quarta-feira, 23 de março de 2011

Blogagem Coletiva: Os Arcanos e a linha do tempo


Instantes marcantes e Arcanos que recriam seus momentos e memórias, essa é nossa pauta agora.
Na trilha do livro da vida há um ou mais de um Arcano que registrou ou irá registrar suas experiências e vivências, nosso convite é tecer com você esse percurso, identificando esses Arcanos e a essência que eles guardam da sua linha do tempo. Afinal lidar com eles é um infinito exercício de aprendizagem e reflexão, lembrar do nosso passado mediante eles é exercitar de fato as lições que eles carregam.


Poxa... É difícil precisar os Arcanos na minha infância, já que o início foi com meu baralho comum e eles me são mais vívidos. Lembro do Valete de Copas do baralho Royal da minha avó, um baralho lindo, que, infelizmente, hoje se encontra quebrado e incompleto pelo uso (eis o problema, entre outros, das cartas de plástico).Lembro que eu assistia She-Ra só para ver o Arqueiro, que me lembrava a bendita carta! 






Eu sei que foi nessa fase que eu comecei a fazer meus castelinhos de cartas. Aproveitava que no bar do seu Joaquim, perto de casa, tinha um truco "nervoso", e que eles dispensavam muitos baralhos, para fazer meus castelinhos com os Oitos, Noves e Dez dispensados aos montes, e, de quando em vez, uma ou outra Carta da Corte para morar dentro dos castelos que eu fazia. E aí... Eu observava a carta, detalhadamente, buscando entender sua personalidade, o que a levaria a defender seu espaço... Um comecinho bem bacana de interpretação! Isso eu deveria ter uns sete anos.



Nessa época também ganhei o meu primeiro baralho, um Sete Belo (inclusive, alguém já comeu a balinha Sete Belo? É tão gostosa! E difícil de achar, igual bala de Coca Cola). Eu dormia com meu baralho debaixo do travesseiro. Pra quê urso de pelúcia?



Aos dez, com um pouco de esforço e muita persuasão, convenci a minha avó a me ensinar a dispor as cartas. Sem muita convicção, mas de forma extremamente didática como só as avós sabem fazer (principalmente as que possuem o Julgamento e a Sacerdotisa como Regentes), ela me explicou os primeiros passos na Arte. E cá o Louco se torna Mago sob responsabilidade da Sacerdotisa... e a coisa fica bonita! 



Acho que depois disso, pulei direto para o Diabo, quando recebi minha primeira consulta de Tarô. "Nunca mais quero saber disso", pensei comigo. Ledo engano, fatalmente demonstrado pela leitura de As Brumas de Avalon. Lá estava eu às voltas com meu velho Marselha, de segunda mão, mas de primeira linha. 
Foi essa também a época da minha Dedicação.
Ganhei, nessa época, de uma tia, como pagamento de uma consulta, o Tarô dos Anjos, da Monica Buonfiglio. Eu queria o Adivinhatório... Mas há uma ordem e ela faz sentido; ele viria alguns anos depois.



Nisso, fiz o Curso de Petit Lenormand, na época Tarô Cigano. Uma Aliança perfeita com ele se estabeleceu desde então, e vem se mostrando válida e perfeita até hoje.



Universidade... Fase Torre (troque o 't" por um "p", na maior parte das vezes, nos três primeiros períodos) da minha vida. Acidentes, crises, lutas e quedas. FUNDAMENTAIS.



Nessa época conheci o professor, orientador e amigo (in memorian) Dr. Ivan Antonio de Almeida. Ele havia aparecido nas minhas cartas, mais de uma vez, como o Rei de Ouros. E foi mesmo um senhor do mundo material para mim, oferecendo bibliografia e me presenteando com o Thoth Tarot.  




Outra fase interessante foi a de escrita de blogs. Encontrar pessoas que pensavam de forma semelhante, ou mesmo de forma diametralmente oposta, sobre os mesmos interesses. Todas as Estrelas são Sóis. E eu aprendi um pouco mais sobre o Ritmo das coisas.
E cá estamos. Numa linha do tempo de diversos baralhos intercambiando informações. 
Abraços a todos.
Em tempo: acaba que essa blogagem foi uma espécie de terapia biográfica... Se/me encontrar nas memórias das cartas.


2 comentários:

  1. Magnifico, Emanuel!
    Sua narrativa através da linha do tempo suportada pelas cartas, está fantástica. Acredito que não tenha sido fácil, enquanto criança ou adolescente, aceitar o talento inato que vc possui.

    Há sempre uma altura em nossas vidas que queremos ser igual aos outros, usufruir da vida, experienciar os porres, ser irresponsável, sentirmo-nos livres e desnorteados, enfretar o medo com a inconsciencia, direitinhos ao precipicio, feito loucos, amando sem critério, feito diabos :)

    Gostei particularmente da frase:
    "Todas as estrelas são Sois". Liiiiindo!
    Abraço além-mar,
    Rute
    P.s.-Acredito que vc tenha muitos momentos de Eremita...

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  2. hahahaha
    Mais uma torre na blogagem!
    Bjokas

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Quando um monólogo se torna diálogo...