quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Reis Magos e a Cartomancia


Olá pessoal. Fiquei pensando no que dizer sobre o Dia de Reis, já que a tradição os conta como três e nos baralhos temos quatro. Mas pensando bem...
Vamos falar dos presentes dos Reis?

A representação mais utilizada dos Reis Magos nos primeiros séculos da Igreja e durante a antiguidade tardia foi a histórica. Os magos eram representados vestidos em trajes persas reverenciando o Menino Jesus, entronizado ou sentado no colo da Virgem. É assim que o vemos representados nos túmulos dos primeiros cristãos e nos mosaicos das basílicas. 
A representação alegórica surge a partir da Alta Idade Média. Nesse período, os três magos passam a representar os diversos povos, descendentes dos três filhos de Noé - Cam, Sem e Jafeth. No Renascimento essa representação alegórica fica mais significativa, pois cada um dos magos é representado como uma raça ou etnia (e algumas vezes, representam também as três idades do homem - no século XV, se fixou que Belchior teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos e Baltasar 20 anos. Fonte): um representando os europeus, outro os africanos e outro os povos do Oriente Médio. Há inclusive uma curiosa pintura de cerca de 1500 (cuja autoria é geralmente atribuída ao português Vasco Fernandes ou Grão Vasco) em que um dos magos é representado como um índio Tupi, o que mostra o desejo dos cristãos daquele tempo de incluir os povos do Novo Mundo no rebanho dos fiéis de Cristo. (Fonte, comentada)


A tradição relaciona três Reis - Gaspar (o Asiático), Baltazar (o Africano) e Melchior (o Caucasiano) - dado serem três presentes correlacionados no Evangelho de Mateus: ouro, já que o Cristo era um Rei; incenso (Olíbano - Boswellia ssp.), pois era também um Deus; e mirra (Commiphora molmol), pois, apesar de tudo, não deixava de ser mortal.
Há inclusive uma história que conta a existência de um quarto sábio, mas aparentemente é mais alegórica que as próprias alegorias tradicionais.
Mas falemos do que motiva essa postagem. Que cartas representariam os presentes dos Magos?


Acho que A Estrela (Arcano XVII) não conta. 




Ela é a própria motivação da aventura dos homens sábios, dos astrólogos do Oriente (é pessoal, a galëre new age é avant garde desde antes de Cristo!!!)


Ouro... Imperador. Arcano IV, limites e possibilidades próprias da matéria, sendo direcionadas e dominadas por uma mente superior preparada para isso. 


Talvez o brilho do ouro relembre O Sol (Arcano XIX), mas a relação é apenas alquímica, creio eu (Ouro = metal do Sol)...


Incenso... Hierofante (Arcano V). O intermediário entre o material e o espiritual, assim como a fumaça do incenso, cada vez mais evanescente, leva nossas preces ao Céu. 


Haveria outra carta tão aromática quanto? Talvez a Temperança. Talvez.


Mirra. Deveria pensar na Morte? Até pensei...


...Mas o Arcano XII se interpôs, dizendo: importante não é a mortalidade do corpo, mas a experiência da Alma no processo. A Consciência Crística desperta no alvorecer da Alma, não na decadência do corpo.


Feliz Dia de Reis, pessoal. Abraços a todos.

Um comentário:

  1. Olá, Emanuel! Parabéns pela bela e informativa postagem, tão apropriadamente ilustrada pelas cartas do Tarot das 1001 Noites.
    Aproveito seu blog para cumprimentar a todos os Astrólogos pelo seu dia. A todos os Baltazares, Gaspares e Belchiores que há milênios estudam as estrelas. Que eles, como seus orientais ancestrais, possam ajudar a todos a encontrarem a direção para a Luz.

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Quando um monólogo se torna diálogo...