Carruagem
Ancient Italian
Creio não existir nada mais prazeroso que viagens. Viagens são pacotes de surpresas esperando por nós em outros lugares. Pensando por esse lado, viajar é como procurar o presente de Natal ou o ovo de Páscoa, só que a alguns quilômetros de casa – e, definitivamente, sem nenhuma certeza de encontrar o que se procura, de fato.
Por isso o prazer em viajar. São outros sabores, outros odores, outros olhares, sensações diversas daquelas a que nos acomodamos, por comodismo ou por ausência de opção. Há quem faça da viagem uma fuga do conhecido, por isso. Qualquer coisa é melhor do que o que já se conhece.
Seis de Espadas
Universal Waite
Outros há que, por puro apelo futuro e falta de opção, fazem-se Ciganos de um mundo cujas porteiras foram levadas pelo vento. Em curvas e contracurvas rococós de possibilidades diversas, mergulham no desconhecido sem entender, exatamente, aonde é que esse mergulho vai dar – ou se terão oxigênio suficiente para voltar.
Há que se considerar também o detalhe: viagens são mais poderosas para marcar um corpo que uma tatuagem. Uma tatuagem ainda pode ser removida, mas uma vivência deixa marcas suavemente indeléveis em rostos, linhas de mão e destinos ilegíveis em nenhum lugar. Se previamente traçados, sabedeus; se futuramente alterar-se-ão, também.
E falando de mundos e linhas, viver também é uma viagem que terá um fim pelo menos nessa estrada que trilhamos. Que façamos proveito da passagem.
Abraços a todos.
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