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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Cartomancia: Teoria e Prática - o livro chega a seus verdadeiros donos!

Olá pessoal. Para minha total alegria e contentamento, os primeiros livros Cartomancia: Teoria e Prática estão chegando aos seus verdadeiros donos. 


O primeiro a chegar foi o de Rubens Lacerda, do Projeto Arcano XXI.


Em seguida, chegou o da Thita Oliveira, criadora do baralho Era Uma Vez... Lenormand.


Chega o de Simone Jubileu Pedroso, junto com o livro de Rose Ragazzon sobre a Sibilla Húngara, que tive o prazer de prefaciar. 


O de Gabriela Amarello, em grandiosíssimo estilo.


O de Gilvania M Souza.


O de Kelma Mazziero, responsável pelo blog Cartas na Mesa.


O de João Acuio, responsável pelo Saturnália - Astrologia & Cidade e desenvolvedor do Tarot Furtado


O de Eliane Arthman, responsável pelo Baralho de Dona Maria Padilha.


O de Dona Yedda Paranhos, que tive a honra de entregar em mãos. Emocionada - o livro é dedicado, entre outras pessoas, a ela - ela me disse "agora você pode dizer que fez uma velhinha chorar!".

E você? Já adquiriu o seu? Mande fotos para o blog!
Não adquiriu ainda? É só clicar aqui


domingo, 16 de outubro de 2016

Cartomancia: Teoria e prática


Olá pessoal. Acaba de sair, pela Editora Alfabeto, meu mais novo livro: Cartomancia: Teoria e Prática. De forma bem descontraída, falo sobre as 32 cartas do baralho de Piquet e a Cartomancia aplicada com ele, assim como do Jogo do Destino, um jogo que possui todo um ritual e uma técnica para ser aberto, e que traz resultados incríveis!
Eu conheci essa técnica ainda na faculdade, há uns dez anos atrás (o tempo passa...). Ainda na faculdade, um amigo francês me presenteou com um baralho de Piquet que era de sua avó. 
O peso e a responsabilidade daquilo que pertenceu aos que vieram antes...


Desde então, eu venho praticando e testando esse jogo, que tem resultados incríveis, e obtendo sucesso em minhas leituras, com a praticidade que só o baralho comum é capaz de fornecer.
Recentemente, estive na França e, entre outras coisas, pude perceber a influência que os naipes tem na arte desse país. Algo que só me motivou mais a trazer esse conteúdo à tona. E agora, com esse propósito claro em mente, tive a oportunidade de apresentar para vocês os resultados de todos esses anos de estudo e prática. E voilà: cá está o livro disponível para aquisição!
Não perca a chance de conversarmos sobre esse baralho!
Para adquiri-lo, é só clicar nesse link

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Relacionamentos homossexuais (e livro novo!)

Olá pessoal. Uma das questões que recebo com mais frequência é da forma como devemos lidar com a homossexualidade no baralho. É um desafio interpretativo lidar com os aspectos da(s) sexualidade(s) com respeito ao cliente e ao procedimento. 
Notavelmente, os baralhos de cartomancia possuem uma perspectiva heterossexual. Quanto a isso, não há muito o que discutir, já que existe uma carta testemunha para o homem e uma carta testemunha para a mulher (falei mais sobre as cartas testemunhas nesse vídeo aqui). Em determinados baralhos, como o Sibilla Della Zingara e o Sybille Des Salons (aguardem novidades a respeito! ;) ) temos uma carta para o Casamento - na qual, invariavelmente, vemos um homem e uma mulher sendo abençoados.

O artista plástico Felix d'Eon fez uma releitura das cartas de casamento.
Existem outros trabalhos associando cartas de baralho a temas homoeróticos.
Confira em http://felixdeon.com/.

Particularmente, eu não sou favorável ao uso de cartas extras para representar os pares homossexuais, porque imagine se, para cada baralho que eu aprendo, eu precisasse desenvolver uma carta extra para um caso específico? É necessário, portanto, lançar mão de técnica para respeitar o oráculo e, ainda assim, obter a resposta correta. É necessário olhar o baralho com olhos para ver.
Tendo conversado sobre isso em relação ao Petit Lenormand, ao Sibilla Della Zíngara e ao Tarot, é hora de explorarmos um pouco mais as cartas comuns de jogar.
Faremos isso em outubro. 


Está em pré venda, pela Editora Alfabeto, meu mais novo livro, agora explorando o contexto das cartas comuns de jogar. Já já, em outubro, conversaremos sobre técnicas para abordar a tradição por uma ótica contemporânea.

Abraços a todos e até lá!

sábado, 9 de julho de 2016

O baralho de Dona Maria Mulambo agora tem livro!


Olá pessoal. Eu acompanho o trabalho de Sonia Boechat Salema com muito carinho. Ela é uma pessoa criteriosa no que faz e devota ao seu povo como poucas vezes vi na vida. Dotada de uma sensibilidade ímpar, conversar com ela é certeza de querer conversar de novo. 
Ela sabe o que faz. 


Já há algum tempo, recebi meu baralho de Dona Maria Mulambo, a guardiã da Sonia, sua parceira de magia. É um baralho magnífico. É um dos baralhos das Senhoras. E é um desafio fascinante. A Karla Souza, autora do Esmeralda Lenormand e responsável pelo Falando Lenormandês, escreveu um artigo sobre ele também.
Agora, contamos com o companion escrito pela Sonia! São 312 páginas de teoria e prática não apenas de leitura cartomântica, como de rituais associados à Dona Maria Mulambo. 
Os Exus e Pombogiras são espíritos muito cultuados pelos devotos das religiões afrobrasileiras, mas sofrem de uma má interpretação pelos leigos. Associados ao mal - numa perspectiva maniqueísta rasa - são melhor entendidos quando apresentados por alguém que sabe o que está fazendo e do que está falando. Com a delicadeza que lhe é própria e a autoridade que lhe cabe, Sonia abre o livro explicando didaticamente sobre a natureza de tais entidades para aqueles que, como eu, não os conhecem o suficiente. 
Em seguida, apresenta cada uma das trinta e seis cartas, pormenorizadamente, conforme seu comportamento no jogo - da mensagem como carta do dia, à aplicação em áreas distintas e no posicionamento no Grande Jogo (semelhante à Mesa Real, mas com peculiaridades próprias do sistema).


Na terceira parte, fala sobre a consagração e sobre a mística do baralho. Ainda que não seja fundamental - baralho funciona se o cartomante funciona - esse é um baralho especial, ligado a uma egrégora específica e que atrai pessoas afinadas com ela. Sendo assim, acho pertinente que o baralho seja consagrado, não apenas por tornar-se um instrumento oracular, mas porque é um laço com alguém querido - estamos adentrando a seara de Dona Maria Mulambo, é no mínimo gentil que a agrademos para selar a amizade. 


Na quarta parte, fala sobre a prática, sobre os jogos mais adequados conforme a sua experiência na construção do oráculo e sobre a construção do diário de jogos. Embora o baralho aceite bem qualquer jogo que proponhamos, minha tendência é sempre acompanhar o raciocínio do autor, e, sendo a Sonia, eu acompanho tranquilo.
Na quinta parte, a mística, os rituais, mirongas, mandingas, conjuros e encantamentos de Dona Maria Mulambo. Para aqueles que, como eu, não se contentam em ler, sem viver o lido. 



Tudo o que eu disser aqui é pouco. Esse é um baralho para ser vivenciado, sendo ou não da religião afro. Vale o desafio, vale o encontro, vale o conjuro.


Para adquiri-lo, entre em contato com Sonia Boechat Salema na Tzara da Estrela - blog e página no Facebook.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Um pouco sobre o Ás de Espadas. Ou: a cultura interfere no baralho.


Uma das minhas preocupações no estudo da Cartomancia são suas peculiaridades e idiossincrasias. Embora seja possível, a partir de um conjunto de conceitos específico, utilizar qualquer baralho, existe uma tradição e um mecanismo próprios para cada baralho que abordamos. E são esses... Detalhes, por assim dizer, que fazem toda a diferença na hora da leitura e no uso oracular de um conjunto de cartas.
Não é raro vermos na literatura cartomântica o uso das cartas comuns conforme a estrutura proposta para o Tarô. Podemos remeter esse fato a Papus, que se utilizou da estrutura proposta por Etteilla, dando forma aos seus estudos tarológicos; entretanto, conforme podemos observar, poucos dão crédito atualmente a Papus; a estrutura proposta pela Golden Dawn é a referência básica no estudo do Tarô, o que torna a anterior razoavelmente obsoleta.
É o uso, a memória em ação, que faz um sistema funcionar, não sua antiguidade. O esquecimento também faz parte do processo de evolução de um sistema como o Tarô. Embora possamos conhecer Papus, Wirth, Marteau, dificilmente encontraremos diálogos atuais com suas propostas. Com maior raridade, encontraremos quem use seus sistemas com sucesso. 
Em relação às demais estruturas cartomânticas - e cá falo dos baralhos sibilinos, as cartas de conversação (Petit e Grand Jeu Lenormand; Sibillas italianas e francesas; Kipper), há que se ter um certo cuidado nesse processo de diálogo. Se o próprio Tarô não dialoga com facilidade com sua fortuna crítica, abordar outras estruturas com sua proposta não é terreno seguro de caminhar em pesquisa, que posso dizer em relação à prática? Não é a proposta desse artigo comparar cartomancias, mas é necessário, à guisa de introdução, deixar bem claro que o que vou dizer não é aplicável a todas elas. É um referente cultural que, se possui referência na cartomancia, não posso dizer; mas que afeta, visceralmente, o olhar proposto sobre a mesma.
A Cartomancia constrói-se e mantem-se sob uma estrutura cultural e ideológica que está ligada aos usos, costumes, fazeres e saberes de um determinado povo. Embora os símbolos sejam praticamente os mesmos - especificamente em relação ao baralho comum, o padrão internacional se mostra com os mesmos signos - a interpretação variará em função não só dos sucessos de seus respectivos cartomantes, mas também naquilo que a cultura popular trará como certo, como referente. 
Por isso, observar o Ás de Espadas na cultura popular interfere, e muito, naquilo que proponho como fator interpretativo. Não encontraremos, em todos os baralhos, referências àquilo que é lugar comum na arte e na cultura: o Ás de Espadas é sinal de mau agouro, de morte. 


Estava assistindo o episódio 05 de Cowboy Beebop e o Ás de Espadas foi a carta que mais apareceu, sempre relacionado à morte. Constantine, em Hellblazer, afirma ter cortado o baralho perto demais do Ás de Espadas quando escapa por um triz da morte. Temos baralhos que tem, na impressão do Ás, a caveira - não em seu aspecto pathos de vanitas, mas no sentido de morte.
Isso me levou a refletir sobre de que forma os sentidos se revelam para as cartas. Eles não são preexistentes; mesmo nos baralhos recentes, criados com fins notadamente adivinhatórios, sua base é o uso, o costume, a tradição por assim dizer. Você não encontrará a morte em Copas; isso é certo. O coração, seu signo tradicional, não dialoga diretamente com o sentido de perda, excetuando-se a afetiva. 
Entretanto, Espadas é por excelência o naipe maldito, à despeito dos esforços em qualificá-lo. Sempre tarologicamente, à propósito. Naipe do Ar, naipe da mente, naipe dos esforços intelectuais - uma relação quaternária que propõe que hajam sim aspectos luminosos em suas cartas. Suas cores sombrias - naipe noir por excelência - são substituídas pelo amarelo do elemento correspondente. E, aparentemente, se torna mais prazeroso tirar uma de suas cartas.
Nos baralhos que assim transitam entre a proposta tarológica e a cartomancia com as cartas comuns (e aqui temos um problema conceitual: haveria um termo específico para a cartomancia com as cartas comuns? Seria ela a cartomancia por excelência, pela falta de conceito que a referencie especificamente?), o naipe de Espadas permanece amarelo, mas referente ao inverno. Seco e frio, enquanto estação do ano; úmido e quente, enquanto elemento. Temos um problema dialético. 
Entretanto, na cultura popular, pouco ou nada difere. Espadas não são para brincadeira, e o Ás é síntese e clímax do referencial teórico. Se o naipe em si não é boa coisa, pior se mostra retirar a carta que lhe é de maior valor. Nessa carta, vemos aquilo que é o fim de todos os viventes. Não questiono aqui a existência de uma pós vida, ou a emblemática interpretação de que a morte de algo dá início a algo novo. Essa perspectiva inexiste no que temos de cultural sobre o Ás de Espadas e sobre a morte, seu significado. A releitura desse conceito não pertence a esse olhar específico, o do leigo.
Vejo pois, necessário o olhar sobre o contexto que permeia a carta no fazer cultural. Ainda que haja quem ache desnecessário o olhar historiográfico ou literário sobre o assunto, o domínio desses setores permite o livre trânsito simbólico entre uma e outra possibilidade. Caso contrário, todo baralho é propício ao uso - inclusive baralhos de nomes pomposos, arte medíocre e funcionamento questionável. Não é o baralho, mas a leitura. Tal seria como se abrisse um livro e, ao invés de lê-lo, contasse uma história de minha cabeça: para quê a ferramenta, se não mise-en-scène?
Esse é um primeiro momento, um incômodo de leitor. Uma pesquisa se descortina a respeito - em algum momento, mais sobre o Ás de Espadas. Por ora, só a observação que os conceitos pertinentes à carta são singulares em cada baralho que se utiliza dos naipes (Raiz dos Poderes do Ar, na leitura da Golden Dawn aplicada ao Tarô; a Veemência, no Tarô Egípcio da Editora Kier; A Carta Testemunha 29, a Mulher, no Petit Lenormand; Desgosto, nos Sibillas italianos; Rendez-vous, no Petit Cartomancien; Retard, no Sibilla Indovina, entre outros) não se aplica, sobremaneira, à forma como o Ás de Espadas é visto normalmente: um mau agouro, ou uma forte aposta.
Sigo observando.

Abraços a todos.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Estudando baralhos como estudam-se obras de arte.


Uma coisa que eu gosto de reforçar é que, no estudo da cartomancia, devemos tomar as cartas na mesma acepção de uma obra de arte.
Mas como - e por onde - começar?
Reuni aqui algumas dicas para isso, baseadas nos artigos de Carolina Pignatari para o Canal do Ensino.


- Talvez, num primeiro momento, seja mais fácil fazer esse exercício com baralhos conhecidos, como o Marselha e o Waite. Baralhos mais complexos, como o Thoth, e temáticos, como o Vertigo, podem ser usados quando você tiver desenvolvido boa prática.
- Por um momento, esqueça o título. Observe a imagem com olhos de primeira vez. Busque detalhes que saltem aos olhos e detalhes não tão óbvios assim.
- Permita que a carta lhe impressione. Aceite essa primeira referência. Gostou? Não gostou? Esse primeiro sentimento é importante.
- Essa carta lhe lembra alguma coisa? Um filme, uma música, uma outra imagem ou obra de arte?
- Observe as bordas. As cartas se encaixam ou são independentes entre si? Você é capaz de construir um cenário a partir da combinação das cartas? (Experimente parear a Sacerdotisa com o 2 de Espadas do Waite Tarot. É um bom começo.)
- Observe as cores, tons, a técnica utilizada. Essas escolhas nos permitem entender aonde o artista queria chegar, e quais eram os seus limites. 
-Tente isolar os elementos da carta, para analisá-los particularmente. Da Sacerdotisa, por exemplo, o véu e o livro são fáceis de perceber. O que mais é possível isolar nessa carta?
- Observe a luz, sombra, volumes e rachuras. A imagem é "chapada" ou tem maior refinamento em sua composição? Como isso lhe afeta?
- Qual é a época em que o baralho foi produzido inicialmente? Como era a produção artística do momento? Uma boa dica é ver documentários sobre o período. Para se familiarizar, vale a pena fazer um curso de História da Arte.
- Use todas as informações até o momento para referenciar sua leitura da carta.
- Agora compare com algum livro de referência em cartomancia. Entretanto, perceba: antes de ir ao texto, você, por si só, já construiu o seu texto.
- Se possível, escreva o seu texto em seu diário de jogos ou mesmo em um blog. É sempre bom conversar com pessoas sobre os temas que lhe agradam, e essas conversas podem alterar drasticamente o rumo da sua visão das coisas.


Para ver os artigos originais, clique aqui e aqui.




quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Além do Tempo - Doroteia vê nas cartas outra mulher no caminho de Felipe.



Não, eu não acompanho essa novela. Fiquei sabendo dessa cena pelo Facebook e resolvi acompanhar. Doroteia usa um maço de cartas comum, numa disposição caótica, e as cartas não são focalizadas em nenhum momento, de forma a que pudéssemos supor qual método foi utilizado para a interpretação.
Saudades do acuro com que as cartas foram vistas em Explode Coração... [créditos do link: Ana Marques, pelo Facebook. Muito obrigado!]
Para ver a cena, clique aqui.
Abraços a todos.

sábado, 1 de novembro de 2014

Magia, Tarô/Cartomancia, eletricidade e método científico.

Dizer que algo não é possível com o Tarô – ou com qualquer outro instrumento psíquico – é uma falácia usual. Circunscrita [com ressalvas] sua área de atuação em divinações e perspectivas terapêuticas, vejo soar improvável a perspectiva de utilização da ferramenta na magia ritual ou mesmo em práticas não usuais, como contato com outros planos. Não é porque algo não funciona para você que esse algo não funcione, oras. É como afirmar que lentes de contato não funcionam só porque você não tem um problema de vista que se corrija com lentes.
O problema não está nas lentes. O problema não está nos seus olhos. A relação entre um e outro é que é problemática.
Em termos de magia – que nada mais é que uma grande metáfora da criação aplicada num plano menor – o Tarô é um instrumento como outro qualquer. Vai funcionar para uns, não irá para os demais passar de um instrumento de adivinhação, e ainda terão aqueles que verão ali só um baralho diferente. Todos estão certos, nem todos experimentarão a melhor parte da brincadeira, mas... quem disse que tem que ter a melhor parte para ficar satisfeito?
Uma dos programas mais bacanas da minha infância era o Mundo de Beakman. Nesse programa, eram feitas, entre outras coisas, uma série de experiências passíveis de serem reproduzidas em casa. Um desses episódios falou sobre o método científico, tendo por referência a eletricidade. 

sdds, Mundo de Beakman.
Resumindo, o acender da lâmpada, a corrente que segue, não é devido à água. Não é o sal. Não é a bateria. Não é a lâmpada. Nem os fios.
O efeito é resultado da combinação de todas essas causas. Bingo. E a água salgada, em especial, é a condutora pela combinação de seus elementos. Bingo, de novo.
Embora o fenômeno elétrico possa ser compreendido à luz das explicações que temos hoje, ela não passou a funcionar porque teve uma explicação, e nem passou a ser interessante por ter uma explicação. Ela foi testada sem entendimento, utilizada e nos testes a explicação se mostrou. Consequência, não causa.
É assim também com a magia. Não faço ideia dos motivos pelos quais a magia funciona. Sei que funciona. Utilizo porque funciona. E testo meus padrões de análise dos efeitos, mensurando os resultados obtidos, mantendo registro do que me foi útil, retificando o restante.

Mas... E quando ela não funciona? 
E para quem ela não funciona?
Significa que ela não existe?

Revejamos nossos conceitos sobre a prática, sobretudo sobre a prática dos outros. Não é porque algo é teu limite que será limite do outro. Mas você só saberá quais são os seus limites... Se você for até o limite. 
Como eu não acredito em coincidências, enquanto buscava a referência para esse texto encontrei essa imagem. Ela resume tudo.



Abraços a todos. E testem seus limites. E atenham-se unicamente a eles. 
São seus limites que dizem quem vocês são.

P.S.: Relendo o texto, percebo que ficou faltando uma ressalva. Eu digo para você testar, você praticar, você ir ao seu limite. Você.

Procurar uma pessoa para efetuar tais viagens em seu nome é outra história. 
Na magia, é sempre melhor seguir os próprios conselhos.

E também não estou dizendo que só porque não posso fazer algo, que esse algo será possível de ser feito. Em magia, quanto mais andamos, mais próximos dos nossos limites estamos. Isso inclui o limite do provável. Na dúvida, aceito o desafio de estar errado - se é provado que estava errado, meus limites se ampliam. 
Ninguém perde por ter limites flexíveis. A perda está em cravar dogmas na pedra. 

domingo, 10 de março de 2013

Magias e Rituais de Amor: Um estudo do Naipe de Copas.

Olá pessoal. Sempre que vou ao Rio tenho a oportunidade de conviver um pouco mais com uma grande amiga, Prem Mangla. Em nossas conversas cartomânticas, sempre encontramos novos caminhos e visões acerca de nossa prática. Novos métodos, novas abordagens, novos significados, novos baralhos.
Em uma ida à livraria, passei por esse livro, e se não fosse por ela, não o teria olhado com maior vagar. Prem tem uma predileção por oráculos que falem do amor em todas as suas formas (e ela é muito boa nisso). E eu sequer imaginava que esse livro fosse um oráculo. Obrigado pela indicação, Prem - a vivência com ele tem sido muito prazerosa.



Esse é um livro que me surpreendeu por vários motivos. A começar por suas cartas. Treze cartas belamente ilustradas em tamanho A5 (!), que representam os diversos níveis de atuação do amor. Falaremos sobre elas mais adiante.
O livro em si é tão bonito quanto as cartas, ricamente ilustrado. Com diversos rituais para autoconhecimento e despertar da autoestima, é um livro para ser consultado, mais que lido. Não é livro para ser lido apenas uma vez. Os conhecimentos nele descritos podem e devem ser utilizados não só na necessidade, mas no cotidiano, na vida. Aqueles que já mantém uma prática mágica constante encontrar-se-ão em casa. Aqueles que estão dando os primeiros passos, também – a leitura é fácil e as descrições, precisas. Indicações preciosas para os Livros das Sombras dos irmãos da Arte.



Voltemos a falar sobre as cartas. As cartas representam não apenas um oráculo, como também talismãs a serem utilizados junto com as frases de poder que as acompanham. Cada uma das treze cartas representa uma área, um nível de atuação do amor. Como são treze cartas, eu fiz uma experiência que foi muito funcional: cada uma das cartas pode ser correlacionada com uma carta do baralho comum, cujos naipes possuem treze cartas cada. Evidentemente, optei por Copas para representar cada uma das cartas deste oráculo, conforme segue:



Afrodite. Poder. Corresponde ao Ás de Copas.



Libra. Equilíbrio. Corresponde ao Dois de Copas.



Vênus. Amor Divino. Corresponde ao Três de Copas.



Cálice. Plenitude. Corresponde ao Quatro de Copas.



Mãos em Prece.  Paz. Corresponde ao Cinco de Copas.



Coração Partido. Mágoa. Corresponde ao Seis de Copas.



Corpo. Aparência. Corresponde ao Sete de Copas.


Golfinho. Brincadeira. Corresponde ao Oito de Copas.



Rosa. Valorização. Corresponde ao Nove de Copas.



Macieira em Flor. Merecimento. Corresponde ao Dez de Copas.



Quartzo Rosa. Apoio. Corresponde ao Valete de Copas.



Os Antepassados. Coragem. Corresponde à Dama de Copas.



Anjo da Guarda. Orientação. Corresponde ao Rei de Copas.

Atualmente, o livro encontra-se indisponível no site da editora. Encontre-o nas melhores livrarias. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Conversas Cartomânticas na Mystic Fair São Paulo.


Olá pessoal. Estarei na Mystic Fair São Paulo palestrando sobre os naipes do Petit Lenormand, trabalho que venho desenvolvendo com sucesso já há alguns anos; esteja comigo às 13h do sábado, dia 01 de dezembro, no auditório 8, e às 14h do domingo, dia 02 de dezembro, na sala de estudos de Petit Lenormand, organizada por Alexsander Lepletier. Vamos bater um papo e partilhar experiências! Confira a programação completa aqui.


Além disso, o Bazar Conversas Cartomânticas estará presente. Todo o material do bazar - baralhos, velas, xícaras, agendas. Promoções especiais a caminho! O estande será o  125, Tarô e cia.


Para quem não teve a oportunidade de adquirir o livro Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao encerramento da consulta, o mesmo estará disponível para aquisição. Poucas unidades mesmo - garanta o seu!



Estarei também realizando atendimentos cartomânticos no estande 125, Tarô e cia. 
Aguardo sua presença! Venha bater um papo comigo, tenhamos nossas Conversas Cartomânticas ao vivo!
Abraços a todos e até lá!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Eu não acredito em Anjos.

Dürer

Quando eu era menor, eu acreditava. Acho que todo mundo acreditava que Eles existissem. Estranhamente, essa crença não era de todo confortante - se eles existissem, seus contrários também deveriam existir, e acho que eu era novo demais naquela época para confiar numa coisa dessas, sobretudo à noite, no escuro, sozinho no quarto, quando os ruídos ganhavam significados aterradores por demais. 
Eu dormia com o rádio ligado, só para constar.

Universal Wirth

Não acreditar em algo é uma forma muito confortável de enfrentar o problema que esse mesmo algo desperta. Olhando agora, como adulto, para os meus terrores infantis, parece-me correto minha forma pueril de ter desacreditado. Afinal de contas, é mais fácil não acreditar que casais estáveis homoafetivos sejam tão hábeis quanto suas contrapartes heterossexuais para criar um indivíduo. É mais fácil acreditar que a ferida causada por um estupro se curará com o nascimento da criança. É super mais fácil acreditar que um guru qualquer de uma religião ou seita qualquer guarda as chaves do seu Paraíso ou Inferno, e ele permutará com você só pelo tempo de uma vida toda.
É mais fácil desacreditar da própria responsabilidade que aceitar seu destino, fazer suas escolhas.

Dellarocca

Enfim, voltando a falar dos Anjos, já que falar do seu sexo é lugar-comum para discussões sem sentido, eu acreditava, desacreditando (antes de dormir, principalmente). Asas perfumadas, penas macias, um abraço acalentador que me fizesse esquecer todos os problemas, como um milagre que aparentemente não mereço.
Mensageiros da Divindade, velozes como um pensamento, trespassavam seu coração com brasas ardentes de devoção, lembrando sua origem. A sua, e a deles, que também é sua. Num momentum - porque deveria parecer que nada existiu antes, nada depois faria sentido - você finalmente entende o porquê de ser quem é e de estar onde está.
Tudo se cruzaria. Ordenadas e abscissas criariam finalmente um ponto. E, como é da própria natureza do ponto, o infinito ficaria ali, contido. Um universo contendo universos e ladeado por universos.
Mas a vida não é cartesiana a esse ponto, e eu continuo não acreditando em Anjos.
Os nomes dos Anjos são construídos a partir de permutações de letras hebraicas, dando a entender que, mais que personalidades, os Anjos são ações, verbos que qualificariam a ação de Deus. Sendo assim, cada Nome é um Codinome, um código de acesso a uma faceta d'Aquele que é Senhor de Todas as Faces. Contatando a Face certa, obter-se-ia uma certa vantagem em determinado acontecimento. Ele, pessoalmente, através daquela Face, viria em auxílio daquele que o invocara.
Anjos. Deus em ação. Qualitativa e quantitativamente.


Existem outras formas de abordar o conceito. Algumas até comerciais - vide Cidade dos Anjos, com Seth (Nicholas Cage) e Supernatural, com Castiel. Perto, talvez perto demais, do que por humano chamamos de divino. 
Não, eu continuo não acreditando em Anjos.
Eu não preciso acreditar. Eu brinco de pique-esconde com eles. Especialmente alguns que, mesmo escondendo suas asas, aliviam corações como se fossem capazes de fazer milagres, que fazem mesmo não se considerando capazes.
Abraços a todos.