segunda-feira, 19 de março de 2012

Deus é um superlativo.


Olá pessoal. Raramente posto por aqui questões decorrentes de consultas. Não porque não ache os estudos de caso necessários, longe disso; É porque, normalmente, as questões levantadas são muito particulares para que eu exponha aqui. Esse caso que vou contar é uma daquelas exceções que devem, sim, ser divulgadas - mantendo, evidentemente, o respeito ao nome dos envolvidos.
Por esses dias, joguei para um jovem pai de família. Havia ficado desempregado há pouco e queria saber de novos rumos, pois o desespero começou a ligar no seu celular e ele queria se posicionar antes que o desagradável personagem batesse, enfim, à sua porta. O jogo foi muito positivo, e eu já estava bem satisfeito com o que havia visto. Reconhecêramos seus limites e a forma de transpô-los para obter o melhor dos resultados. Foi aí que ele me perguntou: como está minha relação com Deus? Digo, tem algum entrave espiritual que esteja me mantendo nesse rumo esquisito?
Ok, embaralhemos, cortemos, disponhamos as cartas, como manda o ritual. Diante de perguntas tão complexas, quanto menos eu pensar, melhor. Deixo as cartas falarem com o ênfase que lhes é próprio. Depois da frase formada, posso explorar mais o tema mas, num primeiro momento, deixo com elas. 
Surpreendentemente, as cartas foram enfáticas em recomendar-lhe uma boa dose de hedonismo, sem gelo. Algo surpreendente, sem dúvida. Enquanto conversávamos sobre o prognóstico, percebi que ele carregava (literalmente) a família nas costas. Oferecia-lhes tudo o que era possível, e mais. Não era capaz de negar nada. O não lhe era sofrido de dizer.
As cartas apontavam para o caminho oposto... A relação deste com Deus estava baseada em paradigmas que não correspondiam ao que ele precisava. 



Ele me disse: "Fico meio sem graça de encher o saco de Deus, sabe? Só recorro a Ele quando se esgotam todas as possibilidades aqui, na Terra. Não acho certo ficar o importunando com os meus problemas."
As cartas me mostravam justamente o contrário, era hora de ele começar a pedir o que quisesse, porque Deus estava com redobrada atenção para lhe conceder o que pedisse. Temi por ele, que ele perdesse esse momento tão precioso.
"Meu amigo, se eu te pedir essa corrente que está no seu pescoço (e que caminhava com ele havia anos) você me daria?"
"Se você for um dos meus, sim."
"Você me perguntaria se eu teria encontrado uma igual antes, se eu não teria dinheiro para comprar, perguntaria porque motivo eu quereria justamente a corrente em seu pescoço?"
"Não..."
"Então, me diga... Por que você quer esperar acabarem suas perspectivas e expectativas para pedir a Deus o que deseja? Acredita mesmo que Ele agiria contigo diferentemente da forma como você age com os outros?"



Lágrimas nos olhos, sem mais questões, despedimo-nos. 

Deus é um superlativo de nós mesmos. Aonde estivermos, Deus também estará, inevitável e inexoravelmente.
Certamente, Deus é um grande Cartomante (ou se consulta com Madame Cazam). E uma inspiração para seguir meu Caminho na Arte. E, claro, Deus tem um senso de humor do seu próprio tamanho.



Abraços a todos.

Um comentário:

  1. E vemos muito por ai, ou não querem perturbar ou acho que Deus não está nem ai para seus problemas.Excelente semana amigo!

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