Olá pessoal. O Curso foi um sucesso! Muito bacana a interação entre as pessoas, e destas com o Petit Lenormand. Me diverti e celebrei muito!
Durante a tarde, tomamos um chá cigano, delicioso. Mas isso merece uma explicação...
Tente procurar sobre "chá cigano" no Google. Existem repetições de receitas, mas não uma receita. Então, decidi criar uma! Mas primeiro, falemos do chá.
Segundo a Wikipédia, O chá é uma bebida preparada através da infusão de folhas, flores, raízes de chá, ou Camellia sinensis. Geralmente é preparada com água quente. Cada variedade adquire um sabor definido de acordo com o processamento utilizado, que pode incluir oxidação, fermentação, e o contato com outras ervas, especiarias e frutos.
"Chá de ervas" é frequentemente utilizado para designar todas as infusões feitas a partir de diferentes partes de plantas (não necessariamente ervas - casca, folhas, flores, etc). Exemplos mais comuns: chá de camomila, chá de erva-cidreira, chá de tília, chá de menta, chá de limão, chá de flor de laranjeira, etc.
No entanto, essas infusões são tisanas e não rigorosamente chás, uma vez que o termo chá designa única e exclusivamente a bebida preparada através da infusão de folhas, flores ou raízes da planta Camellia sinensis.
O chá é uma bebida envolta em lendas. Segundo Osho,
As pálpebras de Bodhidharma e as origens do chá
Consciência vem através da sensibilidade. Você tem que se tornar mais sensível a tudo aquilo que você faz, de forma que mesmo uma coisa trivial como o chá... você pode pensar em coisa mais trivial do que chá? Você pode encontrar coisa mais comum do que chá? Não, não pode, e os mestres e monges Zen elevaram essa coisa tão comum ao ponto de torná-la extraordinária. Eles interligaram "isso" e "aquilo"... como se chá e Deus tivessem se tornado um só.
A menos que chá se torne divino você não será divino, pois o menor precisa ser elevado para o maior, o ordinário tem que ser elevado para o extraordinário, a terra precisa ser o paraíso. É preciso criar uma ponte, não pode haver nenhuma brecha.
O chá foi descoberto por Bodhidharma, o fundador do Zen. É uma bela história.
Ele esteve meditando por nove anos, olhando para uma parede. Nove anos, apenas encarando uma parede, continuamente, é natural que eventualmente ele começasse ter sono.
Ele lutou e lutou contra o seu sono – lembre-se, o sono metafísico, a inconsciência. Ele queria permanecer cônscio mesmo enquanto dormia. Ele queria manter a consciência permanentemente – a luz deveria brilhar dia e noite, por vinte e quatro horas. Eis o que dhyana é, o que meditação é: percepção.
Uma noite ele sentiu que seria impossível manter-se alerta; pois estava caindo de sono. Ele cortou suas pálpebras e as jogou fora! Agora não havia mais como fechar os olhos.
A história é linda. Para obter a visão interior, esse olhar para fora deve ser abandonado. Esse é um preço que deve ser pago. E que aconteceu depois? Após alguns dias, ele descobriu que aquelas pálpebras que ele havia jogado no chão, tinham começado a brotar novamente. Esse broto tornou-se o chá.
Eis porque quando você bebe chá, alguma coisa de Bodhidharma penetra em você e o mantém acordado. Bodhidharma estava meditando numa montanha chamada T’a, daí o nome, chá. Isso procede dessa montanha onde Bodhidharma meditou por nove anos.
Isto é uma parábola. Quando um Mestre Zen diz, “Beba uma xícara de chá,” ele está dizendo, “Prove um pouco de Bodhidharma. Não se importe com essas questões, se existe Deus ou não, quem criou o mundo, onde fica o paraíso e onde fica o inferno e qual é a teoria do Karma e da reencarnação.”
Quando o Mestre Zen diz, “Esqueça suas dúvidas e beba uma xícara de chá,” ele está dizendo: “Melhor ficar mais atento, não se prenda a essas coisas sem sentido. Nada disso irá lhe ajudar.
Outra interpretação dada por Osho:
Tarô da Transformação. Disponível em OSHO.com.
As pálpebras de Bodhidharma e as origens do chá
Consciência vem através da sensibilidade. Você tem que se tornar mais sensível a tudo aquilo que você faz, de forma que mesmo uma coisa trivial como o chá... você pode pensar em coisa mais trivial do que chá? Você pode encontrar coisa mais comum do que chá? Não, não pode, e os mestres e monges Zen elevaram essa coisa tão comum ao ponto de torná-la extraordinária. Eles interligaram "isso" e "aquilo"... como se chá e Deus tivessem se tornado um só.
A menos que chá se torne divino você não será divino, pois o menor precisa ser elevado para o maior, o ordinário tem que ser elevado para o extraordinário, a terra precisa ser o paraíso. É preciso criar uma ponte, não pode haver nenhuma brecha.
O chá foi descoberto por Bodhidharma, o fundador do Zen. É uma bela história.
Ele esteve meditando por nove anos, olhando para uma parede. Nove anos, apenas encarando uma parede, continuamente, é natural que eventualmente ele começasse ter sono.
Ele lutou e lutou contra o seu sono – lembre-se, o sono metafísico, a inconsciência. Ele queria permanecer cônscio mesmo enquanto dormia. Ele queria manter a consciência permanentemente – a luz deveria brilhar dia e noite, por vinte e quatro horas. Eis o que dhyana é, o que meditação é: percepção.
Uma noite ele sentiu que seria impossível manter-se alerta; pois estava caindo de sono. Ele cortou suas pálpebras e as jogou fora! Agora não havia mais como fechar os olhos.
A história é linda. Para obter a visão interior, esse olhar para fora deve ser abandonado. Esse é um preço que deve ser pago. E que aconteceu depois? Após alguns dias, ele descobriu que aquelas pálpebras que ele havia jogado no chão, tinham começado a brotar novamente. Esse broto tornou-se o chá.
Eis porque quando você bebe chá, alguma coisa de Bodhidharma penetra em você e o mantém acordado. Bodhidharma estava meditando numa montanha chamada T’a, daí o nome, chá. Isso procede dessa montanha onde Bodhidharma meditou por nove anos.
Isto é uma parábola. Quando um Mestre Zen diz, “Beba uma xícara de chá,” ele está dizendo, “Prove um pouco de Bodhidharma. Não se importe com essas questões, se existe Deus ou não, quem criou o mundo, onde fica o paraíso e onde fica o inferno e qual é a teoria do Karma e da reencarnação.”
Quando o Mestre Zen diz, “Esqueça suas dúvidas e beba uma xícara de chá,” ele está dizendo: “Melhor ficar mais atento, não se prenda a essas coisas sem sentido. Nada disso irá lhe ajudar.
Outra interpretação dada por Osho:
O chá é um símbolo Zen, o qual significa consciência, porque o chá torna você mais alerta, mais consciente. O chá foi inventado pelos budistas, e por séculos eles o têm usado como um auxílio à meditação. E o chá ajuda.
Conta-se que Bodhidharma estava meditando em certa montanha da China chamada ‘Ta’. De ‘Ta’ vem o nome ‘chá’. Essa montanha podia ser pronunciada como ‘Ta’ ou como ‘Chá’; é por isso que na Índia o chá é chamado ‘chai’ ou ‘chá’.
Bodhidharma estava meditando e ele era realmente um grande meditador. Gostava de meditar por dezoito horas, mas isso era difícil. Muitas vezes sentia-se sonolento, suas pálpebras fechavam-se repetidamente. Assim, ele cortou suas pálpebras e as jogou longe. Agora, não havia qualquer possibilidade de fechar os olhos.
A história é linda – aquelas pálpebras tornaram-se as primeiras sementes de chá, e uma planta nasceu delas. Com essa planta, Bodhidharma preparou o primeiro chá do mundo, e ficou admirado ao perceber que, se pegasse as folhas e as bebesse, podia permanecer alerta por períodos mais longos. Assim, por séculos, as pessoas que praticam Zen bebem chá, e o chá se tornou algo muito, muito sagrado.
E Osho nos faz esta sugestão: “Toda vez que você perceber que está agindo inconscientemente, pare. Não seja um robô. Não aja a partir do ego. Tome uma xícara de chá. Acorde – e então aja com consciência”.
As paradas que interrompem a rotina da pressa, a qual a nossa sociedade está submetida, são vitais para o restabelecimento da ordem interna e da clareza de visão. Nas pausas, adquirimos fôlego novo para seguir adiante, em condições de tomar decisões mais assertivas, com menos desgaste.
Outra lenda aponta para um Imperador como descobridor do chá.
Conta a lenda que a árvore do chá foi descoberta, no ano 2737 a.C., por acaso, quando o imperador chinês Shên Nung, mais conhecido como o “Curandeiro divino”, dava um passeio pelas suas propriedades.
O imperador pediu a determinada altura que os seus servidores lhe fervessem um pouco de água enquanto descansava à sombra de uma árvore. Foi precisamente dessa árvore que uma folha se soltou e caiu dentro da taça de água fervida. Sem reparar, o Imperador bebeu, sendo dessa forma que nasceu a primeira chávena de chá. Terá sido este imperador que criou a medicina natural ou ervanária, testando ele próprio uma enorme variedades de bebidas medicinais à base do chá.
Na verdade, o primeiro registro escrito sobre o uso do chá data do século III a.C. O tratado de Lu Yu, conhecido como o primeiro tratado sobre chá com caráter técnico, escrito no séc. VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo.
Não conheço a procedência das receitas que permeiam o espaço virtual. Mas deu para perceber algumas similitudes, que geraram a receita que repasso a vocês. Primeiro, o chá. Embora tenha encontrado receitas com chá mate, a maior parte das receitas indica o chá preto, que é o que eu utilizo, por ser mais fiel à história.
Para preparar a infusão, primeiro eu adiciono à água canela, cravo-da-índia e cardamomo. Não tenho muita medida nessa hora não, mas geralmente é um pauzinho de canela, umas 15 flores de cravo-da-índia e umas cinco sementes de cardamomo (a medida é a concha da mão, difícil precisar). Enquanto a água é aquecida, liberando a essência das especiarias (e perfumando a casa toda), pico em cubos não muito pequenos uma nectarina, duas ameixas, um pêssego, uns seis damascos secos, uma pêra, uma maçã (prefiro a argentina, para o chá). São frutas doces, relacionadas à prosperidade e à fertilidade. Vi receitas que utilizam morangos, limões (a casca), uvas, figos, caquis...
Com a água em ponto de ebulição, desligo o fogo e adiciono uma quantidade de saquinhos de chá preto que considere suficiente; algo por volta de um saquinho para cada meio litro de água. Aguardo a infusão (dois ou três minutos é suficiente) e despejo o conteúdo sobre as frutas, já no recipiente para servir. Mais uns cinco minutos e a bebida está pronta para ser consumida.
Há quem adicione bebidas alcoolicas ao chá, como o whisky; outros há que adocem o chá com mel. Há também quem coloque as frutas para serem maceradas na xícara, individualmente, escolhendo as frutas que correspondem aos desejos de quem degustará a bebida. Eu prefiro colocar todas as frutas juntas, para obter uma homogeneidade no sabor.
Divirtam-se com esse chá maravilhoso! Tanto para o ritual quanto para receber amigos, esse chá é uma delicia.
Abraços a todos.
Todo o dia venho ao Conversas Cartomanticas ler um artigo seu. Divinal este "passeio" diário.
ResponderExcluirAgora me encantei com o chá cigano. Desconhecia a existência, mas fiquei curiosa de experimentar. Inclusive já naveguei na net sobre o tema: chá e culinária cigana. Encantada!
Como sabe, meu blog é de culinária vegetariana. Adoro fazer experiências na cozinha. Viajar por sabores inusitados.
Minha última descoberta foram as Urtigas Comestiveis das quais já fiz sopa e chá de urtiga. Está sendo um caminho prazeroso pelo Herborismo e pelas receitas daninhas. Deixo o link (se vc ou alguém quiser visitar):
Herborismo e Sopa de Urtiga
Chá de Urtiga com Especiarias
Abraços,
Rute