quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Refletindo sobre a Corte de Paus


A Blogagem Coletiva continua. Dezesseis pessoas diferentes dissertam sobre cada uma das cartas. Como bem disse o Ricardo Bueno, sem saber o que seus pares falam sobre o mesmo naipe. O que amplia, e muito, a própria perspectiva de análise do mesmo. 


Tendo encerrado a Corte de Paus, fiquei pensando sobre o que a une. O que o comportamento desses quatro membros tem em comum como natureza. 
Normalmente, associamos à corte os quatro elementos, assim como fazemos com os naipes. Então, o Rei de Paus é o Fogo do Fogo, a Rainha a Água do Fogo, o Cavaleiro o Ar do Fogo, o Pajem a Terra do Fogo. Ou, se preferir, o calor, a liquidez, a fluidez e a solidez.
E percebamos, quando isso se relaciona ao Fogo, ainda que o resultado seja efetivo, o movimento é volátil. Os resultados da presença de uma pessoa regida pelo Fogo são permanentes, mas sua presença é fugaz. 


Encontrar-se com os ígneos personagens dessa Corte é encontrar-se com calor, com luz, e, claro, com a possibilidade de ter algumas queimaduras também. Mas é praticamente irresistível conviver com algumas pessoas assim. Elas nos lembram do valor da honra e da honestidade - ainda que, a maior parte das vezes, elas sejam um tanto quanto brutas. Falta traquejo na Corte de Paus. Percebe-se autenticidade em seus movimentos, porque o que eles fazem, dizem, manifestam e rompem diz respeito a quem são.


São sexualmente intensos, mas emocionalmente instáveis. Não é bom brincar com eles. Eles não sabem brincar, risos. Quando se envolver com alguém ígneo, não tente fazer as coisas do seu jeito, porque não vai dar certo. Uma pessoa ígnea pede o limite. Pede ir à exaustão. E não tente apresentar boas razões para contrariar as ideias do referido, porque o Ar de seus pensamentos alimentará o Fogo que o rege.
Talvez, por isso, nada fira mais um ígneo que o desprezo. Apaga-lhe o brilho e o carisma, porque não é mais o centro das atenções. ele fará de tudo, ainda que às avessas, para chamar sua atenção. Até ser destrutivo - já que, como Fogo, ao alastrar-se não tem aonde parar. A menos que falte combustível.
Viver uma Carta da Corte de Paus é despertar para o próprio potencial. É sair das sombras, deixar o segundo lugar, é ver-se independente, livre, leve, solto, desimpedido, desembaraçado. Não há amarras que prendam o Fogo. Não há rotina que o limite. 
Mas para toda ação, uma consequência se segue - e os ígneos, ou aqueles que estão vivendo um momento ígneo, não se atém a isso. Cabe-nos, como cartomantes, orientá-los nesse sentido, para que a ansiedade e a sede (ou melhor, febre) de viver não sejam maiores que a necessidade. Viver um momento ígneo dá febre de viver. Tudo para ontem, antes que o Fogo se extinga.





Não importa que tenha conhecido a pessoa sobre a qual se consulta há dois dias: é o amor de uma vida. Não importa se o contrato não tenha sido assinado: aquele é o emprego dos sonhos. Não importa se não houve um check-up prévio: vou começar a malhar e fazer aquele super dupper regime e estarei em forma para o Carnaval. É tão simples!
Em Paus, tudo começa de uma fagulha. Nem por isso a fagulha deixa de ser só uma fagulha, mesmo que cause um incêndio.
Não podemos nos esquecer que nesses padrões de comportamento se ocultam questões de ordem terapêutica que carecem de cuidados. Tendo diagnosticado com o Tarô padrões de comportamento restritivos ou limitadores, é adequado encaminhar o consulente para um terapeuta competente. Cartomante não é terapeuta, a menos que o seja.




Ainda assim, é importante que o Cartomante conheça, pelo menos, outros mecanismos terapêuticos para encaminhar adequadamente o consulente, ou, caso possa, auxiliá-lo. Um meio eficaz de acompanhamento de uma consulta de Tarô é a utilização dos florais. Temos excelentes profissionais que mesclam as duas áreas com maestria. Sugiro, particularmente, a leitura dos blogs da Priscilla Lhacer e  da Kelma Mazziero, assim como os livros Curso de Tarô e seu uso terapêutico, de Veet Pramad, e Florais do Mundo, de Nei Naiff. Em especial este último está em promoção até o dia dez de janeiro: dez reais mais frete. Entre em contato pelo email mdireto@record.com.br.




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Um comentário:

  1. Sou uma defensora da diversidade e acho que é muito proveitoso que cada pessoa realize a sua análise de uma maneira diferente. E que possamos fazer esta troca, como tem acontecido no Tarologistas. A minha linha é a da taroterapia, até em função dos cursos que já fiz de várias técnicas terapêuticas...Mas já percebi que uma coisa não anula a outra. Creio que todos os demais tarólogos que trabalham com esta linha mais terapêuticas afirmem isso. Porque, efetivamente, tb percebemos possibilidades e tendências de forma clara, a diferença é que trabalhamos em cima da Vontade do cliente de confirmar aquela tendência ou transformá-la, modificá-la.
    Mais uma vez, Manu, parabéns pela iniciativa!
    super-beijo!

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Quando um monólogo se torna diálogo...