The Burning Serpent Oracle, por Robert M Place e Rachel Pollack.

Olá pessoal. Estava ansiosamente aguardando o lançamento para comentar acerca deste baralho, mas creio que não será o melhor momento. Na verdade, não há momento melhor que agora. 

Ainda há tempo de ter o seu! Você pode adquirir o Burning Serpent Oracle no site indiegogo, auxiliando assim no processo de produção e envio do baralho para os quatro cantos do mundo - inclusive o canto aonde você está, agora!

Robert M Place e Rachel Pollack gentilmente participaram da nossa Blogagem Coletiva sobre Lenormand - Mr. Place escreveu sobre a carta 18 e Ms. Pollack sobre a carta 27 (mais que isso, cedeu-nos o capítulo correspondente do livro, em primeiríssima mão), e isso só aguçou mais a minha vontade de obter esse baralho. Nada mais justo, a propósito!

Uma série de observações são possíveis, apenas por ver as imagens. De inspiração claramente clássica, temos um baralho contemporâneo, no mais amplo sentido que essa palavra pode ter, que encontra nos Deuses do Panteão greco-latino sua referência. Hermes, o Três Vezes Admirável, figura no verso de todas as cartas, sussurrando as respostas corretas a nossas perguntas, desde que sinceras. Lembremo-nos que, trickster que é, não tolera mentiras e não aceita futilidades; responderá a todas, mas não da forma esperada. Atenção, portanto! Cavalgando Pégaso, é o de Pés Velozes que abre a sequência, como o Cavaleiro/Mensageiro. Nada mais justo, ninguém mais apropriado.

Deméter, Senhora da Agricultura, figura na carta 10 - a colheita está garantida, mas de que frutos? Frutos que trazem fartura ou fartura de ausência? O que foi plantado? Pelos frutos, conhece-se a árvore e pela colheita, a semeadura. Novamente, atenção! Respeito no trato à palavra dos Deuses!

Sou tentado a dizer que A Estrela da Manhã (carta 16) é Mikael, o Lorde das Hostes Celestes. Aqui, temos, portanto, um primeiro diálogo mitológico, entre conteúdos latinos e mitologias diversas. Que Suas Asas nos amparem e Sua Espada esteja afiada na defesa de nossos sonhos.

A Senhora Tríplice das Encruzilhadas, Hecatae, figura a carta 22. Bela Senhora Peregrina, nos guie e acompanhe aonde não conhecemos e nossos olhos não alcançam, pois para onde vamos, a Senhora foi primeiro.

Flora, na carta 30, nos perfuma e traz a paz de um dia de sol depois da chuva. Tudo floresce, porque esse é o melhor caminho. Tudo está em perfeita ordem, e paz.

As cartas 31 e 32 trazem os Senhores dos Luminares - Phebo Apolo e Diana. O Senhor da Luz Diurna e a Senhora da Luz Noturna velam por nós em nossa busca pelo sagrado. 

Duas cartas divinas foram acrescidas: Isis e Osiris, cujo sentido primeiro foi, para mim, ocuparem o lugar das Significadoras. Mas não, equivoquei-me: percebam que Isis é Paus e Osiris Ouros, dando origem a duas cartas extras, 37 e 38, e possibilidades extras de utilização.

Falando nas significadoras, elas foram organizadas da seguinte forma: aquelas que olham para a direita do consultante, Copas; as que olham para a esquerda, Espadas. Particularmente, manterei a orientação Homem/Ás de Copas e Mulher/Ás de Espadas; mas opções existem para serem testadas e apreciadas.

Ansioso pela chegada deste oráculo, que, para mim, será mais que um baralho, será uma oração em 40 cartas. Se, apenas por visualizar as imagens, já sigo longe e antevejo o amor e a identificação que terei, imagine quando o embaralhar!!! 

Acredito, e postulo, que o baralho escolhe o dono, porque o dono está pronto para o baralho. A chegada do Burning Serpent Oracle é uma iniciação, é um novo patamar de leitura, é um amor que ansiava há tempos.

E você? Ansioso também, desejoso também? Adquira o seu no site indiegogo, apoie o projeto! Caso tenha dificuldades no processo, entre em contato com a Priscilla Lhacer no Amor, o Próprio ou com a Socorro Van Aerts no De Keizerin Boutique e garanta o seu!

Preciso dizer que o meu está garantido?

Como criar um blog de Cartomancia. Ou: dicas para quem quer começar [PARTE 2]

Olá pessoal. Continuando a série de dicas de como montar um blog de cartomancia, seguem aqui mais considerações que apreendi nesses cinco anos de blogagem aqui no Conversas.

Espero que apreciem.

Está cheio de ideias? Programe suas postagens dentro da regularidade proposta para o blog. 

Muitas postagens, seguidas de um ocaso de semanas, podem comprometer a legitimidade do seu blog. Vale mais a pena programá-las e ter um tempo para pensar em novos conteúdos, vivenciar mais profundamente os assuntos que aborda, e assim por diante. No caso aqui do Conversas, tem textos que demoram uma eternidade para saírem. Este mesmo, que você está lendo, começou a ser escrito em julho de 2013. Quase um ano entre a ideia e a publicação. 
A ideia me agradou, mas precisava pesquisar mais a respeito, observar mais, para poder oferecer conteúdo de qualidade. Nesse meio de tempo, outras postagens foram escritas. E, enquanto você lê esse texto, tem um monte ali na caverna do Conversas esperando serem lapidados para serem publicados. Fica então, implícita nesse tópico, outra dica: utilize com sofreguidão os Rascunhos do blog. Por um lado, uma ideia fantástica (ou nem tanto) não se perde por falta de ter sido escrita, por outro é possível maturá-la para torná-la inteligível (ou então, fantástica). 

Escreva corretamente e de forma clara. 

Por favor, nossa profissão é ligada à fala e à escrita. Comprometa-se com a sua língua.  Não precisa, necessariamente, usar a norma culta; isso dependerá do tipo de leitor que você espera e do teu próprio estilo literário. A primeira perspectiva define a segunda, acredite. Quanto mais claro você for na escrita, mais vontade o leitor terá de continuar lendo. Deixe esoterismos e termos técnicos para os momentos estritamente necessários. Muito cuidado com os lugares comuns dos textos cartomânticos, como energia (ô palavrinha mal utilizada, essa!), autoconhecimento, luz e amor universal, por exemplo. Conheça sinônimos, os salvadores de qualquer leitura truncada (aquele momento em que você consegue ler a mensagem, mas faltam palavras para reproduzir o que vê). E use MUITO o dicionário. Sim, assim mesmo, em caixa alta. Dicionário para tudo. Na dúvida sobre o significado de uma palavra, dicionário. Na dúvida se ela será bem interpretada, sinônimo. Encontrado no dicionário.

Escolha bem o layout do seu blog. 

Indispensável e imperdoável em contrário. Hoje em dia, cores escuras de fundo não funcionam tão bem. Os blogs que tem essa identidade tem muito mais tempo de existência que a sua vontade de escrever, ou seja, a identidade está sedimentada. Agora, se você está começando, é melhor se adequar ao que existe no momento. Conheça os layouts oferecidos pela plataforma que utiliza, verifique se é possível personalizar. E adeque-se ao padrão, pelo menos num primeiro momento. Com o tempo, seu blog também adquirirá identidade, e você saberá qual é o próximo passo. Agora, se você entende de design, vá fundo e crie sua identidade. 

No caso do Conversas Cartomânticas, o layout é trocado anualmente, em função do Arcano regente e do planeta regente do ano pela ordem caldaica. Essa é a identidade, esse é o caminho. Já sei que ano que vem a decoração será baseada na Justiça/Ajustamento e em Marte; mas tenho um ano pra pensar no processo.
Está com dúvidas, sem muitas ideias, acredita não conhecer muito do processo? A Fundação Bradesco, em sua Escola Virtual, oferece cursos gratuitos - online e semi presenciais - e entre eles, um de Ilustração e Design Gráfico para Web. É necessário conhecimento prévio de HTML - mas a própria Escola Virtual oferece.
Recomendo.
Agora, se você quer REALMENTE um trabalho bacana para o seu blog, contrate um profissional de Publicidade. O layout de 2013 foi feito pelo Euclydes Cardoso Jr., da DZI Comunicação, olha:

Esse foi o layout que eu fiz, para 2014 [que ficou no blog até a entrada do Ano Novo Astrológico]:

E esse foi o layout que a Chris Wolf fez, em cima da mesma ideia:

Gente, não preciso nem apontar o quanto eu sou pueril frente os dois, não é? São trabalhos maravilhosos. E sim, eu fiz tudo isso no Paint, a única coisa da qual me orgulho, rs. 
Se você não sabe como fazer, contrate quem saiba. Eu indico os dois. 

Escolha uma fonte agradável, e mantenha um tamanho legível. 

Monotype Cursiva, Frankenstein e Brush Script são lindas em títulos, mas tenta ler um texto inteiro nessas fontes, tamanho 12. Na dúvida? Arial. Sério. A ABNT agradece. Os seus leitores também. 

Aqui no Conversas uso Georgia. Acho bonita e legível. Nas apostilas do Conversas, uso Andaluz. E toda vez que fico em dúvidas, uso Arial.
Quer conhecer mais fontes? Clique aqui.

[continua...]

Feliz Ano Novo Astrológico! Com PROMOÇÃO! [encerrado]

Olá pessoal. Entramos no Ano de Júpiter!

Ainda que, astrologicamente falando, o tema seja controverso, acho muito bacana refletir sobre o ano a partir da experiência de um planeta. Somando a isso uma carta do Tarô, temos todo um tema de reflexão para um boooommmmm tempo. 

Esse é o Ano de Júpiter. O Grande Benéfico ocupa o lugar que o Grande Maléfico ocupou antes. Uma mudança diametral que promete grandes desafios. Acostumados que estávamos com Saturno, encarar Júpiter vai pedir, sim, uma certa adaptação.

E temos também, como Arcano Regente do Ano, a Carruagem. Tendo escolhido a rota ou não, vamos ter que seguir em frente mais rápido que esperaríamos! Um horizonte desponta cheio de oportunidades, e não dá tempo para pensar muito. É necessário agir. A sorte bateu à nossa porta, mas estamos confiantes para abri-la?

Acho que uma mudança de layout - como fazemos todo ano - é uma porta de entrada para oportunidades. É um momento no qual o próprio blog passa a fazer parte da vibração do ano novo, e cada vez que eu escrevo e cada vez que você lê, reafirmamos isso. 

Sendo assim, já que a sorte é nossa aliada, porque não começarmos o ano com promoção? Claro que começaremos!

Quer concorrer à uma caneca Conversas Cartomânticas exclusiva? Basta curtir a página no Facebook e deixar nome e e-mail aqui embaixo, nos comentários. Se você tiver blog ou página, terá mais uma chance de ganhar se colocar, no seu comentário, o link da imagem acima postada no seu blog ou na sua página.

Só existem três canecas dessas no mundo. Uma é minha. Uma é da Chris Wolf, a responsável pelo novo header. E uma pode ser sua.
O sorteio será dia 1 de abril.

Participe!!!

Sorteio

Então pessoal, bora revelar quem é @ ganhador@?

Os participantes foram:

01. Gabriela Amarello
02. Regina Guigou
03. Regina Guigou
04. Andréa Lisboa
05. Andréa Lisboa
06. Renata Neves
07. Luciana Mendes
08. Rosangela Galindo
09. Renata Vasconcelos
10. Sibilla Jamile
10. Sibilla Jamile
11. Iony Ming
12. Debora Ceccacci
13. Tânia Durão
14. Tânia Durão
15. Leandro Roque
16. Doraci Reis
17. Maria Luiza Dentzien
18. Narayana Donadio
19. Narayana Donadio
20. Leni Messias
21. Denis Maapelli
22. Juliana Cerquiaro
23. Paula Renata Xavier
24. Luciano

25. Christiane Carlier

E o resultado foi...

Juliana Cerquiaro!!! Parabéns!!!
Estou enviando um e-mail para poder encaminhar-lhe o prêmio.
Obrigado a todos os participantes, e até a próxima!!!

Das heranças da Golden Dawn: The Golden Dawn Tarot, de Robert Wang.

O Tarô da Golden Dawn é um baralho desenvolvido com o simbolismo da Ordem da Aurora Dourada, conforme o Liber T, um compilado das referências sobre os Arcanos utilizadas pela Ordem em seus rituais e meditações, que veio a influenciar a produção de Tarôs em todo o século XX. Conforme sabemos, as cartas de Tarô, para efeito de meditação, são mais que imagens. São portas.
Caso não leia em inglês, a versão em português do Liber T está disponível no livro Aurora Dourada, de Israel Regardie, publicado pela Madras Editora.
Embora a base dessas portas para outros níveis de consciência fosse o simbolismo adotado pela Ordem, a ornamentação era pessoal. Os membros eram convidados a inspirarem-se nas imagens desenvolvidas e atributos correlacionados para criarem seus próprios baralhos, compilando os símbolos. Dessa forma, o estilo e a técnica de cada autor mesclava-se à ideia singular que norteava a criação, gerando uma miríade de possibilidades de voltar à mesma Fonte. Podemos fazer um teste, observando alguns baralhos que partilham dessa mesma origem textual: Thoth, Rider, Hermetic, Iniciático, Liber T, e, com algumas ressalvas e adaptações, o Tarô das Bruxas. O baralho original da Golden Dawn, ao que parece, foi desenvolvido por MacGregor Matthers e pintado por sua esposa, mas tais cartas nunca foram publicadas e, sendo emprestadas aos membros para serem copiadas no processo de criação, em algum momento desapareceram, para o desespero dos colecionadores e amantes da arte.

O livro foi escrito e o baralho ilustrado por Robert Wang, sob orientação de Israel Regardie – o mesmo que citamos no texto sobre o Thoth Tarot e que foi homenageado no nove de ouros desse mesmo baralho, cuja efígie está representada nos glifos astrológicos de Marte e Mercúrio.
Este é um trabalho síntese. Publicado pela primeira vez em 1977, este é, portanto, o terceiro na cronologia dos baralhos desenvolvidos por membros da Ordem que obtiveram sucesso, estando atrás do Rider (1909) e do Thoth (1943). Suas imagens são delicadas e pueris, estando entre os traços marcantes de Pamela Smith e o rebuscado traçado tridimensional de Fireda Harris. A ideia aqui é, traduzindo em imagens, auxiliar o praticante a entender os ensinamentos da Ordem (aquilo que Waite buscou velar e Crowley revelar).
Os Arcanos Maiores respeitam a paleta de cores oferecida no 777 de Aleister Crowley (outro livro ainda não traduzido, infelizmente. O mais próximo que cheguei dessa tabela, em português, foram os livros da Ellen Cannon Reed: Tarô das Bruxas, editado pela Pensamento Cultrix, e o recomendadíssimo Cabala das Feiticeiras, editado pela Bertrand Brasil.) Como instigador da curiosidade, sugiro que vejam o uso do amarelo nos baralhos supracitados, em especial no nosso objeto de estudo de hoje, no primeiro Arcano: O Mago.

Waite, Crowley, Wang

A Corte é formada por Rei, que aqui é representado imageticamente como o Cavaleiro - Algo que Crowley eximiu para manter o baralho matrifocal - Rainha, Príncipe e Princesa. Como os atributos são os mesmos, não serão de todo estranhos para alguém que estude o Thoth Tarot. 

Thoth, Golden Dawn, Initiatory Golden Dawn

As cartas numeradas, por outro lado, possuem maior similitude com o Tarô de Marselha: uma ou mais mãos portam os atributos de cada naipe, inter-relacionando as quantidades em padrões geométricos - o que o aproxima do Marselha (e dos primeiros estudos do MacGregor Matthers)

Para conhecer mais sobre o pensamento de Robert Wang sobre este Tarô em especial, existe um livro de 158 páginas escrito por ele, sem tradução, e sobre o Tarô Cabalístico, em geral, é fundamental ler seu livro, homônimo. Uma das melhores sínteses em português sobre o assunto, serve de referência tanto para quem utilizar este baralho aqui, como para quem usar os demais listados. Para baixar, aqui.

Por que comprar esse baralho? Porque ele vai expandir sua visão do que é Tarô Cabalístico. Você entenderá o que são, inclusive, os atributos agregados aos baralhos clássicos que permitiram a elaboração de tantos baralhos transculturais. Verá seu baralho de coração com outros olhos, sobretudo se for o Rider Waite ou o Thoth. Talvez, nele, encontre o seu baralho de coração. 
Deseja adquirir baralhos USGames? Coelestium.

Como criar um blog de cartomancia. Ou: dicas para quem quer começar [PARTE 1]

Olá pessoal. Essa postagem, na verdade, é um auxílio para quem quiser criar seu próprio blog de cartomancia. Um blog para cartomancia é algo tão lugar comum que é complicado obter conteúdo de qualidade para nossas pesquisas. Mas não precisa ser assim. E, como o blog não deixa de ser o portfólio do cartomante, é melhor não ter um blog que ter um blog ruim. Nesses quatro anos de blog, reuni algumas dicas, oriundas da minha experiência - daquilo que deu certo e daquilo que deu definitivamente errado - assim como dos blogs que sigo, e daqueles que deixei de seguir, no primeiro caso pela inspiração que me oferecem, no segundo caso pela ausência de conteúdo ou, pior, pelo plágio.

Espero que apreciem, e que lhes seja útil.

Conheça (bem!) a cartomancia a que propõe escrever. 

Sem essa, nem adianta começar. Falo MUITO sério. De nada adianta copiar o que está em livros ou em outros blogs, por melhor que seja o conteúdo. É interessante você viver um tempo a cartomancia antes de se propor a escrever sobre. E também não é bacana criar uma “colcha de retalhos”, ainda que no começo todos façamos isso. Comecemos do básico: qual baralho você utiliza no seu trabalho? É um Marselha, um Waite, um Baralho Para Ver a Sorte, baralho comum? O que você pode dizer sobre os desenhos, a organização, as cores, as formas..? Já falaram sobre isso antes? Cite. Quem veio antes de você não descreveu o suficiente? Aprofunde. Você percebeu um detalhe e não encontrou ninguém falando sobre isso? Você viveu alguma experiência com o Arcano, seja em um jogo, seja em uma meditação, que o marcou?

Escreva. Muito. 

Nunca é demais lembrar: Cópia, além de tudo, é crime.
Estou preparando uma bibliografia para acompanhar o blog. Para breve. De qualquer forma, cito muitas das minhas referências, de forma comentada, no meu primeiro livro: Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao encerramento da consulta. 

Adquira material de qualidade para o seu trabalho.

Essa aqui é imprescindível. Quando falo de qualidade, falo de boa impressão, durabilidade, funcionalidade e especificidade. Por mais que possamos começar nossa jornada através de um "baralho de revistinha" - e foi assim mesmo que eu e mais um monte de gente começamos -  no momento favorável em que estamos, em que podemos contar com baralhos importados e nacionais pronta entrega, não há justificativa para usar baralhos de qualidade inferior. Colecionar, ok, mas trabalhar com um baralho inferior não agrega valor ao seu estudo nem ao seu trabalho. E, convenhamos, nada como usar um mesmo baralho por anos, sem que as cartas rasguem ou abram.

Sites de venda de baralhos que eu recomendo:

Amor, o Próprio. O trabalho da Priscilla Lhacer é impecável. Achou para mim baralhos preciosos e tem sido a melhor fonte de obtenção de baralhos da marca Lo Scarabeo. Venda pela internet, e nos melhores eventos do país.
De Keizerin Boutique. Loja da Socorro Van Aerts, excelentes baralhos europeus em pronta entrega, também. Adquiri os Lenormands mais preciosos da minha coleção com ela.
Coelestium. Pronta entrega de baralhos da US Games, assim como de outros elementos de magia cerimonial.
COPAG. Tarôs da AG Müller e Lenormands. O Baralho Para Ver a Sorte, o mais tradicional baralho Lenormand do cenário nacional, pode ser adquirido aqui.

Baralhos específicos:

Esmeralda Lenormand. O baralho mais surpreendente do ano. Adquira aqui.
Baralho da Maria Padilha. Desenvolvido por Eliane Artman, já está na sua terceira edição. Dentre os baralhos específicos, um dos mais encantadores e misteriosos oráculos que já pus a mão.

Leia blogs de Tarô, Cartomancia e afins.

É uma dica pari passu com as anteriores, mas possui sua razão de ter sido separada da primeira. Nem sempre a melhor ideia para um texto provém de alguém que trabalha com o mesmo assunto que você. Por vezes, eu achei referências a cartas que estavam quebrando a minha cabeça em blogs que não falavam absolutamente de cartomancia - por exemplo, temos os textos sobre macarrão, sanduíches e cartomancia. Mas, para eu ter certeza que era algo precioso para ser escrito, eu lia meus colegas para entender o que eles pensavam a respeito no momento, e se valia a pena escrever sobre. E ficava atento aos feedbacks, também, na seção de comentários.

Por outro lado, a gente aprende a escrever, lendo e escrevendo, nessa ordem. Então, ler outras pessoas do meio auxilia a escrevermos melhor. Cria-se um gosto estético, uma proposta, uma assinatura. Há quem escreva de forma poética. Eu prefiro escrever crônicas. 

Há espaço para todos os gostos. Mas é importante que você desenvolva um gosto pra chamar de seu.

Blogs que recomendo - são minhas leituras mais afoitas:

Blog de Tarô, Arieron Salik.
Tarô Virtual, Kelma Mazziero.
Tarô: leitura e escrita, Pietra di Chiaro Luna.
Café Tarot, Leo Chioda.
Zoe Tarot, Zoe de Camaris.
Via Tarot, Claudia Mello.
Zephyrus, Marcelo Bueno

De Lenormand:
LENORMANDO, Alexsander Lepletier
As Cartas Ciganas, Tânia Durão
Tzara da Estrela, Sonia Boechat

E, como única exceção - não é um blog, mas é uma das minhas fontes de reflexão mais efetivas dos últimos tempos - indico também a página do Facebook do Giancarlo Schmid. Dado nosso assunto ser blogs, abro essa única exceção. Evidentemente, porque vale MUITO a pena seguir.

Percebam que os blogs que citei - e que não são nem de longe os únicos que leio, mas são os que de fato eu leio mais - são completamente diferentes entre si, com propostas diferentes. Temos aqui blogs didáticos, explicativos, poéticos, imagéticos, vivenciais, experimentais. Isso porque eu só citei blogs de cartomancia - eu leio muitos blogs de variedades, também. É no cotidiano que encontro minha maior inspiração.
Todas facetas abordadas pelos autores dos referidos espaços são deliciosas, e eu tento explorar criativamente por aqui algumas delas. O Conversas Cartomânticas é um blog de conversas - com as cartas, com os leitores, com os profissionais - e, dentro dessa premissa, pode abordar todas essas perspectivas. Entendeu o que eu quis dizer com escolher bem uma identidade para o blog? Facilita muito as coisas, sobretudo quando você se propor a escrever algo diferente.

Atualize seu blog com regularidade. 

Perceba: regularidade, não frequência. A frequência é importante quando o conteúdo é de qualidade. Decidiu criar um blog sobre a carta do dia? Ok, a regularidade é importante, senão vira carta da semana, carta do mês, carta do bimestre... quando a proposta inicial era a carta do dia. 

Para um blog de cartomancia, postagens semanais são o ideal. Nem tão pouco que o blog fique parado, nem muito para que falte assunto. 

[continua...]

Blogagem Coletiva Conversas Cartomânticas: 32. Katharina Dupont e a Lua.

Katharina Dupont é artista plástica e taróloga, idealizadora e realizadora do projeto Entremundos Tarot.
Contatos em seu blog.
Sigamos com ela.

Se eu tivesse que usar apenas uma carta para definir o significado da carta da Lua quando ela aparece em uma leitura seria esta:

     Silêncio

Um silêncio necessário, respeitoso e sagrado para ouvir aquela vozinha que , quase sempre, é sufocada pelo turbilhão mental  e pelas emoções tumultuadas do dia-a-dia. A nossa tão querida e famosa intuição.

Silenciando a mente, essa faladeira inconstante, damos vazão a lampejos de intuição e permitimos essa consciência interna nos guie através das sombras e dos caminhos tortuosos de nossas vidas e desta forma encontramos as soluções criativas para nossas perguntas. Sendo ela também do naipe de Copas nos mostra toda a emoção e sentimentos positivos da leitura .Evocando os aspectos do Sagrado Feminino ela é ao mesmo tempo a nutriz e a geradora da vida durante a Cheia, a jovem destemida e sedutora na Crescente e a sabedoria da Anciã na Minguante.Nossa herança mágica ou não, tudo aquilo que é nosso por direito vem através dos alvos raios da Lua.

Mas cuidado com a Lua ao lado da Serpente, um inimigo oculto está bem próximo de você, desperte sua visão interior e não se deixe enganar por sorrisos falsos!!

Então da próxima vez em que ver a carta da Lua lembre-se: mantenha sua consciência sem pensamentos para que sua voz interior diga o que tem que saber.

Blogagem Coletiva Petit Lenormand: 31. Deborah Miranda e o Sol.

Olá pessoal. Estamos no último arco de cartas do Lenormand. Quem diria que chegaríamos tão longe! A sabedoria de tantas pessoas juntas construiu esse manancial de conhecimento, e novas parcerias e leituras certamente emergirão daqui.
Hoje contamos com a participação da queridíssima Deborah Miranda, falando de uma carta tão aguardada no jogo. Lembremo-nos, porém, que o sol não só aquece, como esclarece.
Sigamos com ela.

O sol, fonte de luz e de vida, todos os dias acorda para nos saudar. Às vezes fica escondido por detrás de nuvens claras, outros dias de nuvens escuras e densas, mas continua lá bem em cima a zelar sobre nós.

O sol é uma das cartas mais positivas do baralho cigano ou Lenormand que nos faz sentir filhos do amor divino. A força de sua luz nos impulsiona a buscar a superação e descobrirmos a grandeza do ser que somos atraindo a prosperidade, os êxitos e o amor. Com relação aos sentimentos, o sol esquenta este plano trazendo boa sorte e sucesso; um amor abençoado, quente e iluminado. Seu brilho traz para a vida do consulente a possibilidade de crescimento, de planos materiais bem sucedidos, traz harmonia e entendimento para os relacionamentos, prosperidade no campo financeiro, indica boa saúde, bons negócios e prediz vitórias. É uma carta que anula o negativo.

É um arcano com imenso poder espiritual, pois é uma carta relacionada ao orixá Oxalá, que é o pai maior dentre os orixás, o primeiro raio sagrado da umbanda, que trabalha em nós o sentimento de fé e religiosidade, vibra na cor branca e no elemento ar. Representa o crescimento, o desenvolvimento e a luz como centelha divina, a alma do consulente. Podemos enxergar as coisas melhor e ter a clareza que encontraremos saída para qualquer questão.

Palavras-chave: sucesso, vitórias, êxitos, prosperidade, realizações, crescimento, expansão, desenvolvimento, proteção, força, vitalidade, clareza mental, entendimento, superação.

Mensagem: "Que o sol esquente nossos dias e ilumine nossa caminhada com as bençãos de Oxalá!"

A Desgraça e o Soldado dos Sibillas Italianos. Ou: Uma homenagem ao Ramon.

Neste Sibilla, o Fogo se faz presente na Desgraça, incendiando

o navio, e o Soldado, ainda que armado, descansa. 

Abordaremos outros pontos, aqui.

Olá pessoal. Faz muito tempo que não falo sobre o Sibilla por aqui, mas não é por falta de estudo não. Contudo, uma conversa que tive com meu amigo Ramon iluminou esse tema, entremeando duas cartas. Não é da minha natureza buscar significados iluminados para cartas difíceis - é mais fácil encarar a dificuldade de maneira realista e meditar sobre depois do que durante - mas, por outro lado, quando consigo encontrar esses lampejos de luz na escuridão, acho justo agregá-los ao significado aplicável da carta.

As cartas escolhidas para o texto de hoje correspondem ao sete de Espadas (a Desgraça) e ao dez de Espadas (Militar). Naipe de Espadas, na Cartomancia, raramente apresenta situações palatáveis, e é disso que falaremos, a priori. O fato de não serem palatáveis não as torna menos importantes. Ainda que amemos encontrar no oráculo referências agradáveis e alívio para as nossas preocupações, a função principal do oracular transcende o nosso conforto pessoal. A ideia principal é orientar, direcionar, preparar, antever, precaver, antecipar e, por isso tudo, encarar de forma mais consciente o que nos pegaria de surpresa. Por isso um naipe tão importante, e por isso meu posicionamento em não suavizá-lo demais. Prefiro um bom aviso, bem dado, que um mau conselho. Alguém discorda?

A carta da Desgraça acompanha bem, dadas as devidas proporções, a carta da Torre, do Tarô. Sobretudo por uma perspectiva iconográfica, temos a representação de uma construção sendo incendiada. No primeiro caso, o incêndio já ocorreu, e os Bombeiros estão efetuando seu trabalho. No segundo, capta-se o exato momento da descida do raio. 

Em ambos os casos, uma surpresa.

Sugiro, para ilustrar melhor meu posicionamento a respeito desse evento, a leitura deste texto aqui, que escrevi para o Clube do Tarô. Como disse, dadas as devidas proporções, em termos simbólicos podemos aproveitar algo dele nessa conversa. Na verdade, isso já abre espaço até para outra reflexão, em que temos que colocar lado a lado o que é o símbolo e o que é a estrutura que norteia a leitura desse símbolo - um tema para uma outra conversa, em momento conveniente.

Mas comecemos do que motivou essa postagem.

Um amigo meu, o Ramon, passou no concurso para o Corpo de Bombeiros. Está, nesse momento, em treinamento. Desde que eu o conheço, ele é a própria definição do Soldado: compenetrado com seus planos, compromissado com seus deveres, disciplinado com seus objetivos. Um exemplo para mim [que sou tão bagunceiro, rs].

Esses dias, conversávamos pelo Facebook, e ele me contava da sua rotina no quartel. Uma rotina, como o esperado, rígida, mas previsível. Todo o processo de treinamento visa a obtenção dos predicados para o enfrentamento da realidade. O Ramon vai salvar vidas. Deve, portanto, estar pronto para isso, física e psicologicamente. É um processo árduo de lapidação do corpo e da mente, que visa, sobretudo, estar pronto para o inesperado, porque, convenhamos, salvar vidas inclui colocar a sua própria em risco.

Uma das edições do Arte da Guerra.

Só eu que me encantei pela ideia de

um livro de bambu?

Eu acredito que muito do interesse pelos samurais e pelo código samurai que tenho visto recentemente, assim como a reinterpretação para o mundo dos negócios d'A Arte da Guerra, de Sun Tzu, tem a ver com a nossa falta de preparo para a dificuldade, uma arte que demanda um certo tempo para ser apreendida. Porque não somos devidamente treinados na escola - por vezes, observando os rumos que os estudos da área de Educação estão tomando, vejo cada vez menos possibilidade de isso acontecer - já que a Escola deveria ser o primeiro espaço de respeito a uma figura de autoridade que, a priori, não precisaria desenvolver um vínculo de afeto com nenhum dos seus educandos. O professor. Olhando para trás, sim, eu desenvolvi um vínculo forte com MUITOS dos meus professores, e isso foi muito importante para mim, como pessoa. Mas houveram aqueles com os quais não houve vínculo. E eles executaram muito bem o seu trabalho, independentemente de eu gostar ou não deles. Minha única consideração em relação a eles, nesse caso, era o respeito à sua posição e hierarquia.

Não aprendendo a lidar com a hierarquia na escola, temos de lidar de forma um pouco mais dura com ela na vida, aonde a competição não permite justificativas. Uma das frases mais dolorosas que ouvi foi de um professor, que, ao justificar o número de evasões de um dos cursos que fiz, disse: "esse é um curso de excelência. É saudável que nem todos se vejam levando a cabo esse curso." Foi uma das maiores inspirações para que eu o terminasse - ou desistia, ou finalizava, e manter coisas pela metade não me soa agradável. Agradeço a esse professor, em especial, por ter me apresentado a realidade da situação ao invés de me oferecer conforto emocional.

Mas aqui, no meu caso, era uma questão intelectual, motivacional.

No caso do Soldado, falamos também de preparo físico. 

De pouco adianta toda a motivação do mundo diante de um corpo fraco. Não é de todo negável que seja possível obter resultados pela perseverança, mas não são resultados fáceis e nem imediatos. Enfrentando situações de risco, não se pode contar apenas com a boa vontade. O sofrimento, a dor, o cansaço, a desmotivação, o desespero, tudo isso vem antes. Tudo isso vem no treino. Porque no momento correto, nada disso terá importância. Apenas o objetivo, apenas o dever.

E o dever, no caso do Corpo de Bombeiros - que está ali representado, no canto inferior direito da carta - é ser a força quando a tragédia enfraquece todos ao seu redor. Não é oferecer alento emocional, a priori; é erradicar a situação que gera o desespero. É ser rápido no salvamento e na manutenção da vida com os primeiros socorros. É garantir salvaguarda no momento em que o ambiente não é seguro. 

Aprendi com o Ramon sobre Cartomancia. A primeira lição provém d'O Soldado: o preparo é imprescindível. Existem prerrogativas e hierarquias a serem seguidas. Isso lapida o caráter e o corpo para o combate. Em palavras do próprio Ramon:

O equipamento de trabalho primordial do bombeiro é seu preparo físico. Quando estamos nas alturas, no rapel, seja em cima ou embaixo, dependemos COMPLETAMENTE da força que temos nos braços. Quando uma vítima estiver se afogando, tivermos de pular e dar aquele tiro de alta performance, é BRAÇO forte.

A segunda lição fica implícita. Disciplina garante o preparo para que nada seja tão surpreendente a ponto de não haver uma reação. E, claro, de forma estrutural no jogo, quando a carta da Desgraça sair, ficarei bem atento aos seus derredores para entender se o preparo é suficiente para encará-la.

Parabéns, Ramon. Nós, teus amigos, nos orgulhamos de você. E, particularmente, valeu pela aula de Cartomancia que, sem querer, você me deu. E pelas dez flexões que eu paguei em solidariedade, também.