NADA NO CONVERSAS CARTOMÂNTICAS É INOCENTE. Nem o silêncio, nem a fala. Talvez você se pergunte por que abrir um post com essa frase.
Depois de Game of Thrones, eu estava meio azedo para seriados. Filmes, também. Restava pouca vontade de parar em frente a uma TV ou ao notebook e assistir algo com continuidade. Até que uma amiga me disse ASSISTA. E eu costumo acreditar nos meus amigos.
Eles me conhecem.
E eu conheci Sense8.
Talvez uma crítica antes dos elogios, para que ela sirva de aviso: O seriado demora um pouquinho para pegar no tranco. Uns três episódios, eu diria. Mas depois disso... Vale cada segundo. Inclusive do tempo gasto com os episódios de background. É como um filme - tudo passa a fazer sentido na trama, se a trama for bem escrita.
Do lado de cá, falaremos sobre a trama, com o cuidado para deixar você ansioso sem revelar muito. Ou falando sem que você saiba.
Re-velar. Velar duas vezes.
Nós começamos em um ponto falando sobre como a evolução envolve a criação de círculos cada vez maiores de empatia: Você pertence a sua família, então você pertence a sua tribo, em seguida, duas tribos ligar e agora você tem empatia para seus povos deste lado do rio e você está contra as pessoas do outro lado do rio... e continuar através de vilas, cidades, estados e nações... e daí se uma forma mais literal de empatia poderia ser desencadeada em oito indivíduos ao redor do planeta... que de repente tornou-se mentalmente consciente de si, capaz de se comunicar diretamente como como se eles estivessem na mesma sala. Como eles reagiriam? O que eles fariam?... O que isso significa? E o que o mundo pensa sobre as pessoas com essa capacidade ? Será que eles abraçá-lo, ou caçá-los...? Isso nos daria uma plataforma perfeita para fazer um show que foi carregado com a ação, grandes ideias, algumas acrobacias incríveis que ninguém fez antes, e jogar para um público planetário.
J. Michael Straczynski | co-criador.
Oito pessoas.
Completamente diferentes.
Geograficamente. Etnicamente. Culturalmente. Profissionalmente. Sexualmente.
Um detalhe, apenas, em comum.
E bem sabemos que Deus ou o Diabo moram nos detalhes. Dependendo de quem observa.
Will Gorski.
Policial. De Chicago.
Capheus Van Damme.
Motorista de van. De Nairóbi.
Sun Bak.
Executiva sob a luz, lutadora de kickboxing quando as luzes se apagam. De Seul.
Nomi Marks.
Hacker. De São Francisco.
Kala Dandekar.
Farmacêutica. De Mumbai.
Riley Blue.
DJ. Raízes na Islândia, pés em Londres.
Wolfgang Bogdanow.
Serralheiro durante o dia, arrombador de cofres quando as luzes se vão - e levam as pessoas certas consigo. De Berlim.
Lito Rodriguez.
Ator. Durante o dia beija por profissão, à noite beija por prazer. Da Cidade do México.
ENREDO. QUATROS.
E o que dizer da experiência de sentir o outro? Ver pelos seus olhos, ouvir pelos seus ouvidos, partilhar dos seus pensamentos e sentimentos... Viver o outro?
É difícil explicar sem viver - junto, como voyeur ou como o nono sensate que dá sentido aos oito que o (te) rodeiam.
Dessa forma, o monitor passa a ser uma janela indiscreta não para vidas alheias à sua... Mas para vidas das quais você passa a participar ativamente. Como em Lego House, você se torna parte até o ponto em que fica difícil diferenciar o que é você do que não é.
EPÍLOGO. OITOS.
Quanto mais você reconhece quem - ou o que - você é, mais fácil é reconhecer os seus limites. E, reconhecendo os seus limites, reconhece o que está para além deles.
E o que está para além deles são possibilidades.
Algumas, aterradoras. Como sussurros.
Não sei o que esperar da segunda temporada. Essa foi um shot - em alguns episódios de Tequila a estalar os lábios, em outros por acaso em uma roleta russa.
Recomendo esse seriado pelo tanto que ele mexe com os nossos sentidos.
Inclusive, sobre os nossos sentidos de normalidade.
Na natureza, normal é a diversidade.
Abraços a todos. E feliz aniversário, Sensates.
O aniversário é de vocês, o presente é nosso: acabam de confirmar a segunda temporada.
Aguardando. :)
O aniversário é de vocês, o presente é nosso: acabam de confirmar a segunda temporada.
Aguardando. :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quando um monólogo se torna diálogo...