terça-feira, 16 de agosto de 2016

Sobre a morte, sobre seguir.



Esse está sendo um ano curioso.
Todo ano morrem pessoas importantes - afinal de contas a Ceifeira não pede licença a ninguém. Vai quem tem de ir. Alguns reconhecem nisso seu ofício, outros, sua natureza, assim como há quem pense que esse é o seu desejo e louvam a Morte como deus.


Entretanto, por mais que seja amargo reconhecer isso, cada morte é também um prelúdio da própria morte do observador. O golpe final pode ter sido antecedido por um espancamento por remédios, por um linchamento de agulhadas ou mesmo por um combate honesto ou vôo de passarinho, mas é o ultimato que fecha o ciclo - de quem vai e de quem vai em nós.
Foi-se Elke. Foi-se em mim alguém que me fez pensar seriamente o que é, de fato, uma vanguarda, já que demorei pelo menos todos os anos que tenho para aprender a admirar e perceber que a perda foi minha, por não ter admirado antes.
E o dia começa lindo, mas triste.
Show must go on. A louça não se lavará sozinha.

2 comentários:

  1. Show must go on... E meu Ano da Morte que foi transformação encerra com a morte literal de alguém que fez parte da minha infância e que sempre admirei pela ousadia e sorriso largo... É isso aí... Fica bem... Abraços. Morgan Mahira ou Miki Chabarria, como quiseres... 😉

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