terça-feira, 7 de junho de 2011

A cura e o curador. Ou: aprendendo por acaso (?) a redescobrir símbolos. Ou ainda: aprendendo tarô no Facebook.


Olá, pessoal. A experiência de conversar com os Tarologistas tem sido fantástica. Primeiro, porque me aproximo de pessoas realmente encantadoras e partilho conversas muito instrutivas, até mesmo para postar por aqui. Segundo, porque é praticamente em tempo real. Muito divertido. 
Recentemente, a Luna Solis publicou um texto no Clube do Tarô divertidíssimo, com link lá no Tarologistas, sobre a simplicidade dos símbolos. Em resposta tivemos a indicação de um texto da Zoe de Camaris (NIKITA, ou A Arte de Encontrar Gatinhos Perdidos). Ambos os textos me deixaram pensando se estaria, eu, deixando os símbolos se diluírem em academicismos tolos. Aonde estavam os atributos que me deixavam tão excitado no começo dos meus estudos? Bora procurá-los.
Fiz uma tiragem do Arcano do Dia pelo Personare. Saiu o Ás de Copas


Eu escrevi em meu perfil:
JURO que, pela atual conjuntura das coisas no campo afetivo, tiraria um oito. Ou talvez um nove... de Espadas. Mas não; quem diria que seria presenteado com um Ás! O que me espera, ainda, nesse dia? #fiqueipensando.

Levando em consideração que o Ás de Copas, na maior parte da literatura, representa abertura emocional - interna ou externa - propondo um novo desabrochar na vida, um desaguar de sentimentos despertando novos movimentos, um novo amor, novo desejo, satisfação e prazer, eu pensei comigo: NO WAY. Esqueci-me, ou, melhor, deixei de olhar o símbolo pelo que ele representava e passei a olhar o símbolo pelo que eu já havia lido.
Fiz exatamente o mesmo que aquelas pessoas que entram em um museu ou pinacoteca e, ao invés de inebriar-se na aura local, vivenciando o olhar e interiorizando a arte de forma crítica, ficam lendo os catálogos e chamando uma obra de "arte" só porque fora feita por um dito "artista".
Um grande amigo meu, Giancarlo Schmid (que é o responsável pelo texto d'O Mago da nossa blogagem coletiva) me questiona sobre alguns aspectos astrológicos de meu mapa, não sem antes deixar um mote precioso e preciso: não há mal que sempre dure, não há bem que perdure. 
Nossa conversa desanuviou meu coração. E eu lembrei que a Taça do naipe de Copas não porta somente sentimentos por outrem; é também a Taça de cura de nós mesmos, fisica, psiquica ou emocionalmente falando. 
Cura.
Um sentido que, se vi alguma vez em algum livro, coloquei a referência bibliográfica em alguma estante poeirenta da minha memória. Mas que, de agora em diante, devidamente espanada e lustrada, voltará ao lugar de destaque que merece. 


Hoje, mais atento aos sinais e menos pressuposto a acreditar nos meus livros mais que nas minhas cartas, recebi do Personare o Hierofante como guia para o dia. Lá vou eu postar meu desafio - a mim mesmo, dessa vez; queria reler no fim do dia e encontrar o link para o insight da vez:
Vestibular da alma? Algo assim. Hoje pretendo encontrar alguém sábio que conhece o Outro Lado melhor do que eu, para me orientar na ida para lá. Com direito a volta, claro.

E o desafio surtiu efeito. Fui modelo de uma aula de massagem, recebi Reiki e tive a sensação, sim, de ter ido ao Outro Lado... e voltado. Guiado por uma mulher que conhece o caminho. E mais: recebi uma aula de Reiki, na prática, sem palavras, mas com total entendimento da causa, da técnica e do efeito.
Volto hoje mais humilde para meu baralho. Sabendo que ele me recebe com o mesmo carinho que sempre nutriu por mim - mas sabedor que o objeto de seu amor já não é mais o mesmo...



Um adendo: Não entendam, com isso, que sou favorável à prática sem teoria, pura e simplesmente fruto da intuição. Acredito, sim, que precisamos da teoria para dominarmos o conteúdo e nortearmos as possibilidades interpretativas quando isso se faz necessário - nem sempre existe uma "vozinha" soprando respostas em nossos ouvidos. Mas acho fundamental, imprescindível, não perdermos a sensação de primeiro amor - aquela sensação que nos guiou à posse de um baralho pela primeira vez e, fatalmente, nos mantém amando a cada dia o objeto desse primeiro amor.
Abraços a todos.

3 comentários:

  1. Com certeza a teoria é importante, mas como você mesmo diz, ninguém chega ao tarô puramente pela teoria, mas pelo cheiro, pelo toque, pelo sonho, pela luz que ele emite... vai muito além disso!

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  2. A mente não funciona tão bem quando está em conjunto do coração. Que possamos sempre estar dispostos a perceber os símbolos que nos cercam, e não somente quando eles se manifestam nas lâminas do tarot.

    Abraços!

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  3. Emanuel, é como penso: estudo, prática e trocas de ideias. Sempre intercalando e seguindo... Abraços!

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Quando um monólogo se torna diálogo...