escolha entre coisas que estão lá fora: Brad Pitt ou Antonio Banderas, medicina ou arquitetura, Nestlé ou Coca-Cola. 
Essa carta mostra um casamento, só que é um casamento interno aqui você casa com você mesmo. Casar com você mesmo não significa fazer uma escolha entre dos caminhos; significa perceber e tomar o caminho de vida em que você é realmente fiel a você mesmo. Como falou Don Juan o xamã mexicano de Carlos Castaneda: “Tem um caminho que tem coração, todos os outros não vão a lugar nenhum”. Não se trata de uma elaboração mental: Qual será o caminho mais adequado, lógico e conveniente? Casar com você mesmo significa sair da mente para conectar-se com o que realmente vem de dentro, do inconsciente, deixando emergir as respostas para a pergunta: Qual é a vida que desejo ou anseio viver? Identificado esse impulso interno que vem com sua própria energia, entusiasmo e alegria, a mente até agora silenciosa pode encontrar a maneira mais adequada e conveniente de trilhar esse caminho. Assim integramos as polaridades consciente e inconsciente.
Casar com você mesmo significa entender que o homem e a mulher de sua vida estão dentro de você e não fora, são seus aspectos masculino e feminino. Só quando você entender isso vai parar de projetá-los (sempre projetamos e ficamos atraídos ou repelidos pelas pessoas que exteriorizam aspectos nossos que gostamos e nos sentimos incapazes de expressar ou aspectos que rejeitamos) e vai sair de relacionamentos de dependência e pelo tanto de sofrimento. Só então vai parar de tentar encaixar as pessoas de carne e osso que caminham pela rua no seu padrão mental (geralmente importado) do homem ou da mulher que a vai fazer feliz e, claro, pagar o preço correspondente, entrando em todas as exigências e manipulações correspondentes.  O que tenho que fazer para você me amar? Só então vai ver as pessoas como são e não como você gostaria que fossem. Quanto mais necessidade temos de alguma coisa essa necessidade mais distorce nossa visão. Queremos que chegue Sir Lancelot e acabamos saindo com Frankenstein acreditando que é Lancelot, até que caímos na real. Podemos ainda tentar durante anos que Frankenstein vire Lancelot, coisa impossível.
A média laranja está dentro. Aquele mito segundo o qual quando num passado remoto em que os humanos éramos hermafroditos, os deuses entediados, sem carnaval nem futebol, decidiram cortar-nos ao meio e decretaram que só seriamos felizes quando encontráramos a outra meia metade é uma armadilha sinistra, por mais que mantida pelos meios de comunicação e muitos tarólogos também. Quanto mais procuro lá fora a solução para minhas dificuldades mais me distancio de mim mesmo, e quanto mais me distancio de mim mesmo mais preciso de algo lá fora. Assim entro num círculo vicioso de decepções e sofrimentos que me pode levar até a loucura.  

Nota do editor: inevitável não lembrar dessa música e filme.

A outra meia metade (polaridade) está dentro, no fundo somo seres completos. Percebendo isso passamos a ver as pessoas como elas são e podemos nos relacionar com elas sem expectativas, curtindo aqueles aspectos delas que se sintonizam naturalmente conosco. 



O Arcano dos Amantes nos está dando a possibilidade de entender todo isso, neste 2013 que soma 6 ou em qualquer outro momento, e identificar a partir de aí o caminho de vida onde realmente somos  fiéis a nos mesmas e parar de correr atrás da “pessoa que me vai fazer feliz” (como cachorro que corre atrás de seu rabo e que só o atinge quando para de correr e se deita) e fazer-nos felizes a nós mesmos.  Atreva-se a sonhar, deixe a mente de lado, deixe o ego de lado, conecte-se com sua criança espontânea e deixe que ela expresse seus desejos em relação a todos assuntos que compõem a vida. Assim talvez consiga visualizar aquele único caminho que significa ser fiel a si mesmo.
Que tal fazer uma lista das coisas que gostaríamos receber de nosso “grande amor” e depois ver de todos esses itens quais podemos dar para nos mesmos?