domingo, 30 de outubro de 2011

Dos Dragões. Dragons Tarot, Lo Scarabeo.

Caixa ainda fechada. Fotografei antes de abrir *.*


Cartas devidamente dispostas.

Olá pessoal. Ganhei, em um sorteio da US Games Brasil, um Dragons Tarot. Engraçado que, ou, melhor dizendo, sincronicamente, tenho passado por algumas experiências com essa imagem, assim como de sua gêmea siamesa, a Serpente. Falaremos sobre essa última em breve.
Pesquisando para escrever essa postagem, percebi que, nem que eu a dividisse em dez partes, chegaria perto de esgotar o tema como ele se apresenta para o Tarô. Existem muitos baralhos que utilizam sua iconografia.

Louco
Dragon Tarot

A US Games desenvolveu, em 1995, o seu baralho de Dragões – o Dragon Tarot, produzido por  Peter Pracownik e Peter Donaldson. (atualização em 31 de outubro: a Bárbara Guerreiro me apresentou o Imperial Dragon, mesmos autores, mesma editora [e arte bem semelhante], publicado em 2010. Obrigado, Babi!)

Eremita
Tarô dos Dragões Celtas

D.J. Conway, famosa e profícua escritora de temas pagãos, desenvolveu, com a Lisa Hunt, a mesma autora do Fairy Tale Tarot #wishlist, o Tarô dos Dragões Celtas, em 2001.

Estrela
Dragons Tarot

Manfred Toraldo desenvolveu a versão da Lo Scarabeo em 2006, com arte de Severino Baraldi, a versão que eu ganhei.  
Cada baralho, evidentemente, possui sua especificidade e possuem trabalhos artísticos absolutamente diversos. Nosso foco, o Lo Scarabeo, é interessante sobretudo pela pesquisa que norteou a elaboração de sua estrutura. 
Os Arcanos Maiores representam, cada um, uma lenda associada aos Dragões:

Os Enamorados 
Sigurd
Dragons Tarot

Louco, o Caçador de Dragões. (Acho que o mais inesquecível Dragon Slayer que conheço está no filme Coração de Dragão.)
Mago, Merlin.
Sacerdotisa, Kur (Dracena mesopotâmica [informações em inglês])
Imperatriz, Tiamat (A Deusa, não o personagem de Caverna do Dragão!)
Imperador, Tepheus (flagelo dos deuses gregos [informações em inglês]).
Hierofante, Leviatã (o monstro mítico cristão, não o livro).
Carruagem, Lung, ou Long (Dragão Imperial Chinês)
Força, o Dragão Celta, adormecido sob o Tor (familiar para quem leu As Brumas de Avalon)
Eremita, o Guardião (talvez a forma mais conhecida de Dragões, aquele que preserva tesouros - semelhante à Smaug, de O Hobbit)
Roda, os Dragões Chineses. 
Justiça, o Flagelo de Beowulf (também familiar para quem viu o filme Beowulf ou leu Coisas Frágeis, de Neil Gaiman)
Enforcado, Uther Pendragon (Cá voltamos às Brumas de Avalon e às lendas arthurianas em geral [informações em inglês])
Morte, São Jorge, o Matador de Dragões.
Temperança, Hidra de Lerna.
Diabo, Apep, ou Apófis, a Serpente Dragão egípcia.
Torre, o Grande Dragão Bíblico (que será libertado por pouco tempo nos tempos do Julgamento. Apocalipse 12, 3 ss)
Estrelas, a constelação de Dragão (Draco).
Lua, Python, a Deusa Pítia antecessora de Apolo em Delfos.
Sol, Ladon, o guardião das maçãs das Hespérides.
Mundo, Ouroboros, a serpente-dragão que envolve o mundo.

Cavaleiro de Paus
Dragons Tarot

Foram elencados dragões historicamente atuantes no imaginário de quatro grupamentos diferentes, refletidos nos naipes: Extremo Oriente (Copas), Americanos (Ouros), Africanos (Paus) e Europeus (Espadas).  
Os Dragões, ao contrário das serpentes, são seres mitológicos. Há sim, um dragão de fato, que na verdade é um lagarto grande: o Dragão-de-Komodo, ou crocodilo-da-terra (Varanus komodoensis).


via GIPHY

Como disse anteriormente, o dragão, mítico, parte do padrão existencial dos répteis, sobretudo os ofídios. O dragão passa a ser então, um sonho, um senhor do reino onírico, do qual ele mesmo faz parte. 


Esboço: Dragão atacando um leão
Leonardo da Vinci


Leonardo Da Vinci, como podemos ver acima, desenhou seu dragão - e, levando-se em consideração o grau de realismo que Da Vinci buscava em suas obras, desenhar o mítico não deixa de ser sui generis - a partir de morcegos e répteis.
Os dragões, símbolos da China, são essencialmente ligados às artes marciais orientais, tendo sido explorados nos filmes de ação e luta em diversas ocasiões. 


Príncipe Zouko e o Dragão vermelho.


Entre todas as possibilidades a se apresentar, creio que a que melhor define a relação entre homens e mitos quando isso se aplica à artes marciais está representado em Avatar: The Last Airbender, Livro III: Fogo, episódio 13: os Mestres Dobradores de Fogo.


Aang e o Dragão Azul.


(aqui você tem o resumo, aqui você pode baixá-lo, e aqui você pode assistir a cena sobre a qual falo).
As artes marciais foram desenvolvidas através da observação dos animais e da relação entre seus movimentos e a eficácia de seus ataques. E, sendo o Dragão uma soma de diversas criaturas míticas, seria por excelência o professor, como no desenho.
Estou disposto a aprender com ele. Ou eles; estamos diante de setenta e oito possibilidades...
Abraços a todos.

3 comentários:

  1. Eu sou apaixonada por dragões...tanto que tenho um enorme tatuado no braço e em cima (quase) do coração).E Avatar é meu desenho do coração!Adorei seu post!

    Iony

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  2. Lindo post... q bom q te apresentei algo novo, achei q vc já conhecesse...
    Amo Dragões... são animais fantásticos,e tenho boas histórias com eles, queria tatuar um nas costas inteira, mas todo mundo diz q isso é coisa pra homem... mas quem sabe um dia eu deixo isso pra lá e tatuo mesmo!

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  3. Realmente aprender com eles deve ser tudo de bom!

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Quando um monólogo se torna diálogo...