sexta-feira, 3 de abril de 2015

IV Fórum de Tarô: Eu fui!

Com o objetivo de compartilhar experiências sobre a atividade do tarólogo, o fórum reunirá aqueles que anseiam conhecer melhor os caminhos do tarô em nosso país. O diferencial desse evento está na abordagem do tarólogo (profissional, estudante ou entusiasta) sobre sua prática no uso do tarô como ferramenta de trabalho ou de autoconhecimento.

Olá pessoal. Eu esperei passarem-se alguns dias para poder escrever com tranquilidade sobre o IV – e último – Fórum Nacional de Tarô. Organizado por Nei Naiff, tive a oportunidade de participar do II, no Rio de Janeiro, como ouvinte e do III, em Belo Horizonte, como expositor. Nesse IV, fechando um ciclo, tive a oportunidade de ir além de uma participação. Eu realmente me envolvi no evento. Posso dizer que fui tocado. E mais de uma vez.
Portanto, minhas primeiras impressões sobre o evento foram predominantemente pessoais, diretamente ligadas à minha prática e, mais que isso, à minha vocação como cartomante. Agora, falemos sobre como a questão profissional foi debatida nesse espaço. Se você não for cartomante, talvez esse texto lhe soe enfadonho (espero que não), mas é necessário pontuarmos a questão profissional para que você, consultante, também possa escolher bem seu cartomante. 
Em três mesas, foram discutidos aspectos da prática que dialogam muito com o que vimos no Tarolog – algo fundamental, não podemos perder o foco do aspecto profissional online. Importante frisar essa linha de raciocínio que se segue, pois dela obteremos os referenciais para a prática nos próximos anos. Aonde queremos chegar como profissionais de cartomancia?
Nos três temas abordados – Caminhos do Tarô no Brasil, Consultas online e lei trabalhista e o Tarô na internet e na televisão – pode-se notar o peso que o atendimento online tem obtido frente o atendimento presencial. Como todo terreno desconhecido, há que se buscar ferramentas para trilhá-lo com segurança, e percebi nesse ponto a reflexão que trago para nós, a partir do evento.


Alguns pontos saltaram aos olhos na primeira Mesa. Constantino, nosso querido do Clube do Tarô, dispôs sobre as formas de se aprender Tarô (grifo essa palavra porque tenho questionado muito seus efeitos no contexto de ensino que temos na área. Há que se rever em muitos aspectos, ou melhor, que se esclarecer pontos de vista sobre o processo de aprendizagem.) Pode-se ler livros sobre o assunto. Fazer cursos, presencialmente ou online. Não se pode, porém, menosprezar o peso da transmissão oral (seja a avó, a benzedeira, a cartomante favorita, tia...) que é um conhecimento EXCLUSIVO e baliza-se na experiência, não na teoria compilada. Entenda-se: não existe maior ou menos valor em uma ou em outra forma de aprendizagem, senão pela eficácia. Funciona? Sigamos.

Geraldo Spacassassi demonstrou seu maior interesse em aulas particulares que em grupos, pela atenção irrestrita dada ao aluno. Sobretudo, porque ao dar aulas particulares, o professor pode explorar a bagagem prévia do aluno em auxílio ao conteúdo estudado. Uma das coisas que o diverte é o susto que os aspirantes levam ao ver o tamanho da bibliografia a ser lida. Seu foco se dá na trilogia de Nei Naiff somado ao Tarô Mitológico, com ênfase na prática [que consolida a teoria, naturalmente]. Sente dificuldades no processo virtual pela questão da empatia e do acolhimento – o cenário virtual tem outros códigos para efetivação da empatia. 
Nadir Villardo propôs que o estudo EAD seja tão eficaz em termos de aprendizagem quando o ensino presencial, tendo como diferencial a disciplina exigida nos cursos online. Aos meus olhos, falta um pouco da presença própria dos cursos presenciais, mas é meu ponto de vista. Citando as empresas, onde o EAD tem se fortalecido substancialmente, Nadir nos mostra o quanto esta área está em franco crescimento, o que nos leva a questionar o quanto estamos atentos às mudanças do mercado. Em contraponto, Geraldo Spacassassi nos diz que a prática do EAD em empresas se mostra um sucesso pela influência da hierarquia e do poder – é necessário que sejam feitos os cursos, para o desenvolvimento do profissional na empresa; EAD de cartomancia é voltado para o desejo pessoal, e cabe ao professor seduzir o aluno com o conteúdo e angariá-lo para a prática. Esse é um ponto que acredito merecer maior atenção, e estudos de caso coesos: qual é o resultado prático do EAD de Cartomancia? Não posso negar o orgulho que tenho daqueles que fizeram cursos comigo online. Mas em geral, qual é o resultado que os profissionais obtêm? 
Luiza Papaleo, de forma brilhante, expôs o que leva os alunos a procurarem o Centro Cultural Esotérico. A busca por uma nova carreira após a aposentadoria é uma das possibilidades diretas. Em relação a isso, Simone Merino diz que não é o caso direto, já que a maior parte das pessoas busca “se encontrar” – um caso muito semelhante ao que vemos em cursos de Humanas, sobretudo Psicologia: uma busca por si mesmo no esforço de auxiliar os outros. A questão financeira fica em segundo plano, o objetivo é a aprendizagem, de fato. É possível construir uma carreira profissional com cartomancia e alcançar o autoconhecimento – uma das teclas mais tocadas neste Fórum foi de que Cartomancia é uma profissão como qualquer outra. Como tal, deve ter seu plano de carreira, a organização pessoal para o trabalho, e todas as demais coisas relativas a uma profissão, mas falaremos sobre isso adiante.
Contudo, existem alguns pontos ásperos nessa jornada: preconceitos acerca de desenvolvimento de dons, sobretudo associar o processo de desenvolvimento pessoal à religião que se professa; evidentemente, os dons se desenvolvem com a prática oracular, mas não necessariamente o desejo desse desenvolvimento se coaduna com a efetivação do mesmo. Quanto mais se pratica, mais se apura, como em qualquer outra profissão, não necessariamente as de cunho esotérico-espiritualista.
[Fiquei com O Monge e o Executivo na cabeça ao pensar nisso. Vê-se que o sucesso nessa área é algo interdisciplinar.]
Outra questão que chama muito a atenção é a questão tempo x efetividade. Qual é a carga horária que torna um curso confiável? O quão acelerados estão os alunos na busca do conhecimento... ou na busca de um diploma? Qual é o resultado esperado de um curso de Tarô?
É fundamental que o profissional dê valor ao real sentido das palavras. Acuro interpretativo, ir direto ao ponto, acertar no osso. 
Previsão e autoconhecimento caminham juntos. Indissociavelmente - pelo menos na prática.

A ética – ou falta dela – é comum a todas as profissões, não somente a cartomancia. Existe um preconceito perpetrado pelos próprios cartomantes que, tateando no escuro, julgam o que é certo e errado na profissão – na verdade, rotulando mais pessoas que atitudes. 
Particularmente, eu tenho uma série de questões cuja resposta não me é clara. Como manter uma consulta de duas, três horas? Eu, Emanuel, faço tudo o que preciso fazer dentro do que considero correto em uma hora. Isso não tem a intenção de soar maniqueísta, muito pelo contrário: se você faz um excelente trabalho e com isso demanda mais tempo, qual é o problema? Particularmente, uma hora me é o suficiente [com uma perspectiva “elástica”: algumas consultas duram mais, outras menos, em função daquilo que o consulente busca]. Acho difícil explorar um oráculo como o baralho sem me tornar redundante, depois de uma hora de consulta. Acontece, mas é raro, de o assunto render. 
Levemos em consideração, também, que eu trabalho sem anamnese. Não desejo saber o que o consulente traz consigo. Quero saber, sim, o que o baralho tem a lhe dizer. Após essa primeira leitura “no escuro”, partimos para a leitura conjunta, onde eu e o consulente conversamos sobre os prognósticos, acertando as rebarbas da interpretação e sanando possíveis dúvidas. Depois, sim, perguntas específicas. Suponho que, se eu me dispusesse a ouvir o consulente antes de iniciar o jogo, o tempo de consulta seria exponencialmente maior. As pessoas, em geral, precisam ser ouvidas – muitas vão a um cartomante para sanar essa necessidade. Contudo, minha prerrogativa para ouvir é ler primeiro, observar o cenário a partir do que as cartas apresentam. Problemas materiais – soluções materiais.

A imagem do cartomante, pelo menos por ora, está indissociavelmente ligada à do sensitivo, do médium. Não usar aspectos mediúnicos na leitura não significa que o mediúnico não tenha valor. O Tarô – ou qualquer baralho – é um suporte para que dons mediúnicos possam se manifestar com tranquilidade para o operador oferecer sua vidência. Constantino, sempre compreensivo, sempre genial, num momento em que, a passos largos e foice afiada, tenta-se cortar da prática oracular qualquer aspecto que fuja ao cânone. 
Esquece-se com certa facilidade de onde viemos. Somos marginais, por vivermos à margem, não por sermos criminosos. Perder essa marginalidade, esse reconhecimento que estamos fora do senso comum, embora tenhamos tanto referencial compartilhado, é engessar aquilo que naturalmente é fluido e selvagem. O que torna a prática tão efetiva é o quanto de afluentes chegam no mesmo rio: sem certos e errados, mas certamente com melhores ou piores caminhos. Em minha prática solitária, em meu aprendizado autodidata, tive a sorte de ler o Tarô Mitológico do avesso, o que me marcou para sempre. Leio outros livros, me referencio em outros trabalhos, mas reconheço, nas entrelinhas já escritas, o quanto esse livro, que já está em sua terceira editora e com edições a perder de vista (só eu tenho três), é influente na construção do pensamento cartomântico no Brasil.


A prova da competência é a duração no mercado. Só continua quem é bom. O mercado é que recusa o tarólogo, postula Nei Naiff. Não adianta dizer que é. É preciso provar que é. “O perigo para o tarólogo é se achar e não ser”, postula dona Yedda Paranhos. Noventa e três anos de sabedoria, mais anos de cartomancia do que eu tenho de vida. “Bom tarólogo não é aquele que tem muitos clientes. Bom tarólogo é aquele para o qual os clientes voltam.” Afinal de contas, o boca a boca continua sendo o melhor marketing. Atenção, portanto, ao que seu cartomante diz sobre si e sobre os outros – o que diz sobre os outros fala muito mais sobre ele, do que sobre os outros.
Bom ouvir a voz de quem sabe o que diz.

Se eu me sentir chamado a oferecer cursos, como devo proceder?
Conforme o Constantino, experimentar com pouca gente. É normal sentir medo nessa fase, é difícil e assustador estar diante de um conhecimento tão vasto. Sinal de espírito forte, de ausência de presunção. Luiza Papaleo diz aconselha sistematizar. Ter claros o começo, o meio e o fim do curso e, principalmente, saber que o curso resume, mas não esgota.


A segunda mesa propôs a discussão sobre as consultas online e a lei trabalhista. 
Há quem não queira assumir-se publicamente como tarólogo, por diversas razões pessoais. 
Edu Scarfon considera necessário expor a imagem pessoal, pois isso torna a pessoa mais cuidadosa com o que diz – algo muito correto num cenário em que temos que desmistificar a imagem da profissão enquanto simultaneamente a nossa imagem se mistifica. Contudo, como bem colocou a Monica Delgado, o tarólogo pode não ter a opção de colocar sua imagem, em função da política de funcionamento do site. Uma questão que deve ser revista é como que o cliente é visto nesse cenário em que a matéria bruta [como diz Nei Naiff], o tarólogo, é independente do empregador. Há a questão da falta de ética profissional do tarólogo, que, ao angariar clientes em um site passa a atendê-los fora da plataforma para obter mais lucro, desvalorizando o site e tomando para si todas as vantagens oriundas do marketing feito pelo dono do site. Assim como, na contramão dessa perspectiva, há os donos de site que, ao impedirem o cartomante de usar sua própria imagem no atendimento, impedem também que ele construa uma história. 
Contudo, mesmo sendo prejudicial para a construção de um currículo, usar o avatar pode ser libertador. Com a facilidade de encontrarmos pessoas nas redes sociais, é realmente tranquilizador não ser possível ser encontrado às duas da manhã por alguém desesperado por uma consulta. (Acreditem, isso já aconteceu comigo. A referida pessoa dizia querer se matar e coisas do tipo. Imagine acordar de susto às duas da manhã com o celular acusando chegada de mensagens e ler uma coisa despropositada dessas.)
A motivação de consultar-se em um site torna os clientes conhecedores do funcionamento da leitura. As perguntas que fazem na contratação do serviço são: esse cartomante tem retorno? Qual oráculo ele utiliza?
Monica Buonfiglio fala sobre as consultas por Skype – suas favoritas. Ela quer ver quem está do outro lado, quer ouvir sua voz, quer falar, quer mostrar-se. Tudo isso no conforto e na segurança da sua casa. De fato, essa evolução é algo fantástico: estarmos em um ponto do globo conectados com outra pessoa em qualquer outro lugar do globo. É claro, existem os problemas específicos de conexão próprios dessa interface. Mas isso é assunto para outra conversa. 
Essa mesa, em especial, me deixou cheio de questionamentos – o que é ótimo, já reparou como se reflete pouco sobre a prática enquanto ainda se gastam toneladas de neurônios para rebatermos os mesmos problemas? Vamos dar um pouquinho mais de peso para a questão profissional, para a carreira, pois a questão de missão pessoal e espiritualidade já estão sendo visitadas a contento, já há algum tempo. Os blogs e sites são espaços informativos, e podemos ir além de significados e estudos de caso – uma proposta que quem segue o Conversas Cartomânticas já vê na prática há algum tempo. 
E então, temos Christiane Carlier expondo de forma brilhante uma questão que é como a roupa nova do Imperador: esteve aí o tempo todo, ninguém percebeu. Cartomante é um profissional como qualquer outro. Qualquer outro mesmo.
Isso inclui estarmos sujeitos às mesmas leis que norteiam todos os outros trabalhos. 
Não estou em condições ainda de oferecer conteúdo sobre esse assunto – eu não sou advogado e acabo de iniciar minhas reflexões a respeito. Temos no site do Nei Naiff informações acerca da parte profissional da Cartomancia. Mas, assim como estou fazendo, sugiro que você, leitor e profissional, se oriente com um advogado sobre seus direitos e deveres como empregado ou autônomo na nossa área. Pois, como bem postulou a Chris, a primeira dignidade é buscar a lei.


A terceira mesa teve por tema o tarô na internet e na televisão.
Infelizmente, a Pietra Di Chiaro Luna não pode estar no evento, por razões pessoais. Eu, que já estava ansioso por revê-la, fiquei sentido – lembra que eventos são para reencontros? Queria muito ouvir o que ela tinha a dizer. Afortunadamente, seu lugar foi muito bem substituído por Ivana Mihanovich – uma querida que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente no evento. Sim, eventos são para encontros, também. :) Fora a ausência da Pietra, essa Mesa fechou muito bem o evento. 
É bacana perceber, como a Kelma Mazziero disse, que foi a internet que nos colocou hoje na possibilidade de vivermos um evento como o Fórum, pois é verdade! Eu confesso que um dos motivos pelos quais eu vou a eventos de Cartomancia é para abraçar de verdade quem eu já passei a admirar virtualmente. É sempre um prazer conversar um pouco, cartear, obter feedbacks, tudo isso em tão pouco tempo – o que é um dia frente os vinte anos de amizade que uniram Kelma Mazziero e Ivana Mihanovich (duas queridas, duas amadas, duas excelentes profissionais e pensadoras de nossa arte) num mesmo lugar?
O blog possui um dinamismo que o site não possui, informa Leo Chioda. O blog é um diário, é um espaço dinâmico, onde nem sempre o melhor está exposto – o que se expõe no blog é o mais recente texto, não o mais importante. Por isso, cabe-nos, como blogueiros, manter o blog sempre atualizado, sempre referencial - não só para os outros, mas para a gente mesmo. A gente se vê no que escreve ali?
Claro que nem sempre isso é possível com a aceleração do tempo que vivemos (se você chegou até aqui na leitura, dê uma olhada em quantas vezes você usou a barra de rolagem. Isso nunca aconteceria numa rede social, por exemplo. E, com essa conversa franca que estamos tendo, esse texto não seria adequado a um site. Estamos em casa, no lugar certo.)
Dessa forma, podemos colocar os textos dentro dos seguintes “pacotinhos”:
Site: textos estáveis, que referenciem a prática pessoal por muito tempo.
Blog: textos dinâmicos, estudos de caso, processos cronológicos.
Redes sociais: textos leves, diretos, específicos e curtos. Imagens, muitas imagens.
Esse também é um ponto a se estudar mais. Reveja seu espaço de apresentação do seu trabalho. Tome consciência da responsabilidade pelo que você diz. E fica aqui um puxão de orelha, com carinho sim, mas com especificidade: por favor, não fale mal dos seus clientes complicados em redes sociais. Isso é feio, muito feio. Toda dúvida merece uma resposta, e as pessoas vem ao nosso encontro em busca de respostas. A gente ajuda pessoas, resume Ivana Mihanovich. Ajuda pessoas a tomarem decisões. O que merece exposição são os estudos de caso, não pessoas com dificuldades. 
Os parceiros certos sempre se encontram, de qualquer forma, independentemente da interface.

E que encantamento em ouvir o André Mantovanni! Leve, sensível, claro em sua exposição, baseada em anos de televisão. André fala a quem precisa, a quem o assiste, trabalha sua linguagem em função disso, sem perder a seriedade daquilo que está ali, nas cartas à sua frente. Voltamos a um ponto fundamental: como é importante ter vocabulário! Em uma consulta – sobretudo a desafiadora consulta ao vivo, frente às câmeras – não se pode titubear. E, mesmo com leveza, é possível SIM abordar uma Torre, uma Morte, um Diabo. 


Da mesma forma, que honra conhecer a Cathya Gaya! Assim como o Edu, ambos deram a cara a bater, colocando toda a sua carreira e formação em um desafio que, justamente por ser o primeiro, ninguém sabia exatamente como iria acontecer. E que sucesso! Agradeço enormemente os tabus que foram quebrados por seu excelente trabalho no programa Paranormais. 
Numa pergunta muito preciosa, Kelma resumiu a questão que deveria ser nosso norte como profissionais: o que o cliente de cartomancia quer?
Felicidade. Que o cartomante resolva os problemas, ou ao menos minimize o sofrimento (convenhamos, ninguém procura um cartomante porque está feliz. Grosso modo, ou está curioso ou está com problemas). Receitas prontas. Diretrizes. É necessário atentar-se na resposta para manter o cliente como protagonista, para que ele exercite seu livre-arbítrio frente o destino que ora se apresenta. É fundamental que sejamos diretos. É muito fácil diluir-se em meio às cartas. Bom cartomante consegue sintetizar rapidamente, e a partir da síntese buscar elementos que esclareçam os pontos que o cliente apresenta. 
Lembra o que disse sobre aceitar as questões, todas elas? São as perguntas difíceis que enobrecem nosso trabalho. É assim que crescemos. A nossa participante online – pena não ter podido estar presencialmente, mas que feliz ter a Zoe de Camaris mesmo online! – falou-nos algo precioso sobre isso. É difícil sim a gente responder uma questão “solta”, pois a vida é uma só e os assuntos se interligam. Por vezes, o que está visível para o cliente é uma questão afetiva, mas o que está nas profundezas do problema são suas questões profissionais. Ter contexto nos permite dar uma resposta com muito mais acuro e profundidade. Como lidar com isso diretamente? Eu tenho um método que tem funcionado bastante, publico em breve. Afinal de contas, eu não trabalho com perguntas. Primeiro eu jogo, depois nós conversamos. Mas na hora das perguntas, quanto mais específica a pergunta, mais específica a resposta, dita a regra. Se existem exceções, eu desconheço. Nós mexemos com segredos, como bem disse a Kelma. E não é fácil lidar sozinho com segredos. Talvez por isso seja tão complicado questionar diretamente, sem haver confiança. Como bem disse a Zoe, podemos sim fazer o consulente chegar à melhor pergunta. Podemos orientá-lo não só a encontrar o melhor caminho, como também a questionar adequadamente o seu momento. Direcionamento não está ligado apenas à meta, mas como se chega lá.
E questões que acho pertinentes serem tatuadas. Existe sim espaço para todo mundo. O céu está repleto de estrelas, mas nenhuma se toca.
O mercado te escolhe.

Queridos, façamos por onde. Façamos nosso melhor.
Como puderam ver, eu deixei propositadamente um monte de lacunas. Não tenho respostas para todas; vamos pensar juntos, vamos seguir em frente com essas questões.
O caminho se constrói do que é dito, sim, mas do que é vivido, mais.
Abraços a todos, até o próximo evento.

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