quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Blogagem Coletiva Petit Lenormand: 11. Beth Castro e o Chicote.


Beth Castro é uma querida. Estudamos juntos há algum tempo, e nesse tempo todo só nos divertimos achando detalhes escondidos nos meandros das cartas. Estivemos juntos no II Fórum Nacional de Tarô, e agora estamos juntos aqui no Conversas. Deleitem-se com esse texto, que me deixou reflexivo por dias.

Contatos com a autora: BH Tarô




O CHICOTE

Um chicote é uma corda entrançada ou tira de couro, terminada em ponta e presa a um cabo para fustigar animais (cavalos) e também seres humanos em certos países como forma de castigo pela violação de certas normas instituídas, adultério,  consumo de bebidas alcoólicas como é o caso de alguns países islâmicos (Irã, Arábia Saudita e outros).
O Chicote é também usado para flagelação.
O estalido produzido por uma chicotada é resultado do rompimento da barreira do som. 
O chicote também pode ser utilizado como instrumento de defesa pessoal, sendo que esta função já era realizada a pelo menos 2 mil anos atrás, pela guarda real do Tibete (onde os guardiões utilizavam uma lança e um chicote). Hoje em dia, empregam-se algumas técnicas de uso para estalar o chicote, com precisão de local e força, fazendo uso do mesmo, tanto para atingir partes do corpo do oponente, como para mantê-lo (os) afastados.
O chicote também é muito utilizado por pessoas que admiram relações sexuais sadomasoquistas, tendo em atenção que ele oferece a sensação de dominação sobre o parceiro. Contudo o chicote é um instrumento perigoso, podendo o seu uso incorreto conduzir a sérias lesões. O chicote é muito doloroso e pode causar feridas abertas e profundas, das quais podem resultar cicatrizes vitalícias.
Existem diversos tipos de chicotes, sendo os mais comuns o chicote de tiras e o chicote de tira única.
O chicote de tiras tem geralmente 9 tiras, não sendo tão perigoso nem causador de danos tão graves quanto o chicote de tira única. Este último é perigosíssimo e de difícil manejo.
Há dúvidas sobre as origens do termo, vindo, provavelmente, do francês arcaico cicot ("resto de um tronco ou de um galho cortado ou arrancado", tendo passado ao sentido de "ponta de corda de um navio"). Posteriormente, em documentos do século XVIII, ainda na língua francesa, é registrada a palavra chicotte ("trança de cabelo"). Em português, apresentou as seguintes evoluções ortográficas: chicóte, checote e, finalmente, chicote.
Em náutica chama-se chicote à extremidade de um cabo que foi trabalhado de tal forma que se não desfaça facilmente com a utilização.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

OS CASTIGOS SOFRIDOS PELOS ESCRAVOS



Os castigos eram considerados um espetáculo e eram feitos publicamente.
O sistema escravocrata constituiu um dos mais bárbaros objetos de castigo, dentre eles o açoite - chicote feito de cinco tiras de couro retorcido com nós; era utilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho dos escravos.



O USO DO CHICOTE PARA FLAGELAÇÃO

Na Antiguidade, Idade Média, até finais do século XIX era usado como punição em quase todo o mundo de escravos, de não cumpridores da lei, etc. Ainda é utilizado, em alguns países islâmicos para os que não cumprem alguns princípios da sharia presente no Alcorão: consumo de bebidas alcoólicas, relações extra-conjugais, etc.
O termo aplica-se como por exemplo à religiosos que incutem a si mesmos sofrimentos e chagas, de modo a imitar a paixão de Cristo. Também os chiitas usam a flagelação como mortificação, ocorrendo à autoflagelação.



A autoflagelação me fez lembrar de imediato o filme Código Da Vinci, onde Silas, personagem interpretado por Paul Bettany em nome de uma fé cega pagava e se redimia de seus pecados e culpas através do seu auto-sofrimento. A carta do deck do Mystical Lenormand retrata bem em imagem o que assistimos no filme.

Flagelação de presos, nos Estados Unidos da América,
 no princípio do século XX.

A FLAGELAÇÃO DE CRISTO



O CHICOTE NO CIRCO

Quando criança meus pais costumavam levar a mim e os meus irmãos ao circo. Era um bom programa de distração e ficávamos muito empolgados principalmente quando chegava o momento de assistirmos a entrada do domador e o leão. Ali o domador e seu chicote que batia no chão repercutindo um som que jamais esquecerei, ele usava de toda sua coragem para enfrentar uma fera que era submetida àquele chicote porque o leão sabia que se fizesse algo diferente do que foi treinado seria punido e que seria doloroso apanhar com aquele instrumento.
Encontramos hoje em reportagens pela internet inúmeros casos onde o Leão reverteu o caso e não quis se submeter tirando a vida do seu próprio domador. E o que aprendemos é que pode ser fatal o mau uso do poder. 


Ao estalar do chicote,
o leão dá um pinote,
se encolhe no picadeiro

Mas não é medo o que sente,
nem é susto:
é saudade, é tristeza...
Seu coração ficou perdido 
para sempre na floresta.

O domador se orgulha,
estala a língua, o chicote,
se sente assim como se fosse
um rei todo poderoso.

Mas o que o leão não adivinha
é que o leão de verdade
está longe, adormecido:
no palco, quem caminha
é a sombra do leão.

Roseana Murray

CASTIGAR ATIVA A REGIÃO CEREBRAL DO PRAZER.

Sempre quando vemos uma cena onde o mocinho vence o bandido logo ativamos uma zona cerebral que nos dá uma satisfação, esboçamos aquele leve sorriso no rosto, segundo Brian Knutson psicólogo da Universidade de Stanford na Califórnia (EUA) este é o primeiro estudo sobre o castigo com mapeamento cerebral e ele mostra que há um auxílio emocional para garantir a satisfação. 
A vingança é um ato irracional que segundo os cientistas traz um equilíbrio já que o ganho para quem o faz é a sensação de satisfação chegando à conclusão de que há uma região no cérebro que fica excitada e traz conforto e satisfação quando punimos ou vemos a punição de alguém por ter feito algo ilícito ou fora dos padrões normais de conduta.


Ainda falando sobre o castigo e o prazer; o chicote é o símbolo da subordinação e da dominação àqueles que usam da prática sadomasoquista e segundo a terapeuta e especialista Raquel Penteado a pessoa que gosta de ser humilhada quer se livrar de alguma culpa e essa submissão está relacionada a isso. Já o sádico projeta a própria culpa no outro para puni-lo e sente prazer com o sofrimento do outro. 
No amor esta carta pra mim revela o lado sexy, atrativo e sedutor da pessoa. A atividade sexual, a paixão do desejo, poderemos verificar também se o consulente tem desvios de comportamento sexual, traumas ou se o sexo tem maior ou menor importância no relacionamento.

ZORRO E O SEU CHICOTE - QUEM SE LEMBRA?

Quando escolhi a carta O Chicote veio logo à minha mente a lembrança dos filmes de infância e que um personagem usava como ninguém o seu Chicote, ele nada menos que o Zorro.  Don Diego de La Vega usava seu chicote e sua espada para defender o seu povo. 
Aqui o chicote usado a favor da justiça e da punição dos culpados.
Para os mais jovens abaixo uma foto de Harrison Ford interpretando Indiana Jones usando o seu chicote no filme Os Caçadores da Arca Perdida.

O CHICOTE NO BARALHO CIGANO

A Carta O Chicote tem o número 11 e em alguns decks vemos o valete de paus.
O Valete de Paus da carta simboliza um jovem imaturo, brigão, irritante, rebelde, cheio de ambição e vaidade, sua coragem o faz brigar pelo comando e domínio mostrando que ele é determinado a conseguir o que ele quer custe o que custar.  
Esta carta é neutra podendo ter seu aspecto positivo ou negativo conforme as cartas que vem ao seu lado.



O Chicote é o instrumento da punição, do uso da força e do poder pessoal em detrimento da submissão e da humilhação de outra pessoa. Mostra quem é que manda e quem domina. 
Aspectos quando perto de cartas negativas: - conflitos, disputas familiares, opressão, raiva, rivalidades, agressão, arrogância, prepotência, contrariedades, brigas, confrontos, uso da força física, uso de palavras fortes e ofensoras, torturas mentais, embate de forças para ferir, sofrimentos, impulsividade, precipitação, manipulação, ambição, uma punição por culpa, autoflagelação, perda da razão, desequilíbrio, desordem mental, forçar a barra, desentendimentos e vaidade.  Quando a carta do chicote sai devemos analisar em que posição está, pois ela nos mostra o que irá acontecer se o consulente reagir de forma impensada ou se sofrerá com a impulsividade de alguém. 
Aspectos quando perto de cartas positivas:- uso da disciplina que trará bons resultados, proteção e cautela, comportamentos com padrões de total domínio mental, saber agir de maneira firme e com propósito positivo, o uso da palavra favorecendo a situação, transformação, equilíbrio e ordem, sensatez, controle dos impulsos, ter energia para e motivação para impor as ideias com coerência e bem comum, garra, pessoa que batalha por aquilo que quer superar, é também não se deixar ficar submisso a vontade alheia quando esta lhe for prejudicar, se mostrar respeitoso e também ser respeitado pela posição que ocupa.

O CHICOTE E A MAGIA

Quando alguém nos pergunta sobre magia ou se alguém fez algo contrariando as leis do universo, o baralho nos dá uma resposta positiva se vier juntamente com a carta A Lua a de número 32, porque como a carta o chicote nos fala justamente da manipulação, aqui podemos verificar uma manipulação e uma desarmonia energética contrariando o destino, a pessoa quer forçar alguém a se submeter a um castigo devido a sua ira e sem pensar nas consequências.  A magia pode ser determinada também pela força dos nossos pensamentos, pois estes podem nos trazer o bem como também o mal, não há necessariamente que alguém tenha nos feito algo, somos frutos daquilo que pensamos e devemos, no entanto controlar nossa mente e nossos pensamentos para que eles nos conduzam  da melhor forma possível para obtermos assim melhores resultados naquilo que queremos conquistar.   
Esta carta é considerada como uma carta dupla: a carta que estiver em contato com a Vassoura é o que devemos afastar, limpar e purificar na nossa vida; e a carta que estiver em contato com o Chicote é o devemos impor, reclamar, protestar, lutar para obter os nossos direitos.
Odete Lopes

No plano espiritual esta carta pode nos mostrar uma paz interior, um carma, nos falar de um mentor e um benfeitor espiritual disposto a espantar energias intrusas que por ventura possam estar querendo atuar na vida do consulente.
Perfil: Quando alguém pergunta como é fulano e sai a carta do chicote podemos ver que se trata de uma pessoa dominadora, persistente, que defende seus próprios interesses e que por isso pode passar por cima dos interesses alheios , que corre atrás dos seus sonhos, dedicada, esforçada, se expressa bem através da palavra, empenhada em conseguir seus objetivos, ambiciosa, tem o controle da situação, obstinada, que usa do seu poder pessoal, que pode usar da sua força e esforço físico ou verbal para impor ou intimidar alguém, possuidora de uma força mental poderosa, forte espiritualmente e intuitiva.
Conselho: Não use da força, pondere as palavras pois existe um ditado que diz assim:-“ a língua é o chicote do corpo”, tenha cuidado e jeito para contornar as situações, tenha calma, tranquilidade, paciência, trabalhe o pensamento positivo, tenha jogo de cintura, saiba negociar, seja flexível, não use da manipulação, use a inteligência e disciplina para a busca de bons acordos e obterá assim melhores resultados.

11 comentários:

  1. Encantada, Beth Castro!

    Texto maravilhoso. Gratidão!

    _/\_

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  2. Emanuel foi um enorme prazer poder participar e tenho a você uma gratidão enorme de ter me proporcionado essa oportunidade. Muito obrigada de coração. Sucesso sempre a você por ser essa pessoa incrível e generosa. Bjs.


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  3. Magnifico texto. A cada blogagem aprendo um pouco mais. Parabéns!

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  4. Estou maravilhada, a cada texto eu adquiro mais conhecimemto!

    Obrigada à todos!

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