quarta-feira, 20 de março de 2013

Rei de Copas e a literatura, parte II: O Velho e o Mar.

Rei de Copas
Waite-Smith

Continuando nossa análise literária do Rei de Copas, cometamos um pequeno anacronismo que não afeta a simbologia proposta, e analisemos a carta do Tarô a partir de uma obra póstuma à seu lançamento: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.



Ernest Miller Hemingway (Oak Park, 21 de Julho 1899 — Ketchum, 2 de Julho 1961) foi um escritor norte-americano. Hemingway era parte da comunidade de escritores expatriados em Paris, conhecida como "geração perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein. 
Aos 18 anos, Hemingway foi para a Primeira Guerra Mundial trabalhar como motorista de ambulância para o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, na Itália. Enquanto voltava da distribuição de chocolates e cigarros aos soldados, ele foi atingido por um projétil lançado por um morteiro. Ele ficou inconsciente e com estilhaços espalhados na cabeça, braços e pernas. Segundo Hemingway, “quando você vai para a guerra ainda garoto, você tem uma grande ilusão de imortalidade. Outras pessoas serão mortas… não você. Então quando você é gravemente ferido pela primeira vez, perde essa ilusão e começa a acreditar que pode acontecer com você”. O autor não se lembra de como voltou para o acampamento após o incidente. (Fonte)



Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários relacionamentos românticos. Em 1952 publica "O Velho e o Mar", com o qual ganhou o prêmio Pulitzer (1953), considerada a sua obra-prima. Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1954.



O Velho e o Mar conta a história de um velho pescador chamado Santiago (qualquer semelhança não é mera coincidência). Apesar de muito experiente, Santiago encontra-se numa maré de azar, tendo ficado quase três meses - 84 dias - sem conseguir pescar um peixe.
Santiago possui um jovem amigo, chamado Manolin, que o incentiva a pescar. Na manhã do 85º dia, na sua pequena canoa, Santiago consegue um peixe, de tamanho descomunal (aproximadamente cinco metros de comprimento e 700 kg).
O peixe oferece muita resistência, e arrasta a canoa de Santiago cada vez mais para alto mar. Santiago sofre com o sol cegante e abre feridas nas mãos, de tanto lutar com peixe.
Depois de alguns dias, Santiago consegue finalmente matar o peixe e amarrá-lo à sua canoa. Porém, enquanto retornava a costa, sofre constantes ataques de tubarões.
Quando finalmente consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava a sua espinha, e Santiago estava sem forças. Os outros pescadores, vendo tamanho peixe, o maior que alguém já havia pescado, respeitam e ajudam-no, especialmente o jovem Manolin, que gostava muito do velho.


Príncipe de Copas
Tarô Iniciatório da Golden Dawn

Como Rei de Copas, o Velho nos mostra que mergulhar é preciso. Ir mais pra dentro, mais para o fundo, é preciso. Mas, ainda que a experiência seja rica, o resultado pode não ser testemunho para ninguém.
Desafie-se a isso.



Ah, um último detalhe, à guisa de desafio: muitos são os Reis de Copas por serem vistos. Reconheça-os... Se puder.
Abraços a todos.

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