quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Quaresma e a Cartomancia


Olá pessoal. Quero deixar aqui, antes do referido post, meu pedido de desculpas pelo atraso nas postagens. Estou temporariamente sem internet, isso dificulta (e MUITO) as coisas.
Contudo, os posts não irão parar, nem que sejam apenas pequenas reflexões.
Como esta, sobre o tempo que vivenciamos até o Domingo de Ramos próximo.

A Quaresma é o período de quarenta dias que sucede o Carnaval e antecede a Semana Santa dos católicos. Nesses quarenta dias, o roxo predomina nas igrejas representando penitência e interiorização, assim como uma possível reflexão sobre os mais recentes excessos (alguém ouviu "Carnaval"?). Esse período seria, por analogia, o período entre a Torre e a Estrela; a Estrela aqui, representando o essencial que permanece diante da queda do supérfluo, tal como o verdadeiro cristão se desfaz do supérfluo pela leveza do seu ser diante do seu Senhor.
Muitos cartomantes de formação católica (sobretudo os que utilizam o baralho comum pela perspectiva de São Cipriano) não abrem seus baralhos nesse período do ano, tiram "férias", por assim dizer. Considera-se esse um período nefasto para a Visão. Contudo, como bem sabemos, isso é uma convenção de acordo com a crença pessoal de cada um. Assim como o Finados não seria uma boa data para a divinação pela visão cristã, a mesma data no calendário celta seria propícia, até mesmo recomendada, para o mesmo ato.
Sendo assim, parar ou não de jogar durante esse período é uma escolha pessoal e intransferível. Contudo, não devemos nos ater a superstições, e sim a conceitos devidamente refletidos e desejados.
Até o próximo post.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Sacerdotisa e o Carnaval


Olá pessoal. Estou aproveitando bastante o Carnaval aqui em Ouro Preto - gente bonita, nenhum problema mais sério e, acreditem, nenhuma confusão presenciada. Estou entre amigos, mas é muita gente, e confusão não respeita espaço de ninguém - se bem, penso eu, a falta de respeito pelo espaço alheio garante a confusão...
De qualquer forma, aqui tá tranquilo. Dentro dos padrões ouropretanos, claro. =)
Estive pensando em como relacionar a Cartomancia ao Carnaval. Uma festa pagã, herege, na qual os fiéis de diversas religiões se refugiam em seus templos enquanto Bacco pula solto fazendo bagunça.
In vino veritas...
Me deparei com uma dicotomia. Não acho certo, como já expus antes, usarmos o baralho de maneira leviana; também sou consciente que, mesmo que nos mantenhamos o equilibrio, a energia do Carnaval é pagã, ou melhor, profana - literalmente, "fora do vaso"... onde despejamos nossos sonhos.
Mas fica aqui minha comemoração a esse feriado, com o auxílio da Cartomancia.
Até o próximo post.












sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cartas repetidas ou: Quando o Baralho deseja enfatizar algo

Olá pessoal. Recentemente tenho me encontrado com Caminhantes de diversas crenças e práticas. Norteados pela vivência cartomântica, xamânica ou puramente espirituais... vamos apurando nossos sentidos em direção a um ponto comum: a evolução da espécie, levando em consideração as dimensões sutis e densas da nossa natureza.
Isso tem dificultado um pouco a atualização do blog, porque são muitas informações juntas, simultâneas, precisava de um tempo para refletir sobre sua aplicação em nossa realidade, na experiência com as cartas.



De ontem para hoje, influenciados pela entrada da lua nova e pela força de Vênus, duas amigas e eu nos reunimos em Coven para celebrarmos. A experiência foi única, inenarrável. Depois do ritual, ambas ficaram inspiradas para um jogo de cartas, com o Livro Celta dos Mortos (release oficial aqui).
O baralho é novo para elas. Havia o apresentado naquele dia. Mas a energia invocada foi poderosa o bastante para clarear o uso das cartas para nós três. Normalmente não permito que toquem meus baralhos, mas estávamos diante de uma situação especial. 
Nesse momento, o que me surpreendeu foi que, sem que uma soubesse o que a outra havia jogado para mim, ambas fizeram jogos de estrutura diferente e respostas idênticas - o que já seria esperado pela veracidade de nossa Arte - mas, curiosamente, com cartas também idênticas. 


Um dos meus questionamentos mais duradouros às "regras" que os livros de Tarot ofereciam era justamente quanto ao fato de não fazermos duas vezes a mesma pergunta. É evidente que, quando efetuamos de maneira leviana uma pergunta, a resposta será tão leviana quanto o sentimento que a motiva. Não era esse o caso; eram duas pessoas que, jogando num mesmo momento, com um mesmo baralho, falaram coisas idênticas, talvez como forma de frisar meu curso de ação.
Usamos outros oráculos nessa noite, e o resultado foi o mesmo. Mudam os caracteres, permanece a linguagem.

Recentemente, atendi um casal, com o Tarot Mitológico que estava preocupado com o filho mais velho, em especial com sua saúde. A carta que coroou, em ambas as consultas, a cruz (eu retiro cinco cartas para respostas diretas) foi a Lua. Hécate.



Emotividade aflorada. Comilança. Casmurrice, Medo disfarçado de agressividade.
Isso, duas vezes - uma para o pai e outra para a mãe.
Não haveria a possibilidade, nesse contexto, de cartas "sinônimas". O significado brotava somente do Arcano XVIII.
Outro caso interessante que aconteceu recentemente foi eu ter embaralhado um baralho novo e sair, na ordem, Rei, Rainha e Cavaleiro de espadas. Sendo que quando a interpretação se manifestou era EXATAMENTE o que eu precisava me atentar.
Importante pois, perceber que as cartas dizem o que tem que dizer, a despeito da lógica... ou falta dela.
Abraços a todos.