Olá pessoal. Eu fiquei pensando no que escrever a respeito desse evento que, mais que intenso em termo de formação profissional, foi estupendo no meu desenvolvimento pessoal. É fundamental que saibamos quem somos, mas é tão importante quanto nos vermos nos olhos dos outros, para entendermos se estamos no caminho certo. Conforme dito na Mesa III (Profissão: O que um tarólogo pensa ou sente durante uma consulta? Quais seus receios e objetivos durante a revelação oracular? O que deseja do futuro profissional?) por Fernando Nobre, nos conhecemos através do outro. Você se conhece na relação com o outro. Então, bora conhecermo-nos como profissionais através da experiência de outros profissionais.
A Mesa I (Consulta: Podemos classificar uma consulta de tarô como adivinhação ou autoconhecimento? É possível o cliente mudar o destino com qualquer informação do tarô?) contou com a participação de Marcelo Martuchele, Yedda Paranhos, Profhelius Silva, Juliana Diniz e Ticiane Vilar, tendo por mediador Alexsander Lepletier.
Marcelo, Juliana e Ticiane são queridos de longa data, sempre um prazer estar com eles. Com muito bom humor e conhecimento de causa, expuseram suas experiências e estudos de caso. Inclusive, a Ticiane disse algo que me deixou pensando, e muito: “O Tarô desvenda as forças que nos motivacionam.” Um universo se descortina dessa frase. Algo muito semelhante ao que o Paulo Bahia disse, no mesmo contexto: “quando você faz a tiragem, é uma gravidez de possibilidades.”
Uma das mais gratas surpresas que tive nesse evento foi meu contato com Profhelius Silva. Dentro dos seus olhos tem uma savana. Ele tem olhos que já viram muita coisa. Que já percorreram muitas paisagens. Tive a honra e a oportunidade de conversar com ele um bocado. E conversaremos mais.
Essa, inclusive, é uma das coisas que mais vale a pena em qualquer evento de Tarô: o encontro de pessoas que serão fundamentais à nossa caminhada. Que se tornarão referências e amigos, cuja companhia transcenderá os eventos nos quais nos encontramos.
Como foi com a Dona Yedda Paranhos.
Conheci a Dona Yedda no Fórum Nacional do Tarô no Rio de Janeiro. Fiquei dois anos com uma frase dela na cabeça. Uma pequena conversa, um sussurro em meio à multidão. E esse Fórum me permitiu conviver um pouco mais com ela. Conversamos, almoçamos juntos, e eu aprendi muito. Não de teoria, mas de vida.
Conforme suas próprias palavras, “o Tarô é um processo incrível de autoanálise e autoconhecimento.” Tem momentos em que você “sabe que a carta é aquilo, mas naquele momento [da consulta], não é não. É fundamental aceitar a voz da intuição.”
“Com a idade, você se torna imediatista. O Tarô é imediatista; para fazer um mapa astrológico de qualidade são necessários muitos detalhes. O Tarô, por outro lado, pode ser jogado em qualquer circunstância.”
“Os astros inclinam, não determinam”. E isso vale para as cartas, também.
Nas palavras de D. Yedda, a Força Animal,
do Barbara Walker Tarot.
Obrigado, Tatiana. Obrigado mesmo.
Mas um dos momentos em que ela me deixou extremamente reflexivo foi quando disse como chama o Arcano XV. Força Animal. Complemento inseparável da Força Divina.
Profhelius demonstrou claramente a sua experiência de vida no caminho dos oráculos. Uma de suas frases mais impactantes foi “nem sempre é interessante ajudar o consulente. Depende do que ele quer.” Afinal de contas, “se o tarólogo não for bom sem as cartas, não será bom com elas, também.” Isso se deve, sobretudo, ao fato de que o know-how das cartas “deve ser maior que o conhecimento individual delas. A visão espacial do jogo é soberana à visão singular de cada carta.”
A Mesa II foi composta por mim, Giancarlo Schmid, Cyddo de Ignis (Alcides de Paula), Ilma Queiroga e Sávia Moraes, tendo como moderadora Vera Chrystina da Costa Santos. Dissertamos sobre o Ensino: por que tanta pluralidade na instrução do Tarô: cabala, numerologia, mitologia e simbologia? Tanto conhecimento ajuda ou atrapalha o profissional ou o estudante?
Particularmente, expus que o maior problema que vejo na utilização de ciências afins está no uso de baralhos que utilizam ciências afins. Se o baralho foi feito com aquele propósito, é uma anátema utilizá-lo deixando tais aspectos de lado. Escolher o baralho, a ferramenta, é fundamental para um bom uso.
O problema é que a palavra Tarô é utilizada para representar muita coisa junta, e por vezes até mesmo os profissionais se confundem na utilização. Existe o Tarô instrumento, que é o meio físico, o papel, a estrutura. Existe o Tarô imagem, que é a virtualidade da utilização da imagem – a imagem funciona mesmo não estando em um suporte físico. E existe o Tarô técnica, que é a habilidade do oraculista de se valer das cartas de Tarô por conhecimento de cada uma delas e de suas inter-relações, que prescinde inclusive de um baralho ou imagens: setenta e oito papeizinhos ou escolher um número de 1 a 22 já basta para que funcione.
Confundir as acepções entre uma coisa e outra é gerar ruído em meio a sinais.
Foi uma mesa muito harmônica, tivemos, mesmo entre diferenças de utilização, um consenso quanto ao ensino: é necessário que saibamos o que estamos fazendo para podermos oferecer algo. Sem pressa, mas com empenho sincero.
A Mesa III foi composta por Fernando Nobre, Cris do Tarot, Yub Miranda, Mari Senac e Beth Castro, tendo por mediadora Luciene Ferreira. Nessa Mesa foi abordada a Profissão: O que um tarólogo pensa ou sente durante uma consulta? Quais seus receios e objetivos durante a revelação oracular? O que deseja do futuro profissional? E nessa Mesa tivemos reflexões profundas sobre o know-how do Tarólogo. Afinal de contas, não há responsabilidade no que o consulente fará com a informação do oráculo, mas há plena responsabilidade naquilo que se diz.
No entremeio das palestras, tive a oportunidade de conversar com a minha querida Pietra di Chiaro Luna, e relembrar verdades que não foram esquecidas, mas foram deixadas em segundo plano. E tive, também, a oportunidade de conhecer muita gente bacana!!! Gente que segue comigo, que levo para mais que apenas um evento.
Como bem disse o Nei, a semente foi lançada. E vamos florescer com ela.
Gostaria, particularmente, de agradecer à COPAG do Brasil por ter cedido material para sortear no evento. Foi um prazer entregar material de tão grande qualidade às mãos de quem, de fato, usará com prazer.
Abraços a todos. E até breve.
E eu fui uma das privilegiadas de ganhar o presente da COPAG que farei bom uso com certeza! O Fórum foi um sucesso!
ResponderExcluirOi Beth! Que bom que você ganhou! Parabéns!
ExcluirFoi um prazer estar contigo mais uma vez!
Foi muito bom participar desse debate. Parabéns por sua apresentação e pelo belo texto.
ResponderExcluirLuciene, sem você esse Fórum nunca teria acontecido. Muito obrigado pela oportunidade e pelo carinho.
Excluirfoi muito bom participar deste fórum. O nível dos debates e da participação superou minhas expectativas. Parabéns por sua participação e pelo belo texto.
ResponderExcluirObrigado, Lu, pena não termos tido mais tempo para conversar, mas não nos faltarão oportunidades!
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