sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Relacionamentos homossexuais (e livro novo!)

Olá pessoal. Uma das questões que recebo com mais frequência é da forma como devemos lidar com a homossexualidade no baralho. É um desafio interpretativo lidar com os aspectos da(s) sexualidade(s) com respeito ao cliente e ao procedimento. 
Notavelmente, os baralhos de cartomancia possuem uma perspectiva heterossexual. Quanto a isso, não há muito o que discutir, já que existe uma carta testemunha para o homem e uma carta testemunha para a mulher (falei mais sobre as cartas testemunhas nesse vídeo aqui). Em determinados baralhos, como o Sibilla Della Zingara e o Sybille Des Salons (aguardem novidades a respeito! ;) ) temos uma carta para o Casamento - na qual, invariavelmente, vemos um homem e uma mulher sendo abençoados.

O artista plástico Felix d'Eon fez uma releitura das cartas de casamento.
Existem outros trabalhos associando cartas de baralho a temas homoeróticos.
Confira em http://felixdeon.com/.

Particularmente, eu não sou favorável ao uso de cartas extras para representar os pares homossexuais, porque imagine se, para cada baralho que eu aprendo, eu precisasse desenvolver uma carta extra para um caso específico? É necessário, portanto, lançar mão de técnica para respeitar o oráculo e, ainda assim, obter a resposta correta. É necessário olhar o baralho com olhos para ver.
Tendo conversado sobre isso em relação ao Petit Lenormand, ao Sibilla Della Zíngara e ao Tarot, é hora de explorarmos um pouco mais as cartas comuns de jogar.
Faremos isso em outubro. 


Está em pré venda, pela Editora Alfabeto, meu mais novo livro, agora explorando o contexto das cartas comuns de jogar. Já já, em outubro, conversaremos sobre técnicas para abordar a tradição por uma ótica contemporânea.

Abraços a todos e até lá!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Um conversa com o Louco.

Existem encontros que nos marcam. Outros, que parecem marcados.
Estava eu em frente a uma igreja. Eu gosto de igrejas - são o registro mais fidedigno da arquitetura de uma época (vide a atualidade...). Passa um rapaz com dois cachorros.
- Você gosta de igrejas? É cristão?
- Perguntas diferentes, respostas diferentes. Gosto de igrejas. Não sou cristão (precisa ser cristão para gostar de igrejas?)
- Eu sou ateu. Isso (apontando com o queixo para a igreja) não significa nada.
- Você não pode negar que é lindo. Imponente. 
- É. Pode ser.



E, ao seguir, eu vejo seu rosto mal escanhoado, seus cachorros e seu passo cadenciado.

E então eu rio. 

Aprendi com o Louco que não é necessária lógica para uma conversa ser frutífera. Já que, do Louco, não se poderia esperar grande lógica, não é mesmo?


Abraços a todos.