quinta-feira, 22 de março de 2012

Refletindo-se nas Águas da Corte de Copas.



Olá pessoal. Hoje, 22 de março, é o Dia da Água. Essa data não poderia passar em brancas nuvens (ainda que nuvens sejam água em forma de sonho...)




Para a Cartomancia, a Água é representada por Copas. Ao contrário dos demais naipes, não encontrei, em meus estudos, discrepâncias à essa afirmação. Copas representa o profundo, impenetrável e imiscuível mundo dos sentimentos que, paradoxalmente, é reflexivo em sua superfície, permeável ao toque, e plástico à forma. A Água é um mistério, de onde a vida surgiu, para onde a vida retornará, sem, no entanto, revelar-se plenamente nesse ínterim.




A Água possui memória. Ela se altera pelas emoções que emanamos perto dela. Por isso as religiões possuem suas Águas Sagradas, e Fontes Sagradas brotam do coração da Terra. Da mesma forma, quando precisamos limpar um ambiente, usamos água. A sensação de limpeza é muito mais profunda que se usássemos apenas a vassoura. Tipo a sensação de esvaziamento que sentimos no peito quando o alívio toma conta de nós.
 Falando nisso, o coração é por excelência o órgão da Água, ainda que fabricado com doses generosas de Fogo. Sua dança em nosso peito garante que a água flua em  sangue aonde ela é necessária no momento certo.
Não podemos nos esquecer também do sistema linfático – que é autônomo, mas ama um carinho e funciona muito melhor recebendo massagens com regularidade. A drenagem linfática foi, para mim, a mais grata surpresa entre todos os sistemas de massagem que experimentei. Comigo, mais que o corpo, o tratamento alcançou níveis mais profundos, camadas mais escondidas, sem grande esforço ou pressão, e liberou tensões que, se dependessem de mim para serem liberadas, primeiro teriam que ser descobertas.



Mas o que essa conversa toda tem a ver com Corte e com Tarô?
A Corte de Copas é a mais permeável e a mais inacessível das Cortes do Tarô. Tudo as afeta, nada as atinge. As personagens representadas por Copas tem uma habilidade ímpar de contatar realidades paralelas e obter delas sensações e sentimentos – que, por conforto e bem-estar, habitam justamente nesse naipe. O problema é que a água não se filtra sozinha – exceto por decantação – e os filhos das Copas absorvem tudo. Eu disse tudo.
Encontrando residência em um elemento passivo, são reativos, não ativos. Não espere de um filho das Copas uma ação, a menos que o desejo provenha de você, primeiro. Talvez por isso excelentes amantes: aprenderam a dançar antes de engatinhar, a cantar antes de falar, a sorrir antes de pedir.


Isso os torna extremamente perigosos. Não é difícil se encantar por qualquer um deles. A parte positiva disto é que a Cartomancia clássica toma o naipe de Copas como positivo; a parte negativa é que você nunca vai saber exatamente o que perpassa a criatura – sentimentos só pertencem aos seus donos e, em Copas, sentir é tão comum quanto respirar, o que permite ao representado sentir o que quer, enquanto quiser.




A metáfora é clara: se você não tem condições de respirar debaixo d’água, não tente mergulhar muito fundo, você talvez não consiga voltar. Como diz o ditado... galinha que acompanha pato, morre afogada.

Confira os textos da Blogagem Coletiva:




Ah, a Regina Guigou fez um compilado da Corte de Copas, aqui. Dá uma passada, vale muito a pena.

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