sexta-feira, 30 de abril de 2010

Corra Lola Corra e a Cartomancia


Hoje, quatro horas da madruga, jurei ouvir a voz de um amigo. Jurei de pés juntos! Não consegui mais dormir. Ao ligar a TV, me deparei com um filme que há muito não via, exatamente pela aura "cult" que ele carrega - tenho dificuldades com obras de arte que devem ser vistas de forma esotérica por um seleto grupo que decide o que é bom e o que não é...

Mas esse filme é bom. Rodrigo Cunha assim o apresenta, o define, e eu concordo:
"Corra, Lola, Corra ganhou alguns prêmios internacionais, como o de Melhor Filme Estrangeiro pelo Independent Spirit Awards, e é um excelente filme alternativo para se curtir. Tem 3 finais (todos ótimos), é preciso ser visto mais de uma vez para ser totalmente aproveitado, apesar de eu ter atentado que nem todas as pessoas curtem o seu modo de fazer cinema. Eu gostei muito, e desde já o considero como um dos novos clássicos do Cinema."


Sinopse: Manni (Moritz Bleibtreu), o coletor de uma quadrilha de contrabandistas, esquece no metrô uma sacola com 100.000 marcos. Ele só tem 20 minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, Ronnie, um perigoso criminoso. Desesperado, Ronni telefona para Lola (Franka Potente), sua namorada, que vê como única solução pedir ajuda para seu pai (Herbert Knaup), que é presidente de um banco. Assim, Lola corre através das ruas de Berlim, sendo apresentados três possíveis finais da louca corrida de Lola para salvar o namorado.

Valério Fiel da Costa faz uma apresentação fantástica deste filme, que merece todo o respeito. confira aqui. E aqui, temos uma análise com base na teoria psicanalítica de Freud. É... O filme dá mesmo pano para manga.


Eu gostaria de partilhar com vocês as sensações que me permearam dessa vez. Desde Matrix, fico me perguntando sobre a nossa função, enquanto cartomantes, no processo de construção dos eventos que permeiam a vida de nossos consulentes. Ou será que, se não falássemos nada, o vaso realmente cairia?


 De lá para cá, li muitas possibilidades de interpretação, desde que "gero karma" por jogar Tarot (!) até que não podemos "alterar o Destino" de ninguém através de uma simples leitura. Mas acho que a resposta que mais me atendeu foi a do livro Conversando com Deus, de Neale Donald Walsh. Experimentamos, simultaneamente, todas as possibilidades de sermos o melhor que pudermos ser. E a parte mais fiel ao que representamos e sentimos (segundo os critérios que adotamos) é escolhida para representar nosso momento.
O Tarot seria uma "antevisão" das possibilidades que temos de representar o melhor que podemos ser. A partir dessa antevisão, decidimos se ela corresponde ou não à realidade que desejamos vivenciar. Não é um fado, mas uma possibilidade, como olhar um mapa antes de cair na estrada.
Ainda bem...
Abraços e até o próximo post.



  • título original:Lola Rennt
  • gênero:Ação
  • duração:01 hs 21 min
  • ano de lançamento:1998
  • site oficial:http://www.spe.sony.com/classics/runlolarun/index.html
  • estúdio:X-Filme Creative Pool / Westdeutscher Rundfunk / German Independents / Arte / Bavaria Film
  • distribuidora:Sony Pictures Classics / Columbia TriStar Films
  • direção: Tom Tykwer
  • roteiro:Tom Tykwer
  • produção:Stefan Arndt
  • música:Reinhold Heil, Johnny Klimek, Franka Potente e Tom Tykwer
  • fotografia:Frank Griebe
  • direção de arte:
  • figurino:Monika Jacobs
  • edição:Mathilde Bonnefoy
  • efeitos especiais:Berliner Spezialeffekte Atelier / Das Werk
Assista ao trailer do filme aqui.

Um comentário:

  1. Obrigado pela visita!
    Independente de qualquer coisa, seu blog é muito bom! Lerei sempre.

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Quando um monólogo se torna diálogo...