Uma das técnicas que venho desenvolvendo em minha prática na cartomancia, e que tem obtido resultados excelentes não só para mim, como para meus alunos, é a Carta Diagnóstico. Apesar de podermos jogar sem nenhum tipo de "licença" ou ritual, já que o processo interpretativo ocorre de acordo com o cartomante e o seu conforto na situação de leitura, eu, particularmente, "peço licença" para abrir o jogo, e essa licença é dada pela Carta Diagnóstico. Com ela, eu sei se posso abrir o jogo e qual é o principal assunto que será tratado na leitura. É um índice, um sumário, um começo.
Certa vez, eu resolvi abrir o Thoth Tarot, buscando uma orientação. Respirei fundo como de costume, esvaziei a mente, buscando concentração e centramento, de forma a alcançar a clareza para enxergar a situação sem deixar que as esperanças ou o medo me influenciassem. Afinal, jogar Tarô para você mesmo é a maneira mais simples de aprender e a mais fácil de se enganar.
Chegado o momento do corte, viro o Arcano XII.
Fiquei atônito. Ué, mas eu tinha feito tudo certinho, porque o jogo não abriria?
Muitos jogos pedem uma certa quantidade de cartas ou mesmo um certo embaralhamento para abrir - são os rituais próprios de cada cartomante. Para evitar confusões ou indecisões de minha parte, elegi a escolha da Carta Diagnóstico para entender que forças estão em atuação no momento atual da consulta. Esse é o primeiro embaralhamento do jogo e quem corta é o cartomante - é ele quem mapeará as energias que estão envolvendo o momento do jogo, a si mesmo e ao consulente, percebendo também através dessa carta como proceder em relação ao consulente - que vocabulário utilizar, quais são as áreas da vida do consulente sobre as quais deve se focar mais etc.
É possível usar a técnica com qualquer baralho que se utilize, desde que se reflita sobre o significado de cada carta e se teste a técnica a partir desse primeiro mapeamento. Não é difícil supor quais cartas no Petit Lenormand não abrem jogo, por exemplo. Contudo, com a prática deste método, surgiram questionamentos específicos de cada baralho, por exemplo, no Petit Lenormand: "O jogo abre com as Nuvens? É um jogo de confusões mentais, stress, ou é a voz de Iansã?"
Para mim, não pode haver dubialidade em nenhum momento do jogo, sobretudo em seu começo. Quando saem cartas que podem responder de maneira dúbia - tanto o jogo não deve ser aberto quanto o jogo versará sobre aspectos muito densos/tensos da vida do consulente, tiro mais três cartas:
Uma para o ambiente, pois o local pode não estar adequado para a consulta, sendo necessário efetuar alguns momentos de harmonização, acendendo incensos, aspergindo água abençoada ou perfume ou acendendo velas;
Uma para o consulente, para saber se ele está pronto para o jogo ou movido por sentimentos menores, como a curiosidade ou o teste "se o cartomante é bom mesmo";
Uma para o consultante (o cartomante), porque nem sempre estamos cem por cento para iniciarmos uma leitura.
No exemplo, o Enforcado diria respeito a coisas que serão vistas de maneira equivocada (Sabendo que o jogo era para mim mesmo, seria difícil ir além das minhas vontades imediatas na leitura). Surpreso, como já disse, não me contentei e arrisquei uma segunda tentativa.
Saíram: Ás de Espadas. Três de Discos. Cinco de Copas.
O Ás de Espadas para o ambiente mostra clareza na exposição intelectual do jogo, ou seja, as idéias que o permeavam seriam vistas de maneira clara, pois a energia estava fluindo bem no local.
O Três de Discos para o consulente mostra que a preocupação está ligada ao plano material e deve ser informada de maneira prática, direta, sem rodeios.
Entretanto, o Cinco de Copas, a terceira carta, foi que me respondeu por quais motivos eu não deveria abrir o jogo: eu estava muito envolvido emocionalmente com a questão para ter clareza, devido à mágoa envolvida no processo.
Como cliente ok, como cartomante... não.
Perguntei então se era realmente importante abrir o Tarô para essa leitura. Saiu o Oito de Copas. Nesse caso, seria um jogo por uma informação que eu estava careca de saber mas ansioso por confirmar, e que sem sombra de dúvida despertava em mim sentimentos menos nobres.
Ok, ok. Entendi. Eu jogo depois. Por outros motivos, claro.
Usar a Carta Diagnóstico é muito bacana e muito efetivo, não importa qual cartomancia você utilize. Ela evita leituras anacrônicas, confusas, truncadas, porque impede que o jogo comece se algum dos três fatores estiver destoando: o ambiente, o consulente e o consultante (o cartomante) devem estar em perfeita sintonia para que o jogo flua com tranquilidade, respeito e sobretudo, clareza nas explanações.
Um grande abraço nada truncado e até o próximo post.
Certa vez, eu resolvi abrir o Thoth Tarot, buscando uma orientação. Respirei fundo como de costume, esvaziei a mente, buscando concentração e centramento, de forma a alcançar a clareza para enxergar a situação sem deixar que as esperanças ou o medo me influenciassem. Afinal, jogar Tarô para você mesmo é a maneira mais simples de aprender e a mais fácil de se enganar.
Chegado o momento do corte, viro o Arcano XII.
Fiquei atônito. Ué, mas eu tinha feito tudo certinho, porque o jogo não abriria?
Muitos jogos pedem uma certa quantidade de cartas ou mesmo um certo embaralhamento para abrir - são os rituais próprios de cada cartomante. Para evitar confusões ou indecisões de minha parte, elegi a escolha da Carta Diagnóstico para entender que forças estão em atuação no momento atual da consulta. Esse é o primeiro embaralhamento do jogo e quem corta é o cartomante - é ele quem mapeará as energias que estão envolvendo o momento do jogo, a si mesmo e ao consulente, percebendo também através dessa carta como proceder em relação ao consulente - que vocabulário utilizar, quais são as áreas da vida do consulente sobre as quais deve se focar mais etc.
É possível usar a técnica com qualquer baralho que se utilize, desde que se reflita sobre o significado de cada carta e se teste a técnica a partir desse primeiro mapeamento. Não é difícil supor quais cartas no Petit Lenormand não abrem jogo, por exemplo. Contudo, com a prática deste método, surgiram questionamentos específicos de cada baralho, por exemplo, no Petit Lenormand: "O jogo abre com as Nuvens? É um jogo de confusões mentais, stress, ou é a voz de Iansã?"
Para mim, não pode haver dubialidade em nenhum momento do jogo, sobretudo em seu começo. Quando saem cartas que podem responder de maneira dúbia - tanto o jogo não deve ser aberto quanto o jogo versará sobre aspectos muito densos/tensos da vida do consulente, tiro mais três cartas:
Uma para o ambiente, pois o local pode não estar adequado para a consulta, sendo necessário efetuar alguns momentos de harmonização, acendendo incensos, aspergindo água abençoada ou perfume ou acendendo velas;
Uma para o consulente, para saber se ele está pronto para o jogo ou movido por sentimentos menores, como a curiosidade ou o teste "se o cartomante é bom mesmo";
Uma para o consultante (o cartomante), porque nem sempre estamos cem por cento para iniciarmos uma leitura.
No exemplo, o Enforcado diria respeito a coisas que serão vistas de maneira equivocada (Sabendo que o jogo era para mim mesmo, seria difícil ir além das minhas vontades imediatas na leitura). Surpreso, como já disse, não me contentei e arrisquei uma segunda tentativa.
Saíram: Ás de Espadas. Três de Discos. Cinco de Copas.
O Ás de Espadas para o ambiente mostra clareza na exposição intelectual do jogo, ou seja, as idéias que o permeavam seriam vistas de maneira clara, pois a energia estava fluindo bem no local.
O Três de Discos para o consulente mostra que a preocupação está ligada ao plano material e deve ser informada de maneira prática, direta, sem rodeios.
Entretanto, o Cinco de Copas, a terceira carta, foi que me respondeu por quais motivos eu não deveria abrir o jogo: eu estava muito envolvido emocionalmente com a questão para ter clareza, devido à mágoa envolvida no processo.
Como cliente ok, como cartomante... não.
Perguntei então se era realmente importante abrir o Tarô para essa leitura. Saiu o Oito de Copas. Nesse caso, seria um jogo por uma informação que eu estava careca de saber mas ansioso por confirmar, e que sem sombra de dúvida despertava em mim sentimentos menos nobres.
Ok, ok. Entendi. Eu jogo depois. Por outros motivos, claro.
Usar a Carta Diagnóstico é muito bacana e muito efetivo, não importa qual cartomancia você utilize. Ela evita leituras anacrônicas, confusas, truncadas, porque impede que o jogo comece se algum dos três fatores estiver destoando: o ambiente, o consulente e o consultante (o cartomante) devem estar em perfeita sintonia para que o jogo flua com tranquilidade, respeito e sobretudo, clareza nas explanações.
Um grande abraço nada truncado e até o próximo post.