Lua Nova no Céu, fui assistir Lua Nova. Ouvi severas críticas à série, muitas vindas de mim mesmo, pela natureza dos vampiros que compõe o núcleo central da trama. Discuti esse aspecto em um artigo anterior, sobre Dracula. Não creio que eu vá parar de assistir até o fim da série, mas, nesse momento, não sei se poderei ler os livros, por uma questão de logística. Portanto, peço, de antemão, desculpas aos fãs, caso as minhas percepções diferenciem-se daquelas hauridas da leitura da série.
O filme, inspirado "fortemente" em Shakespeare (levando em consideração o gênero...) inicia-se com referências a Romeu e Julieta. O casal mais famoso de todos os tempos, cujo clímax trágico não retira o mérito do que foi vivenciado, talvez o amplie; todos os homens aspiram a Romeu (discuti a esse respeito sobre o Cavaleiro de Copas) como todas as mulheres a Julieta. Por mais que sejamos independentes, livres, um dia, nem que seja apenas esse único dia, desejamos, tão fortemente como a vida, alguém que nos pertença da mesma forma a que pertençamos a este alguém, de forma tal e tão intensamente, que nada, ninguém, coisa alguma e situação nenhuma possa ser maior que esse amor.
Em Romeu e Julieta, o sangue e o nome imperam; na série Crepúsculo, a natureza dos personagens. Uma humana, diferente dos demais. Um vampiro. Um lobisomem. Os Enamorados.
Bella, Isabella, Bells (trocadilho usado por Charlie, pai de Bella). Uma humana imune aos poderes vampíricos – mas não à sua força e sede de sangue. Naturalmente encara o mundo vampírico, a que deseja pertencer por amor (ou insanidade, ou juventude; however). Edward, um vampiro que detesta sua condição, a despeito dessa mesma condição ter permitido conhecê-la; e Jake, um lobisomem “recém-nascido”, ainda se adaptando à sua nova condição. Dois mundos que se cruzam, tendo por vórtice Bella. Dois inimigos que não se atacam, por amor a uma terceira.
Dúvida, insegurança, medo do futuro, medo das conseqüências – todos aspectos d’Os Enamorados, quando mal trabalhada sua essência. Porque, em essência, o Arcano VI fala do solve – processo alquímico de diferenciação das substâncias que antes eram Um. É preciso escolher, e escolher por si só representa uma evolução; é preciso seguir em frente, pois a indecisão é uma maldição mais potente que uma má escolha.
O aspecto da escolha fica claro desde o início da série, entre a mortalidade, vista como bênção, e a imortalidade, que aproximaria Bella de seu amado. Com a aproximação de Jake, um meio termo se cria, entre as possibilidades de viver o sobrenatural sem no entanto perder a natureza. Dúvida existencial um tanto quanto dura para uma jovem de 18 anos!
Mas o Arcano VI também disserta sobre o Amor em todas as suas formas. É a escolha de um Outro que não nós, um Outro que preencha a lacuna criada por nossas contradições e desejos, for a while, pelo menos...
Um último comentário: Lua Nova na lua nova, sincronicidade? Talvez não.
Eu prefiro o Livro, mas não acho que seja o melhor da série. Ainda não vi o filme, mas sinceramente prefiro mesmo o livro. rs
ResponderExcluirSou sempre contra adaptações para o cinema, alguma coisa sempre se perde.
Beijos daqui
Oi!
ResponderExcluirExiste uma adaptação para o cinema que foge à regra, que é a d'"O Perfume". Magnífico, livro e filme!
Não li ainda nenhum dos livros, pq me conheço... Se começar, tenho que ir até o fim!
Bjo!