sábado, 7 de maio de 2011

A Força da Mãe: Reflexões sobre gênero.

Olá pessoal. Até pensei em escrever somente sobre a maternidade na Cartomancia, mas creio já termos conversado sobre isso antes, em algum momento. Mas eu queria falar sobre a Mãe.
A ideia de Força é inerente à ideia de Mãe. Levemos em consideração que a escolha óbvia para falarmos de maternidade, nos Arcanos Maiores, é a Imperatriz, assim como, quando desejamos falar sobre a avó, a Sacerdotisa. Há quem chame a Sacerdotisa de mulher perfeita, mas ela é tão fria... Tão vivida... Como a Senhora que, depois de ser flor, torna-se fruto guardando a Semente dentro de si. 




Essa maturidade, que, sim, pode ser associada à gravidez em alguns aspectos, diferencia, para mim, a Sacerdotisa da Imperatriz. A Sacerdotisa é Virgem e Velha, mas só a Imperatriz é Mãe.
Só...?
Eu andei pensando sobre isso enquanto ouvia Adele. E tive um insight. Ou, pelo menos, algo para conversarmos aqui... Sugiro que vocês ouçam também, não só pelo contexto, mas porque realmente é bom.



Pensemos juntos sobre a iconografia d'A Imperatriz. Ela é par. Ela é face. Ela é parte de um todo maior que a une aO Imperador. Isso fica muito claro no Thoth Tarot quando ladeamos A Imperatriz com O Imperador, seguidos pel'Os Enamorados. O casamento é inevitável, inexorável, intransferível.
Agora pensem numa mãe solteira. 





Next time I'll be braver
I'll be my own savior
When the thunder calls for me
Next time I'll be braver
I'll be my own savior
Standing on my own two feet
  
Hoje, ao invés de falarmos sobre a correlação mais óbvia, falemos sobre um aspecto da maternidade que raramente abordamos. Nem sempre a família é perfeita para os padrões sociais vigentes - o que não indica, em absoluto, que essa familia não seja perfeita.
Nos mais recentes dias, com a aprovação da Lei que legitima a união entre pessoas do mesmo sexo, eu fiquei pensando a respeito da constituição da família. É um saco pensar que só a família que seguir o american way of life conseguiria ser feliz. 




Como no filme Revolutionary Road (Foi Apenas um Sonho), a ideia de perfeição é tão imperfeita que acaba destruindo seus protagonistas.
Pois bem, o que há de imperfeito na mãe solteira? A ausência de marido? A impossibilidade de evitar o trabalho externo, tendo que coincidir com o trabalho doméstico? Qual é o problema? 
Hoje, para nós, talvez isso soe até mesmo como arcaico. Pouco mais de dez anos atrás, era motivo de expulsões de casa. A mãe, por vezes uma criança, se via com outra criança nos braços. Abandonava a boneca por um bebê a que não poderia abandonar.
Hoje, estamos numa nova etapa da construção da família - laços de afeto sendo mais fortes que laços de sangue. O que impede duas mulheres ou dois homens de constituir uma família? Até o momento, a possibilidade de tentar. Eu acredito que caráter não tem sexo. Que afeto não tem gênero. E mais: estamos diante da possibilidade de termos diversas crianças sem lar sendo adotadas por pessoas de índole. Independentemente de como vivem suas vidas sexuais. Vi, recentemente, o caso da menina que esquartejou os pais por não lhe darem o dinheiro para o dízimo da sua igreja. O que faltou - ou o que sobrou - aí? Não estava tudo certinho, papai, mamãe, filhinha?
O jornal frisa serem pais adotivos. Acredite: conheço excelentes filhos adotivos que não tem a menor pretensão de esquartejar seus pais por dinheiro. Então, considero fundamental dar à crianças sem lar a oportunidade de terem um. Com papai e mamãe, papai e papai, mamãe e mamãe, papai e só e mamãe e só.




Talvez por isso Adele. Talvez por isso A Força. Porque não é fácil imaginar determinados grupos aceitando algo tão plausível e, por que não? Aceitável.




Força, mães. Biológicas, adotivas e vocacionad@s à maternidade, independentemente da natureza de seus corpos.
Abraços a todos, feliz dia das mães. 



3 comentários:

  1. O tema é,realmente, muito complexo daí a urgente necessidade da tolerância e respeito às convicções diversas que se espraiam pelo mundo.O fato de um filho ser adotivo não implica necessariamente que ele venha a ser mau com os pais adotivos até porque há muitos filhos que matam e tramam a morte dos pais biológicos.Também não sei até que ponto as crianças adotadas por casais do mesmo sexo sofrerão qualquer ou nenhum tipo de discriminações que as afetarão, ou não.Enfim,há mais mistérios entre o céu e a terra....quem disse mesmo? rs..Ah! Não tema a saída do corpo porque inevitavelmente,um dia,te acontecerá.
    abçs e paz.

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  2. Questionar, questionar...
    Temos mesmo que nos questionar, se tudo muda à nossa volta porque não mudamos nós, nossos conceitos e preconceitos?
    Beijinhos,
    Rute

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  3. Sem o que acrescentar, adorei o texto, abs!

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Quando um monólogo se torna diálogo...