Em outubro de 2010, escrevi um artigo sobre o filme Hachiko, que se aplica muito bem ao estudo que estamos fazendo. Portanto, reformulei-o, retirando o material referente ao Tarô e concentrando-me no Petit Lenormand.
A carta 18 do Petit Lenormand é representada por um cão, corresponde ao Dez de Copas e seu poema (Carta Mundi em inglês, tradução livre): "Companheiro, o cão brincalhão / fiel e amigável todos os dias, / ao menos enquanto está perto de você / e distante das nuvens."
Uma excelente carta para se ter como companhia de jornada.
Enquanto escrevo isso, caem ainda lágrimas sobre o teclado (espero que isso não o danifique) - dois anos se passaram e eu ainda sinto o mesmo efeito. Assistir o filme Sempre ao seu lado é reconhecer a lealdade em uma história real. Meu pai já o havia assistido e, tendo se emocionado bastante, me recomendou assistir também. Só que filmes encontram seus momentos e este não havia encontrado sua hora.
E agora vou assistir novamente.
A carta 18 do Petit Lenormand é representada por um cão, corresponde ao Dez de Copas e seu poema (Carta Mundi em inglês, tradução livre): "Companheiro, o cão brincalhão / fiel e amigável todos os dias, / ao menos enquanto está perto de você / e distante das nuvens."
Uma excelente carta para se ter como companhia de jornada.
Enquanto escrevo isso, caem ainda lágrimas sobre o teclado (espero que isso não o danifique) - dois anos se passaram e eu ainda sinto o mesmo efeito. Assistir o filme Sempre ao seu lado é reconhecer a lealdade em uma história real. Meu pai já o havia assistido e, tendo se emocionado bastante, me recomendou assistir também. Só que filmes encontram seus momentos e este não havia encontrado sua hora.
E agora vou assistir novamente.
Hachiko (忠犬ハチ公), foi um cão da raça Akita nascido em 10 de Novembro de 1923 na cidade de Ōdate, na Prefeitura de Akita. É lembrado por sua lealdade a seu dono, que perdurou mesmo após a morte deste.
Excerto do blog "Os uivos da Loba":
Era 1924 quando um cão da raça Akita foi enviado à casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o nome de Hachi, ao que depois passou a chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de 'amor à primeira vista', pois, desde então, se tornariam amigos inseparáveis!
O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem que leva o mesmo nome. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o inteiro percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Mas, ainda mais incrível era o fato de que Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à estação para encontrar o professor, que desembarcava do trem da tarde, para acompanhá-lo no percurso de volta a casa.
No dia 21 de maio de 1925, Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade, estava na estação pacientemente como de costume, e de rabinho abanando, à espera de seu dono. Só que o professor Ueno não retornaria naquela tarde de 21 de maio: sofrera um derrame fatal na Universidade que o levou ao óbito. Destarte, ainda que alheio a realidade, naquele dia o leal e fiel Akita esperou por seu dono até à madrugada.
Após a morte do professor Eisaburo Ueno, parentes e amigos passaram a tomar conta de Hachiko. Mas, tão forte e inexpugnável era o vínculo de afeto para com seu amado dono — lealdade, fidelidade e incondicional amor levados ao extremo —, que no dia seguinte à morte do professor ele retornou à estação para esperá-lo. Retornou todos os dias, manhã e tarde à mesma hora, na incansável esperança de reencontrá-lo, vê-lo despontar da estação de Shibuya. Às vezes, não retornava à casa por dias!
Foi assim por dez anos seguido repetindo a mesma rotina, quiçá já não tão feliz, razão pela qual já era uma presença familiar e pitoresca para o povo que afluía à estação. E ainda que com o transcorrer dos anos já estivesse visivelmente debilitado em conseqüência de artrite, Hachiko não se indispunha a ir diária e religiosamente à estação. Nada nem ninguém o desencorajava de fazer sua peregrinação!
Em 8 de março de 1935, aos 11 anos e 4 meses, Hachiko é encontrado morto no mesmo lugar na estação onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono, onde durante dez anos se tinha mantido em vigília.
Hachiko, como não poderia deixar de ser, tornou-se um marco, um referencial de amizade talvez jamais igualável em qualquer era anterior ou futura na história. Sua descomunal lealdade e fidelidade receberam o reconhecimento de todo o Japão. Em 21 de abril de 1934, praticamente um ano antes de sua morte, uma pequena estátua de Hachiko, feita de bronze pelo famoso artista japonês Ando Teru, foi desvelada em sua honra numa cerimônia perto à entrada da estação de Shibuya, local onde morreu. Era a memória de Hachiko sendo imortalizada.
Durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de material bélico, todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko.
Após a guerra Hachiko foi duramente esquecido. Todavia, como toda história que se preze precisa ter um final feliz, em 1948 a The Society For Recreating The Hachiko Statue, entidade organizada em prol da recriação da estátua de Hachiko, convidou Ando Tekeshi, o filho de Ando Teru para esculpir uma nova estátua. Até os dias de hoje a réplica encontra-se colocada no mesmo lugar da estátua original, em símbolo de um tributo à lealdade, confiança e inteligência da raça Akita.
Uma belíssima história, que me tocou profundamente, facilmente relacionável à carta 18 do Petit Lenormand; em um nível mais físico, representa os aliados e amigos, sendo passível inclusive de representar o Anjo da Guarda do consulente, ou um espírito amigo (como em todos os casos que transcendam a interpretação corrente, é importante respeitar e adequar a linguagem às crenças do consulente, para que ele possa assimilar a informação sem se assustar).
Excerto do blog "Os uivos da Loba":
Era 1924 quando um cão da raça Akita foi enviado à casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o nome de Hachi, ao que depois passou a chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de 'amor à primeira vista', pois, desde então, se tornariam amigos inseparáveis!
O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem que leva o mesmo nome. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o inteiro percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Mas, ainda mais incrível era o fato de que Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à estação para encontrar o professor, que desembarcava do trem da tarde, para acompanhá-lo no percurso de volta a casa.
No dia 21 de maio de 1925, Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade, estava na estação pacientemente como de costume, e de rabinho abanando, à espera de seu dono. Só que o professor Ueno não retornaria naquela tarde de 21 de maio: sofrera um derrame fatal na Universidade que o levou ao óbito. Destarte, ainda que alheio a realidade, naquele dia o leal e fiel Akita esperou por seu dono até à madrugada.
Após a morte do professor Eisaburo Ueno, parentes e amigos passaram a tomar conta de Hachiko. Mas, tão forte e inexpugnável era o vínculo de afeto para com seu amado dono — lealdade, fidelidade e incondicional amor levados ao extremo —, que no dia seguinte à morte do professor ele retornou à estação para esperá-lo. Retornou todos os dias, manhã e tarde à mesma hora, na incansável esperança de reencontrá-lo, vê-lo despontar da estação de Shibuya. Às vezes, não retornava à casa por dias!
Foi assim por dez anos seguido repetindo a mesma rotina, quiçá já não tão feliz, razão pela qual já era uma presença familiar e pitoresca para o povo que afluía à estação. E ainda que com o transcorrer dos anos já estivesse visivelmente debilitado em conseqüência de artrite, Hachiko não se indispunha a ir diária e religiosamente à estação. Nada nem ninguém o desencorajava de fazer sua peregrinação!
Em 8 de março de 1935, aos 11 anos e 4 meses, Hachiko é encontrado morto no mesmo lugar na estação onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono, onde durante dez anos se tinha mantido em vigília.
Hachiko, como não poderia deixar de ser, tornou-se um marco, um referencial de amizade talvez jamais igualável em qualquer era anterior ou futura na história. Sua descomunal lealdade e fidelidade receberam o reconhecimento de todo o Japão. Em 21 de abril de 1934, praticamente um ano antes de sua morte, uma pequena estátua de Hachiko, feita de bronze pelo famoso artista japonês Ando Teru, foi desvelada em sua honra numa cerimônia perto à entrada da estação de Shibuya, local onde morreu. Era a memória de Hachiko sendo imortalizada.
Durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de material bélico, todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko.
Após a guerra Hachiko foi duramente esquecido. Todavia, como toda história que se preze precisa ter um final feliz, em 1948 a The Society For Recreating The Hachiko Statue, entidade organizada em prol da recriação da estátua de Hachiko, convidou Ando Tekeshi, o filho de Ando Teru para esculpir uma nova estátua. Até os dias de hoje a réplica encontra-se colocada no mesmo lugar da estátua original, em símbolo de um tributo à lealdade, confiança e inteligência da raça Akita.
Uma belíssima história, que me tocou profundamente, facilmente relacionável à carta 18 do Petit Lenormand; em um nível mais físico, representa os aliados e amigos, sendo passível inclusive de representar o Anjo da Guarda do consulente, ou um espírito amigo (como em todos os casos que transcendam a interpretação corrente, é importante respeitar e adequar a linguagem às crenças do consulente, para que ele possa assimilar a informação sem se assustar).
De qualquer forma, o cão é um observador - ele vela o sono enquanto o dono dorme, ele enxerga aquilo a que o dono não deu a devida atenção. Serve como alerta para o que ele estiver observando; apesar de não causar dano direto, o dano indireto pode ser evitado pela antecipação oriunda da visão clara.
O Fábio Coala postou uma tirinha que é exatamente a ideia que o Cão oferece. Ele não se afeta pelo dano direto, nem mesmo vindo pelo dono. Uma das questões que percebo em minhas leituras é que o potencial positivo do Cão é tão poderoso que cancela ou atenua o efeito negativo das cartas que a ladeiam. Essa é de fato uma carta afortunada - quem tem um amigo, tem (mais que) um tesouro. A fidelidade do Cão é sobretudo, ao que acredita, ao que é; em seguida, ao que atende.
Contudo, a lealdade, a fidelidade não devem ser esperadas. Devem ser vividas. Semelhante atrai semelhante. Quanto mais leais formos, mais fiéis formos, mais facilmente atrairemos esses valores para nós, com pessoas de mesma ressonância. Nunca soube de um cão que oferecesse seu amor condicionalmente.
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O Fábio Coala postou uma tirinha que é exatamente a ideia que o Cão oferece. Ele não se afeta pelo dano direto, nem mesmo vindo pelo dono. Uma das questões que percebo em minhas leituras é que o potencial positivo do Cão é tão poderoso que cancela ou atenua o efeito negativo das cartas que a ladeiam. Essa é de fato uma carta afortunada - quem tem um amigo, tem (mais que) um tesouro. A fidelidade do Cão é sobretudo, ao que acredita, ao que é; em seguida, ao que atende.
Abraços a todos.
Acabei de chegar do cinema agora...
ResponderExcluirchorei!
De fato se relacionarmos o filme com o baralho cigano concordo, o cão e de fato um professor de lealdade, companheirismo, nossa, aqui tenho uma mascote fiel.
ResponderExcluirQuanto ao Louco, acho que esse lado da lealdade se deve ao instinto que ele preserva.Tipo: se dentro dele existe um amor,ninguem o detem , ele se arrisca, mas nao se arrepende, se entrega de corpo e alma.Bjs!
Oi estrela. É bom chorar, quando o choro reflete gratidão, comprometimento, felicidade... não é?
ResponderExcluirOlá Senhor da Vida! Mas eu concordo plenamente; é uma fidelidade instintiva, não é um comprometimento. É a entrega sem julgamento.
Abraços!
Esse filme é lindo demais.
ResponderExcluirA fidelidade canina é algo que me comove e fascina.
Bela leitura!
Obrigado, Juli! Bom é quando conseguimos concatenar as ideias de vários elementos em nossas cartas, em uma ordenação lógica e funcional. O que não é difícil na relação entre esse filme e essa carta!
ExcluirUm beijo!
Quando assisti esse filme, meu cão tinha acabado de partir e talvez por isso, o filme ganhou uma lembrança maior e não me esqueço dos detalhes.
ResponderExcluirQue delícia ver o blogue da minha amiga Jaqueline Sales ser citado aqui! A blogosfera é mesmo um lugar pequeno!
Boa semana!!