quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

The Game of Thrones Lenormand: 08. Os Outros.


... A maior parte das histórias concordam que os Outros vem quando está frio. Ou então fica frio quando eles vêm. Por vezes aparecem durante tempestades de neve e somem quando os céus se limpam. Escondem-se da luz do sol e emergem à noite... ou então a noite cai quando emergem. Algumas histórias falam deles montados em cadáveres de animais mortos. Ursos, lobos gigantes, mamutes, cavalos, não importa, desde que esteja morto.  (...) Alguns relatos falam também de aranhas gigantes de gelo. Não sei o que elas são. Homens que caem em batalha contra os Outros precisam ser queimados, caso contrário os mortos voltarão a se erguer como seus servos.

Samwell | Festim dos Corvos, 75-76

Olá pessoal. Hoje falaremos dos maiores antagonistas d'As Crônicas de Gelo e Fogo: os Caminhantes Brancos, ou como são chamados costumeiramente, Os Outros. De todas as criações de George R.R Martin para As Cronicas de Gelo e Fogo, os Outros (The Others, White Walkers) são a maior delas [1].
A aparência da criatura depende completamente da condição do corpo quando foi levantado. Alguns são vivazes, enquanto outros estão realmente apodrecidos (apesar do processo de apodrecimento ficar interrompido). Todos são facilmente identificados por seus olhos ficarem azuis brilhantes e suas mãos e pés pretos e inchados com sangue congelado. Criaturas são supostamente atraídas por sangue quente e atacam com força surpreendente. Parece que as criaturas ainda retém pelo menos um pouco da memória passada.
Estando mortas, criaturas não sentem dor e irão continuar lutando independente de ferimentos. Apesar de poderem ser parados com desmembramento, as partes continuarão a se mexer se forem separadas do corpo. Quando uma criatura é destruída, o azul desaparece dos olhos. Eles são altamente inflamáveis e irão ser consumidos rapidamente pelas chamas ao serem incendiados. É desconhecido até o momento se criaturas podem cruzar a Muralha sozinhos, apesar de que corpos trazidos através da muralha aparentemente são reanimados como criaturas.
Os Outros, como são normalmente conhecidos nos livros e também no script do piloto da série de TV, foram depois renomeados como 'Caminhantes Brancos'. Apesar de os produtores não comentarem diretamente o motivo da mudança de nome, os fãs especulam que tenha sido para evitar as similaridades com os Outros da série de TV 'Lost'. Além disso, nas séries os Outros/Caminhantes Brancos tem uma aparência muito diferente da mostrada no livro, aparecendo como sombras escuras com feições faciais brutais. [2]


Os Outros aparecem no primeiro episódio da primeira temporada e no último episódio da segunda temporada. 


Aguardemos a terceira.


Se a carta dos Outros sair em uma jogada, prepare-se para dar de frente com algo que você não tinha interesse, que foi empurrado para baixo do tapete. Aquilo que apodrece, fede - e o que fede, chama a atenção. Ainda que os Outros não tenham cheiro, eles voltam com aquilo que a Morte lhes tirou - a ação. E é preciso reagir. O medo corta mais profundamente que as espadas, e o gelo é um dos mais afiados objetos cortantes.
Essa carta desperta o medo, o frio, traz à tona aquilo que você quis ou quer esconder. As cartas ao derredor dirão se você vencerá o desafio de se confrontar com aquilo que julgava morto e enterrado.
Saiba dar atenção aos pequenos detalhes. E saiba deixar ir aquilo que precisa ir. Da maneira correta.
Essa carta perde o poder perto da carta 31. O calor dissipa os Outros.

Até a próxima, pessoal.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Jornada do Louco em sua Autodescoberta: A Justiça.


O Herói passou pelo primeiro portal. Ele firmou as pernas e é agora um homem. Ou, pelo menos, pensa que é  - e é bom que pense, mesmo. E agora ele defronta com os aspectos mais elevados daquilo que costumeiramente foi chamado de “certo” e sua contraparte, o “errado”.

Se pararmos para pensar um pouco, é como se ele retornasse, numa espiral ascendente, à experiência do sexto Arcano. Lá, ele pôde escolher. Aqui, forçosamente ele tem que escolher o correto. Lá, ele teve o apoio do anjo flecheiro. Aqui, ele só tem o peso do próprio coração, a terra de ninguém onde deuses e homens se calam num deserto sem fim. A casca do coração é sentimento, mas seu interior é oco – só assim é capaz de conter sangue e amor. Nos Enamorados, o Herói conheceu a casca; na Justiça, ele conhece o Vazio. Esse Vazio vai ser visto novamente, mais à frente, mas é confortável que a priori ele seja razoavelmente humano.

Justiça
Ancient Italian

Esse silêncio da sala da Justiça – sim, ela está em uma sala – é aterrador. Ele já conheceu as paredes seguras do templo da Sacerdotisa, onde a escuridão lunar era confortável como útero de mãe. Aqui, ao contrário, ele se vê diante do frio, do impessoal e do irredutível apelo da sua própria consciência (sugiro a leitura de William Wilson, para maior aproveitamento desse momento da jornada).
A Justiça é a única carta que consegue sustentar sem esforço a Espada. Existe um motivo para isso: ela não é humana, no sentido estrito da palavra. Ela é causa e resultado de ações humanas, mas está para além de todas elas. E, por isso, o medo e o frio da sala da Justiça apontam para uma virtude a ser desenvolvida. A elaboração de projetos e metas. A resiliência. Antever os obstáculos e perseverar em busca dos resultados. A Justiça é atemporal, mas o que ela pesa está em uma relação de tempo e espaço. Só porque ela está fora não indica que ela não participe (ativamente, inclusive).
A Justiça é a primeira virtude Cardeal de quatro que encontrar-se-ão na Jornada. Ela é a primeira porque ela é a visão de todas as outras. Sem enxergar com os olhos certos, é impossível encontrar as demais. Sua aparente intangibilidade se deve ao fato de que, embora seja uma experiência própria da espécie humana, é individual e intransferível a sua aplicação. Ainda que, num jogo de aproximação e afastamento, seus resultados escapem aos dedos de quem julgava lhe controlar.
A Justiça porta uma espada e uma balança. A espada “destina-se a eliminar a ignorância, a autocomiseração e todas as outras ilusões a respeito da vida. Isso propicia uma visão mais clara de nós mesmos.” A balança “representa a nossa capacidade de avaliar as experiências quando deparamos com elas, compreendendo claramente seu lugar na ordem das coisas.” (DICKERMAN: 1994, 167)
Lembremo-nos que só se pode julgar uma pessoa emancipada. Uma criança, uma pessoa fora do seu juízo normal, não pode ser julgada. Ou seja: aqui o Louco despe sua última capa. Ele não é mais criança e não é mais irracional. Ele está pronto para ser julgado. 
As férias acabaram faz tempo, mas é aqui que percebemos isso.
Se você tirou a Justiça como carta de Separação, acho melhor você ouvir a música "Não vou me adaptar" e perceber como ela tem escrito a sua história. Não está na hora de uma nova trilha sonora? Se você tirou essa carta como Iniciação, está na hora de se tocar de suas responsabilidades. Ser adulto tem lá as suas vantagens. Ser honesto também. Ser verdadeiro, mais ainda. E nenhum desses estados de ser é fácil, mas o que seria de nós sem desafios? Se você tirou essa carta de Retorno, é momento de você colher os frutos que plantou. Causa e efeito, por vezes nos esquecemos que é uma lei, não uma opção. 
Os exercícios propostos e a bibliografia utilizada estão em um arquivo PDF. Para baixar, clique aqui. Caso queira conhecer outras versões dessa carta, clique aqui.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Blogagem Coletiva: Meus cheiros preferidos.


Eu me perfumo para intensificar o que sou. Por isso não posso usar perfumes que me contrariem. Perfumar-se é uma sabedoria instintiva. É bom perfumar-se em segredo.

Clarice Lispector



Aceitando a proposta do blog Café Entre Amigos, vou falar hoje dos meus dez cheiros preferidos. Mas, além disso, ou talvez por isso, falemos também de cartomancia. Afinal de contas, conforme a proposta do blog, “o sentido do olfato é o mais sensível e especializado de todos os sistemas sensoriais, é que parte do nosso cérebro é responsável pelo sentido do olfato (chamado sistema límbico) que controla as emoções e memórias, por isso, às vezes, ao sentirmos o cheiro de algo, imediatamente uma lembrança, seja da infância ou de alguma época, imediatamente vem à tona.” E, quem conhece seus sentidos, encontra nas cartas outras respostas. Mais completas, talvez; mais complexas, certamente.
Dez cheiros, certo. Relacionados à Cartomancia. Vamos lá. 

1. Cheiro de baralho novo. Imbatível. Aquele momento em que você rasga o fitilho e o papel passa a ser ferramenta e atitude. Um momento único para cada baralho.
2. Cheiro de baralho velho. É, outro cheiro imbatível, talvez melhor que o cheiro de baralho novo. O baralho surrado, suado, vivenciado e utilizado por anos tem um cheiro específico que, ainda que seja uma mistura de suores, não é nem de longe ruim como as palavras levam a crer. É um cheiro rico, de mãos que se entrelaçaram em destinos ilustrados por aquelas cartas. O mais curioso é que, entre os baralhos que tenho e baralhos de conhecidos, não necessariamente cartomantes, o cheiro é o mesmo – um baralho de bar, de truco, cheira idêntico a um baralho de Tarô surrado pelo uso.


3. A série Tarot, da D & G. Eu tive a oportunidade de experimentar o Le Bateleur, que é o meu perfume escolhido entre todos (na verdade, não quis nem experimentar os outros, inspirei Le Bateleur e não quis saber de ter opções). Confira as fragrâncias aqui.


4. Cheiro de livro novo. Abrir um livro é sempre uma experiência rica. Quando o livro é novo, a assinatura da tipografia ainda está ali, aromatizada. É algo único.


5. O Perfume, de Patrick Süskind. Quem não leu esse livro, precisa ler. Ok, o filme é maravilhoso e faz jus ao livro, ipsis litteris no que concerne ao enredo. Mas a experiência de “cheirar” algo através de uma descrição literária é algo fantástico. A descrição que o autor faz do cheiro humano faz todo o sentido. Dá para “sentir” o cheiro enquanto lê.
"... as pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras sedutoras. Mas não podiam escapar ao aroma. Pois o aroma é um irmão da respiração - ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver. E bem para dentro delas é que vai o aroma, diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre atração e menosprezo, nojo e prazer, amor e ódio. Quem dominasse os odores dominaria o coração das pessoas."
O Perfume | Patrick Süskind. 

Para quem gosta de ler em inglês, temos um link aqui, ou então, vale a pena dar uma garimpada na Estante Virtual.
6. O Vaporizador de ambientes Protect, do Atelier Nivia Peggion. As fragrâncias masculina e feminina são impactantes. Recomendo veementemente.
7. Incenso. Ok, não é algo fundamental numa leitura cartomântica, mas quando o aroma se eleva, a relação fumaça/aroma nos enleva. Cria, evidentemente, uma atmosfera que permite um melhor desenrolar da consulta. E, reconhecendo a função e a atribuição dos aromas, acabamos por gerar um efeito benéfico no consulente para além daquele proposto pela consulta.
8. Café. Para mim, o aroma suplanta o sabor. É sério. Eu cresci em uma casa a um quarteirão de uma torrefação de café. Toda manhã, o aroma do café torrado tomava conta do bairro, e eu era envolvido em todo aquele aroma, tomando o sol da manhã. Indescritível.


9. Ramalhete de Flores. Não é mais tão convencional quanto deveria ser, e eu ainda prefiro cultivar a cortar flores. Mas o aroma de um ramalhete é algo singular. Assim como a felicidade que a carta 09 do Petit Lenormand traz.
10. Velas de cera de abelha. Ah, se não fossem tão caras... Mas são maravilhosas. Deveríamos acender uma vela de cera de abelha pelo menos uma vez na vida.

E você? Quais são os seus cheiros favoritos?
Abraços a todos. E um cheiro.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

The Game of Thrones Lenormand: 07. A Serpente Melisandre.



Melisandre de Ashai, feiticeira, umbromante e sacerdotisa de R'hllor, o Senhor da Luz, o Coração de Fogo, o Deus da Chama e da Sombra. Melisandre, cuja loucura não se podia deixar espalhar para lá de Pedra do Dragão.
A Fúria dos Reis, p.19.


Melisandre é a sacerdotisa de R'hllor. Vem da cidade oriental de Asshai, ela juntou-se à comitiva de Stannis Baratheon (Carta 11 do Game of Thrones Lenormand), acreditando que este é Azor Ahai renascido, um herói destinado a derrotar o Grande Outro, a antítese do seu deus e, assim, tornou-se uma conselheira próximo dele e de sua família.
Melisandre tem uma grande beleza, com longos cabelos cor de cobre polido e pele pálida e sem mácula. Ela é magra e elegante, e mais alta do que a maioria dos cavaleiros. Ela tem seios fartos, cintura estreita, e um rosto em forma de coração. Sua voz é sonora, com um sotaque exótico. Como é o costume dos sacerdotes vermelhos de sua fé, ela usa roupa vermelha, geralmente longos vestidos de seda. Ela nunca está sem a sua gargantilha de ouro vermelho que se encaixa confortavelmente em volta do pescoço. Quando ela faz magia, o rubi brilha com grande poder. É possível que o nascimento dos dragões de Daenerys (carta 17 do Game of Thrones Lenormand) tenham aumentado os seus poderes. Melisandre é uma mulher misteriosa, confia completamente no poder de seu deus e nas visões que ele lhe concede nas chamas (carta 31 do Game of Thrones Lenormand). Ela calmamente rebate todos aqueles que duvidam dela e ridiculariza os seguidores de outros deuses. Ao contrário de muitos outros com habilidades divinatórias, ela tem total confiança na sua capacidade de interpretar corretamente as visões. Melisandre diz que tem praticado a sua arte por "anos além da contagem" e pode ser muito velha.



Como a Serpente, carta 07 do Game of Thrones Lenormand, Melisandre não é má  (quem poderá dizer que algum personagem de George R. R. Martin é puramente mau?), mas suas atitudes não tem limites. Ela não vê obstáculos nos caminhos dela em direção à obtenção dos desígnios do seu deus. E, justamente por isso, não temos como saber quem são seus peões. Todos são. Todos podem ser.
O veneno de Melisandre é forte e temperado com fogo. Quando essa carta surge no jogo, é importante perceber a quem é que você está servindo. Assim como, evidentemente, saber a quem é que você está causando mal por pensar unicamente em seus interesses.
Evidentemente, essa carta pode representar um inimigo. Mas, cuidado com ele: não é alguém que possa se enfrentar em combate direto. Não é alguém que se possa enfrentar de peito aberto. Não se brinca com veneno.




Melisandre é interpretada pela atriz holandesa Carice van Houten. Ah, e para quem não conhece o trabalho da atriz, ela também é cantora! Abaixo, a música Particle of Light, deliciosa! Vale a pena ouvir. 

Abraços a todos, até o próximo post.
Ah, em tempo: já está disponível o novo teaser da terceira temporada! Assista aqui.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Baralho Cigano da Fábrica do Baralho.


Olá pessoal. Esse baralho foi para mim uma das maiores surpresas agradáveis de 2012. Quem costuma adquirir baralhos aqui no Brasil sabe que os padrões se repetem ou, quando o baralho é de arte singular, o papel não dura. Para quem os utiliza profissionalmente durarão um ano, talvez, com maior cuidado no uso, e menos tempo se o baralho for utilizado como ferramenta diária. As bordas esgarçam, a cor esmaece, o baralho empena, entre outros problemas oriundos única e exclusivamente da natureza do papel utilizado na impressão.

Evidentemente, o custo desses baralhos é baixo, e são encontrados em quase todas as casas de artigos esotéricos ou de umbanda. Se não pelo amor às imagens, não há motivo para grandes apegos – são baralhos para serem de fato usados e descartados, ritualmente ou não.
O Baralho Cigano da Fábrica de Baralhos é uma exceção à regra. O primeiro impacto que tive com esse baralho foi em relação ao papel. Aveludado. Embaralha delicadamente. Fosco – nada pior que uma carta que revela mais a luz da vela que a ilumina que a mensagem a que se propõe. O acuro é indiscutível, o acabamento é impecável. 

Suas imagens são originais, diretas e ricas, cada atributo está no seu lugar. A carta das Nuvens (carta 06) possui uma montanha, algo que pode confundir no início, mas não é nada que atrapalhe a leitura. Os Trevos (carta 02) acompanham o modelo do Lenormand Piatnik, que auxilia na familiarização tanto os praticantes da Escola Brasileira quanto da Escola Europeia. Mantém os naipes, algo que para mim é fundamental. Suas cores são ricas, lembrando o Lenormand ASS. Seguindo uma tendência europeia, é o primeiro baralho brasileiro a não possuir bordas, o que gera uma experiência singular no momento em que dispomos a Mesa Real.
O folheto que o acompanha foge à "regra" de manter o mesmo texto, já obsoleto, que temos nos livretos que acompanham os baralhos brasileiros.
O custo-benefício é evidente. Bom, muito bonito e acessível, durável. As experiências de colegas de ofício com tais cartas corrobora seu bom uso. Tenho o utilizado desde a Mystic Fair São Paulo, e ele mantém suas características, atestando sua durabilidade. Um baralho para a vida toda, ou para grande parte dela.
Aos professores de Cartomancia que assim desejarem, é possível personalizar o logo de sua escola no verso das cartas.
Para adquiri-lo, visite a Fábrica do Baralho.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Jornada do Louco em sua Autodescoberta: A Carruagem.



Se quiser ter uma experiência mais intensa da leitura desse texto, coloque essa música aqui para carregar. Depois comece a ler.

Carruagem
Ancient Italian

Olá pessoal. Esse é um ponto crítico e fundamental da Aventura do Herói. A Carruagem é uma Iniciação, a primeira de três. E, como toda Iniciação, ela tem os seus perigos e melindres próprios. Tolo aquele que se sente pronto para ser iniciado: a iniciação é como uma estreia no teatro, ou a primeira vez que se entoa uma canção, ou quando se entra em combate em um campeonato, ou quando se presta um vestibular. Você pode ter treinado, estudado, se dedicado integralmente ao pré-processo, mas é o evento que faz seus esforços valerem a pena... ou não. Ninguém quer nadar, nadar e morrer na praia, mas querer, poder e ocorrer são verbos diferentes que dialogam em um evento só.
O Herói aprendeu a lição dos Quatro Sábios. Descobriu que isso não era o suficiente. Se, com a devida humildade, está na hora do primeiro passo consciente. Se, imbuído de orgulho, está na hora do primeiro passo à derrocada. E o curioso, e perigoso, aqui, é que ambos os passos são possíveis e não há ninguém que possa demovê-lo do seu movimento. O Herói vai a caminho do seu destino, seja ele qual for. 
Se tomarmos geometricamente os Arcanos V, VI e VII (lembra que disse que o Arcano V preparava a vivência dos outros dois?), temos três triângulos ascendentes. O primeiro, formado pela cabeça dos noviços, tendo por vértice superior o próprio Hierofante – a sabedoria da Tradição. O segundo, formado pela linha das cabeças das personagens humanas, tendo como vértice superior o Anjo – o Chamado. E agora, na Carruagem, a base é formada pelas cabeças dos cavalos tendo por vértice superior a cabeça do próprio Herói – é a tomada das rédeas do próprio destino (ou pelo menos, a tentativa de algo próximo a isso, como descobriremos adiante).
É hora de dar o “primeiro” passo. Sem esquecer todos os passos anteriores, que permitiram o “primeiro passo”. O Herói engatinhou até agora. Suas pernas estão firmes. É hora de caminhar.
Você tem coragem? Vai precisar.
Se você tirou essa carta na posição de Separação, entenda que as dificuldades de compreensão que você vem sofrendo decorrem do fato de você ainda buscar a aprovação dos outros, como medida de segurança. Até funciona no começo, mas vale a pena sentir-se tão incomodado por isso? Creio que não. Reveja seus conceitos. Se você tirou essa carta para a Iniciação, é momento de você colocar em andamento seus planos. Está tudo no lugar certo. Para quê medo? Você não perderá nada. Na pior das hipóteses, adquirirá experiência. Na pior. Imagine o que há de melhor por vir? Tudo é lucro nesse caso. Se você tirou essa carta na posição do Retorno, bem, veja que você não está ainda satisfeito. Até mesmo o retorno pode ser uma nova aventura – depende para que posição você se direciona. 
Os exercícios propostos e a bibliografia utilizada estão em um arquivo PDF. Para baixar, clique aqui. Caso queira conhecer outras versões dessa carta, clique aqui.
Direcione-se bem.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Da magia cartomântica: Seed Paper.


Olá pessoal. Nesses tempos, tenho pesquisado (e muito!) sobre a magia cartomântica. Lembrando que magia é, conforme Aleister Crowley, a perspectiva de mudar situações pelo uso da Vontade, e cartomântico relaciona-se a qualquer baralho, voltado ou não para o uso místico, me questionei profundamente sobre como aplicar um uso mágico às cartas.
Sou reticente em afirmar que esse potencial lhes é intrínseco. As imagens dialogam com quem as observa. Mas o suporte, não necessariamente. Podemos ter as mesmas imagens em papel, ou ilustrando uma camiseta, ou pintadas em um quadro, ou tridimensionalizadas em esculturas. O potencial simbólico está ali.
O ato de embaralhar e dispor é bidimensional. O ato de virar as imagens também pode ser considerado bidimensional. E a divinação utiliza, justamente, do potencial de ocultamento que a bidimensionalidade proporciona. Um lado eu vejo, o outro não. Um lado é singular – cada um possui sua imagem própria – o outro é plural – todas possuem a mesma imagem.
Mas, tratando-se de magia, a escolha, a meu ver, deve ser consciente. Eu atraio pela imagem aquilo que desejo, e do meu desejo atraio aquilo que a imagem representa, num ir e vir consciente do objetivo final do ato. E, nesse ponto, é necessário escolher tudo. A consciência deve ser global.
Por isso, não utilizo normalmente baralhos completos em intervenções diretas (queimar cartas, por exemplo). Imprimo cartas. As doto de cores. Acresço formas, se necessário. Mas ainda tinha algo que me incomodava, e que fazia diversas experiências: o suporte. O papel.


Essa questão se resolveu quando me deparei com o Seed Paper. O papel que vira flor. Um papel que, após o uso, pode ser plantado e germinar lindas flores (cravo túnico sortido (ou cravo francês), boca de leão, camomila, manjericão, pimenta, rúcula). O papel é maravilhoso. Cuidadosamente confeccionado. E, sinceramente, percebi, ao tocá-lo, que ele é feito de fato com amor. Há acuro, há empenho. Há pesquisa, também, mas vê-se no papel a marca da experiência de quem o produz. 
Sua principal característica é ser um papel reciclado artesanal, produzido por jovens de baixa renda, com alto índice de vulnerabilidade social, na cidade de Atibaia, interior de São Paulo.
O processo de fabricação, apesar de totalmente artesanal, segue normas de proteção ambiental, com reaproveitamento de água sempre que possível e sem corantes químicos.
Pode ser impresso em impressoras jato de tinta, a cores com qualidade fotográfica, frente e verso, com tinta à base d'água para não contaminar as sementes ou por serigrafia.
Tudo que vai ser lido e depois descartado pode (e deve) ser impresso em papel semente.


O processo do plantio é muito fácil: Molhe o papel. Plante-o em terra fértil. Regue diariamente, ele germinará por volta de 20 dias após o plantio. Continue cuidando normalmente.
Particularmente, tenho tido experiências maravilhosas. E, nesse Ano dos Enamorados, experimentarei plantar a carta. Concentrar-me nos seus significados mais elevados. E cultivar um ano perfeito. 
Ah, e eu também acresci ao meu Livro das Sombras algumas páginas de Seed Paper. Para serem plantadas no Sabá. Para rememorarem o ciclo de transformação que deve acompanhar a escrita desse livro. Para lembrar que somos únicos, mas não os mesmos. Estamos sempre em transformação.
O papel semente pode ser adquirido por e-mail, através do contato@seedpaper.com.br.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Conversas Cartomânticas: Luciana Lebel e o Tarô Memes


Tarô Meme by Luciana Lebel

Olá pessoal. Pouco tempo depois de eu entrar para o Facebook, dei de cara com o Tarô Meme. Foi identificação imediata. Quando vi o Arcano VII, meu arcano regente, por sinal, me identifiquei de tal feita que se tornou meu avatar. E estava há tempos querendo bater um papo com a idealizadora, Luciana Lebel. Havia a conhecido pessoalmente na Mystic Fair Rio, mas não tivemos tempo de conversar muito. Uma lacuna que pretendo sanar em breve, mas para tal intenção, esse bate papo é um primeiro passo.
O Tarô Meme é para pensar. Para pensar em transculturalidade, em contemporaneidade, em conexão psíquica e acepção dos significados. Open your mind. Have a brave new world.


1.Fale-me um pouco sobre você. Qual é a sua formação? Como surgiu o Tarô na sua vida? Qual é a linha de raciocínio que você segue em suas interpretações?
Sou Luciana, tenho 33 anos, carioca, formada em publicidade e psicologia. O tarô está na minha vida faz uns 15 anos, mas ele surgiu ainda antes quando meu pai não me permitia tocar no baralho dele, porque não era coisa de criança. Porém, claro que isso me deixou mais curiosa e depois acabei entrando em contato com o tarô através de revistas, feiras esotéricas, pessoas do meio, o que me levou a querer estudá-lo e investir em livros e cursos. 
A minha linha de raciocínio na interpretação do tarô geralmente segue um modo mais terapêutico, conceitos da psicologia se mesclam, como também tem o lado da previsão.

2. Como surgiu a ideia do Tarô Meme?
As redes sociais, especialmente o Facebook, fazem parte do cotidiano da grande parte das pessoas. Apesar da origem dos memes que conhecemos vir do 4chan, isso se espalhou por toda a rede, nas mídias sociais, em sites de entretenimento. Foi uma expansão viral, o que parece demonstrar que tais expressões ilustrativas transmitem de modo rápido nossos pensamentos e sentimentos. Além disso, são uma piada! Quando você entende e ri de uma piada, é porque de algum modo quase telepático aquilo fez sentido, está incorporado. Os memes apesar de parecer apenas um desenho tosco, dizem tudo de um modo muito objetivo e divertido. Eles são como um palavrão, demonstram de uma vez, sem eufemismo. 
Além disso, as expressões faciais do ser humano já surgem desde que somos bebês, existe algo de arcaico nisso, por isso talvez os memes atinjam rápido o alvo e humanizem um meio onde a comunicação pode ser dura como a internet. Muitos deles são derivados de rostos de celebridades e situações comuns, o que deixa tudo muito mais engraçado, afinal, mazelas e alegrias nos unem.
E então, na convivência com este mundo virtual e jogando cartas, lembrava dos memes, ficava imaginando os personagens dos arcanos - cuja expressão é em grande parte Pokerface - se eles pudessem expressar uma cara, qual seria?E qual cara teria mais relação com o conceito desta carta? Então, fui testar!

3. A proposta é contemporânea e, como tal, facilmente inteligível para quem conhece os significados propostos para os memes. Você acredita que o inverso é verdadeiro, ou seja, a partir dos memes é possível entender o processo cartomântico e simbólico?
Se a pessoa conhece os memes, acredito que ela entenderá parte do afeto envolvido no arcano. Acho que oferece uma ponte, mas os arcanos podem ser mais profundos e o meme mostrar apenas uma faceta, uma característica da carta, deixando ainda um monte de sentidos para se descobrir. Por exemplo, coloquei Forever Alone para o eremita, mostrando o aspecto “sozinho”, daquele sujeito que se sente isolado e que sempre confunde se estão chamando ele, ou outra pessoa atrás dele. Mas tem uma série de outros significados além de solidão para o arcano do eremita como bem sabemos. Ainda sim, acredito ser possível que os memes ofereçam algumas sacações para o leigo. Alguma coisa ele vai captar!

4. Esse tarô é passível de utilização em uma consulta? Ou seria apenas para coleção?
Acredito que pode ser útil para consulta para quem já domina o tarô. No mínimo, gera uma consciência forte do tipo de postura que se está tomando e um momento de “rir de si mesmo”. É a função da comédia, nos dar um espelho do nosso ridículo e trágico. Então, se você tira uma carta gozando da sua situação, talvez você possa rir dela e contorná-la com o espírito de iniciante do bobo. Porém, reafirmando, o meme que escolhi para cada arcano reforça apenas uma faceta da carta. Em algumas delas, enxerguei mais de uma opção de meme. Um arcano pode ter outras caras.

5. A intervenção foi feita em cima de um Marseille. Seria possível manter os mesmos memes para outros baralhos ou o projeto é exclusivo para esse baralho?
Eu sou apaixonada pelo Marselhão. Amor antigo, foi meu primeiro, a gente nunca esquece. rs Ele tem ilustrações ao mesmo tempo toscas e ao mesmo tempo cheio de significados, e por isso achei que ele era perfeito para inserir os memes, visto que segue a idéia do traço simples e da imagem chapada com poucas cores. Mas claro, que é possível colocar memes em outros baralhos. Vai depender da estética de quem o fizer!rs

6. Existe plano de publicá-lo? (Eu compraria, rs!)
Não, na mais sincera realidade, eu fiz apenas por diversão. Você acha uma boa idéia publicar?rs Eu sempre estou associando tarô a imagens do contemporâneo. Na comunidade que administrava no Orkut, fiz um projeto coletivo de associar acontecimentos e pessoas com as cartas, tudo foi por votação e sugestão, onde surgiu então um outro baralho chamado Tarô Person@Como eu trabalho com artes gráficas, imagens, acabo realizando as pirações. Eu sempre estou vendo tarô em tudo.

7. Você pretende estender o projeto para os Arcanos Menores?
Acho que os arcanos menores do Marselha não dão muita margem, mas seria possível sim, apenas teria que criar uma padronização para isso. Mas no momento, não é algo que pretendo estender. Mas espero que todos possam se divertir com os arcanos maiores do Tarô Meme!

Gratidão, Luciana, pelo carinho e disponibilidade. E, claro: por esse baralho divertidíssimo!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

The Game of Thrones Lenormand: 06/28. As Nuvens de Ned Stark.



Olá pessoal. Essa é uma possibilidade para a carta 6, como também para a 28; depende do ponto de vista (e da Casa) de cada um. Essa postagem está recheada de spoilers sobre toda a primeira temporada e todo o primeiro livro. Leia por sua conta e risco.


Eddard Stark, também chamado "Ned", chefe da Casa Stark, Senhor de Winterfell, Senhor Supremo do Norte, e Guardião do Norte. Ele e Catelyn Tully tem cinco filhos e ele tem um filho bastardo, Jon Snow.
Após a morte de Jon Arryn, o Rei Robert viajou para Winterfell para pedir a Eddard que substituísse Arryn como Mão do Rei, o conselheiro mais próximo do monarca. Ned teria preferido recusar o pedido, mas foi para o sul pelo pedido da sua esposa para investigar a morte de Arryn. Nesse momento ocorrem os eventos entre Arya, Sansa e Joffrey, com o sacrifício de Lady e a expulsão de Nymeria.


Ao chegar a Porto Real, Eddard ficou chocado ao saber que a coroa estava altamente endividados devido à extravagância de Robert, e Arryn e o Pequeno Conselho nada fizeram para o conter. Robert decretou que um grande torneio deveria ser realizado em honra da nomeação Eddard como Mão do Rei, que Ned tentou sem sucesso impedi-lo. O torneio, com uma justa, corpo a corpo, e concurso de arco e flecha, os atraíram cavaleiros e aproveitadores de todos os cantos dos Sete Reinos.


Ao fazer perguntas sobre as atividades de Jon Arryn antes da sua morte, Eddard descobriu que Jon passou uma grande parte do tempo com Stannis Baratheon e que estava a visitar vários dos filhos bastardos de Robert pela cidade. Ele também soube através de Yoren da Patrulha da Noite, que a sua esposa Catelyn tinha sequestrado Tyrion Lannister.
Quando Robert Baratheon realizou uma reunião do Conselho a exigir que a grávida Daenerys Targaryen fosse condenada à morte, Ned e Sir Barristan Selmy foram os únicos protestar contra este ato. Robert, impulsionado pelo seu ódio contra os Targaryens, insistiu com o assassinato, e Ned renunciou ao cargo como protesto. Antes da sua partida de Porto Real para voltar a Winterfell, Ned visitou um outro bastardo de Robert, uma menina chamada Barra. Regressando deste encontro foi emboscado por Jaime Lannister, que queria vingança por Catelyn ter raptado o seu irmão Tyrion. A perna de Eddard foi gravemente ferida na confusão. Enquanto se recuperava, Robert visitou o seu amigo, perdoando-lhe e devolvendo-lhe o cargo de Mão do Rei.


Eddard sentou-se no Trono de Ferro e ouviu pedidos e protestos do povo, enquanto Robert estava fora numa caçada. Três Senhores das Terras Fluviais trouxeram-lhe a notícia de que vários vilarejos perto da fronteira das Terras do Ocidente tinha sido devastados por Gregor Clegane. Eddard enviou Beric Dondarrion, Thoros de Myr e um número de cavaleiros, e alguns membros da guarda da sua própria casa para trazer Clegane à justiça. 
Enquanto investiga o interesse de Jon Arryn nos bastardos de Robert, Ned descobriu, para seu horror, que os três filhos legítimos de Robert eram, na realidade o produto de incesto entre a Rainha Cersei e o seu irmão Jaime. Eddard decidiu enfrentar Cersei com esse fato, dando-lhe um hipótese de fugir com os seus filhos enquanto podia. No entanto, Cersei usou o tempo de aviso para orquestrar o assassinato de Robert e comprar a Patrulha da Cidade de Porto Real. Quando Robert jazia no seu leito de morte, Ned recusou a sugestão do irmão mais novo de Robert, Renly Baratheon, de tomar controle sobre os filhos do rei, assim como os apelos de Petyr Baelish para governar como Regente enquanto o filho de 13 anos de Cersei e Jaime, Joffrey Baratheon, não tivesse idade para se sentar no Trono de Ferro, em vez de entregar o trono ao mais velho dos irmãos de Robert, Stannis, o legítimo herdeiro. Baelish prometeu a Ned o apoio da Patrulha da Cidade, mas prontamente traí Ned assim que Robert morre. Cersei prende Ned por traição, com a Patrulha da Cidade a apoiá-la graças à traição de Baelish.


Varys visitou Eddard Stark nas masmorras, informando-o que se ele confessar traição a sua vida seria poupada e seria-lhe dada a oportunidade de se juntar à Patrulha da Noite. Ned inicialmente recusa, mas concorda em engolir a sua honra para salvar a vida da sua filha Sansa, que estava sob custódia dos Lannister. Ele é levado para os degraus do Grande Septo de Baelor onde, sem que ele soubesse, Yoren, a sua filha Arya Stark, e o disfarçado Sir Barristan Selmy estavam entre a multidão. Eddard fez uma falsa confissão pública, mas o plano não resultou pois o Rei Joffrey declarou que Eddard deveria ser executado, para choque evidente de Cersei, Varys, e o Alto Septão. Ilyn Payne decapitou Eddard Stark com a sua própria espada longa, Gelo. Joffrey coloca a cabeça de Eddard numa estaca e força a sua filha Sansa a vê-la.


Na série de TV, ele é interpretado por Sean Bean.


Como as Nuvens, Eddard Stark nos mostra situações que poderiam ser evitadas se pudéssemos evitar. Ele não quis ser Senhor de Winterfell. Ele não quis se casar com Catelyn Tully. E, ainda assim, cumpriu seu papel quando Brandon morreu. Ele não quis ser Mão do Rei. ele não quis sair de Winterfell. E ainda assim ele cumpriu seu papel servindo ao seu Rei. Ele não quis mentir, e ainda assim mentiu para proteger Sansa. 
Todos os seus esforços para enfrentar os desafios foram frustrados pela vida. Quando a carta das Nuvens sai no jogo, ela fala de um obstáculo sutil, que demanda tempo para ser vencido, e nada garante que será vencido - pode apenas ser um fardo, um fado, a ser posto sobre os ombros. Ou para perder a cabeça.
Essa é uma das opções para a carta 28. É difícil, nesse momento, quem representaria a ideia de homem nos Sete Reinos. Aceito sugestões.

Fonte das informações, aqui. Até a próxima postagem.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

The Game of Thrones Lenormand: 06. As Nuvens chegam... Joffrey.


Olá pessoal. Continuando nossa série, falemos de um dos personagens mais odiados das duas temporadas de Game of Thrones: Joffrey Baratheon. Se você ainda não assistiu o seriado, sugiro que não leia essa postagem recheada de spoilers.



Covarde, cruel, desumano. Um tirano. Joffrey desafia o bom senso. Afinal de contas, ele é o Rei, ele está sentado no Trono de Ferro... Mas será que o merece?
Joffrey Baratheon é o filho mais velho e herdeiro do Rei Robert Baratheon e Rainha Cersei Lannister (32 do Game of Thrones Lenormand). No entanto, o seu verdadeiro pai é Jaime Lannister, irmão da rainha. Ele tem 12 anos no início da série, e mais tarde torna-se no segundo rei da Casa Baratheon a sentar-se no Trono de Ferro. Robert nunca questionou a paternidade do menino, mas é claro ao longo dos livros que ele estava profundamente decepcionado com seu "filho" e sentia pouca afeição por Joffrey.
Joffrey, juntamente com o restante da família real, fez a viagem para Winterfell após a morte de Jon Arryn. Lá ele começou a cortejar Sansa Stark, de quem ele estava noivo - uma tentativa de Robert de unir Baratheons e Starks.
O único que desafia Joffrey é seu tio Tyrion (26 do Game of Thrones Lenormand). Uma das cenas que os fãs mais reprisaram foram os tapas dados por Tyrion nas faces do... hmm... príncipe. A gente tem a chance de usufruir desses trinta segundos no vídeo abaixo.



É importante ressaltar que a faceta maléfica de Joffrey só aparece no meio da primeira temporada. Ele aparenta ter modos de um rei, convencendo Sansa de seu amor. Até beber um pouco de vinho de verão, enquanto passeia com Sansa.
O casal encontra Arya Stark (22 do Game of Thrones Lenormand) e o seu amigo Mycah, o filho do açougueiro, praticando luta de espadas. Bêbado, Joffrey ordena que Mycah treine com ele; Mycah não aceita, e Joffrey fere-o no rosto com a sua espada, ignorando os pedidos para deixá-lo em paz. Arya bate-lhe com seu galho, permitindo a Mycah escapar.  Joffrey, enfurecido, tenta bater em Arya mas é atacado por Nymeria. Arya lhe tira a espada (chamada Dente de Leão), ameaça-o com ela e a arremessa para o Tridente, humilhando-o, especialmente quando o seu tio Renly abertamente ri do sobrinho por ter sido desarmado e magoado por uma menina mais nova do que ele.


Mais tarde, Joffrey afirma perante a corte de Robert que ele tinha sido atacado por Mycah e Nymeria. Isso resultou na morte de Mycah e Lady (Loba de Sansa), o que provocou o ódio de Arya (ouviremos Arya dizer muitas vezes durante o seriado "Lier!!!"). 

Ned Stark descobre o incesto dos gêmeos Lannister. Cersei protege o segredo dos seus filhos arranjando a morte do Rei Robert. Após a morte de Robert, Joffrey convoca o seu conselho e ordena que se tomem providências para sua coroação. Quando Ned apresenta o testamento de Robert, declarando-o Regente e seu verdadeiro filho como herdeiro ao Trono de Ferro, Cersei rasga o testamento e aconselha Ned a jurar fidelidade ao seu filho. Ned, por sua vez revela que Joffrey não tem direito ao trono e é nascido de incesto, mas é rapidamente preso por traição.
Depois de assumir o Trono como herdeiro de Robert, Joffrey nomeia seu avô, Tywin Lannister, como nova Mão do Rei, sua mãe para o pequeno conselho e Jaime Lannister como Senhor Comandante da Guarda Real, substituindo o lendário cavaleiro Barristan Selmy do seu serviço, contra todas as tradições. Sansa se ajoelha e implora que ele poupe a vida de seu pai. Joffrey promete a Sansa ser misericordioso, mas quando Eddard Stark é obrigado a confessar os seus "crimes" e declarar que Joffrey Baratheon é o verdadeiro herdeiro do Trono de Ferro, a sua misericórdia era afinal a decapitação rápida de Eddard Stark em público à frente da jovem, com sua própria espada, Gelo. 



Este ato cruel e irrefletido era contra a vontade da sua família, que pretendia minimizar mais derramamento de sangue e restaurar a paz do rei e levou à intensificação das hostilidades, pois o filho de Eddard, Robb Stark(carta 18 do Game of Thrones Lenormand), declarou-se o Rei no Norte e prometeu matar Joffrey, em retaliação, mergulhando Westeros numa guerra civil devastadora. Joffrey forçou Sansa a olhar para a cabeça decepada de seu pai, e continuou a maltratá-la e humilhá-la, como castigo por cada uma das vitórias de Robb.



O governo de Joffrey é marcado por capricho atrás de capricho, tornando difícil, mesmo para sua mãe, o controlar. Sansa ficou presa à sua vontade, e, ele fazia com que os seus guardas a espancassem para sua diversão. Quando ele tentou fazer com que a despissem, Tyrion interveio, impedindo-o. 



A sua crueldade e a diminuição da qualidade de vida em Porto Real fizeram dele um rei bastante malquisto, e ele quase foi morto num motim provocado pelo seu temperamento.



Muito ainda poderia ser dito das atrocidades de Joffrey. Muito ainda poderia ser exposto. Mas acho que já deu para entender de que tipo de pessoa estou falando. Se quiser maiores informações, clique aqui.



Joffrey Baratheon é interpretado por Jack Gleeson.


Quando Joffrey, as Nuvens, sai no jogo de Game of Thrones Lenormand, prepare-se para um momento de tensão inesperada, como um nevoeiro. Se o lado luminoso, promissor, ou o sombrio, temerário, estarão em voga, nunca se sabe; é necessário uma goela muito grande para engolir os sapos da vez. Tensão e preocupações são a tônica do momento, e, sobretudo, cuidado para não dar passos sem saber aonde, exatamente, está pisando, como Sansa fez. Além disso, assim como a coragem de Joffrey, as influências dessa carta são fugazes diante do Sol ou de uma situação prática, sendo muito mais fruto de sua cabeça do que, de fato, problemas do cotidiano. Auto-sabotagem é muito possível, num caso como esse - ver as questões problemáticas muito maiores do que de fato são.
Abraços a todos, e até o próximo post - A Serpente Melisandre.