O Tarô da Golden Dawn é um baralho desenvolvido com o simbolismo da Ordem da Aurora Dourada, conforme o Liber T, um compilado das referências sobre os Arcanos utilizadas pela Ordem em seus rituais e meditações, que veio a influenciar a produção de Tarôs em todo o século XX. Conforme sabemos, as cartas de Tarô, para efeito de meditação, são mais que imagens. São portas.
Caso não leia em inglês, a versão em português do Liber T está disponível no livro Aurora Dourada, de Israel Regardie, publicado pela Madras Editora.
Embora a base dessas portas para outros níveis de consciência fosse o simbolismo adotado pela Ordem, a ornamentação era pessoal. Os membros eram convidados a inspirarem-se nas imagens desenvolvidas e atributos correlacionados para criarem seus próprios baralhos, compilando os símbolos. Dessa forma, o estilo e a técnica de cada autor mesclava-se à ideia singular que norteava a criação, gerando uma miríade de possibilidades de voltar à mesma Fonte. Podemos fazer um teste, observando alguns baralhos que partilham dessa mesma origem textual: Thoth, Rider, Hermetic, Iniciático, Liber T, e, com algumas ressalvas e adaptações, o Tarô das Bruxas. O baralho original da Golden Dawn, ao que parece, foi desenvolvido por MacGregor Matthers e pintado por sua esposa, mas tais cartas nunca foram publicadas e, sendo emprestadas aos membros para serem copiadas no processo de criação, em algum momento desapareceram, para o desespero dos colecionadores e amantes da arte.
Caso não leia em inglês, a versão em português do Liber T está disponível no livro Aurora Dourada, de Israel Regardie, publicado pela Madras Editora.
Embora a base dessas portas para outros níveis de consciência fosse o simbolismo adotado pela Ordem, a ornamentação era pessoal. Os membros eram convidados a inspirarem-se nas imagens desenvolvidas e atributos correlacionados para criarem seus próprios baralhos, compilando os símbolos. Dessa forma, o estilo e a técnica de cada autor mesclava-se à ideia singular que norteava a criação, gerando uma miríade de possibilidades de voltar à mesma Fonte. Podemos fazer um teste, observando alguns baralhos que partilham dessa mesma origem textual: Thoth, Rider, Hermetic, Iniciático, Liber T, e, com algumas ressalvas e adaptações, o Tarô das Bruxas. O baralho original da Golden Dawn, ao que parece, foi desenvolvido por MacGregor Matthers e pintado por sua esposa, mas tais cartas nunca foram publicadas e, sendo emprestadas aos membros para serem copiadas no processo de criação, em algum momento desapareceram, para o desespero dos colecionadores e amantes da arte.
O livro foi escrito e o baralho ilustrado por Robert Wang, sob orientação de Israel Regardie – o mesmo que citamos no texto sobre o Thoth Tarot e que foi homenageado no nove de ouros desse mesmo baralho, cuja efígie está representada nos glifos astrológicos de Marte e Mercúrio.
Este é um trabalho síntese. Publicado pela primeira vez em 1977, este é, portanto, o terceiro na cronologia dos baralhos desenvolvidos por membros da Ordem que obtiveram sucesso, estando atrás do Rider (1909) e do Thoth (1943). Suas imagens são delicadas e pueris, estando entre os traços marcantes de Pamela Smith e o rebuscado traçado tridimensional de Fireda Harris. A ideia aqui é, traduzindo em imagens, auxiliar o praticante a entender os ensinamentos da Ordem (aquilo que Waite buscou velar e Crowley revelar).
Os Arcanos Maiores respeitam a paleta de cores oferecida no 777 de Aleister Crowley (outro livro ainda não traduzido, infelizmente. O mais próximo que cheguei dessa tabela, em português, foram os livros da Ellen Cannon Reed: Tarô das Bruxas, editado pela Pensamento Cultrix, e o recomendadíssimo Cabala das Feiticeiras, editado pela Bertrand Brasil.) Como instigador da curiosidade, sugiro que vejam o uso do amarelo nos baralhos supracitados, em especial no nosso objeto de estudo de hoje, no primeiro Arcano: O Mago.
A Corte é formada por Rei, que aqui é representado imageticamente como o Cavaleiro - Algo que Crowley eximiu para manter o baralho matrifocal - Rainha, Príncipe e Princesa. Como os atributos são os mesmos, não serão de todo estranhos para alguém que estude o Thoth Tarot.
As cartas numeradas, por outro lado, possuem maior similitude com o Tarô de Marselha: uma ou mais mãos portam os atributos de cada naipe, inter-relacionando as quantidades em padrões geométricos - o que o aproxima do Marselha (e dos primeiros estudos do MacGregor Matthers)
Este é um trabalho síntese. Publicado pela primeira vez em 1977, este é, portanto, o terceiro na cronologia dos baralhos desenvolvidos por membros da Ordem que obtiveram sucesso, estando atrás do Rider (1909) e do Thoth (1943). Suas imagens são delicadas e pueris, estando entre os traços marcantes de Pamela Smith e o rebuscado traçado tridimensional de Fireda Harris. A ideia aqui é, traduzindo em imagens, auxiliar o praticante a entender os ensinamentos da Ordem (aquilo que Waite buscou velar e Crowley revelar).
Os Arcanos Maiores respeitam a paleta de cores oferecida no 777 de Aleister Crowley (outro livro ainda não traduzido, infelizmente. O mais próximo que cheguei dessa tabela, em português, foram os livros da Ellen Cannon Reed: Tarô das Bruxas, editado pela Pensamento Cultrix, e o recomendadíssimo Cabala das Feiticeiras, editado pela Bertrand Brasil.) Como instigador da curiosidade, sugiro que vejam o uso do amarelo nos baralhos supracitados, em especial no nosso objeto de estudo de hoje, no primeiro Arcano: O Mago.
Waite, Crowley, Wang
A Corte é formada por Rei, que aqui é representado imageticamente como o Cavaleiro - Algo que Crowley eximiu para manter o baralho matrifocal - Rainha, Príncipe e Princesa. Como os atributos são os mesmos, não serão de todo estranhos para alguém que estude o Thoth Tarot.
Thoth, Golden Dawn, Initiatory Golden Dawn
As cartas numeradas, por outro lado, possuem maior similitude com o Tarô de Marselha: uma ou mais mãos portam os atributos de cada naipe, inter-relacionando as quantidades em padrões geométricos - o que o aproxima do Marselha (e dos primeiros estudos do MacGregor Matthers)
Para conhecer mais sobre o pensamento de Robert Wang sobre este Tarô em especial, existe um livro de 158 páginas escrito por ele, sem tradução, e sobre o Tarô Cabalístico, em geral, é fundamental ler seu livro, homônimo. Uma das melhores sínteses em português sobre o assunto, serve de referência tanto para quem utilizar este baralho aqui, como para quem usar os demais listados. Para baixar, aqui.
Boa noite. Eu comprei o livro Tarot Iniciático da Golden Dawn com as 78 cartas, mas o livro é muito superficial e não contém os significados iniciáticos, nem diretrizes para que eu possa seguir. Qual literatura eu posso adquirir para complementar o estudo?
ResponderExcluirOi Beatriz, tudo bem? O livro na verdade é o livreto que acompanharia o baralho, por isso tão superficial. Te recomendo a leitura de Robert Wang e Israel Regardie para entender melhor os elementos colocados nas lâminas. E, claro: Crowley.
ExcluirQualquer coisa, pode perguntar que vamos afinando aqui no blog suas questões!
Adorei o texto, parabéns!
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