terça-feira, 5 de junho de 2012

Viagens.


Carruagem
Ancient Italian

Creio não existir nada mais prazeroso que viagens. Viagens são pacotes de surpresas esperando por nós em outros lugares. Pensando por esse lado, viajar é como procurar o presente de Natal ou o ovo de Páscoa, só que a alguns quilômetros de casa – e, definitivamente, sem nenhuma certeza de encontrar o que se procura, de fato.
Por isso o prazer em viajar. São outros sabores, outros odores, outros olhares, sensações diversas daquelas a que nos acomodamos, por comodismo ou por ausência de opção. Há quem faça da viagem uma fuga do conhecido, por isso. Qualquer coisa é melhor do que o que já se conhece.
Seis de Espadas
Universal Waite

Outros há que, por puro apelo futuro e falta de opção, fazem-se Ciganos de um mundo cujas porteiras foram levadas pelo vento. Em curvas e contracurvas rococós de possibilidades diversas, mergulham no desconhecido sem entender, exatamente, aonde é que esse mergulho vai dar – ou se terão oxigênio suficiente para voltar.
Há que se considerar também o detalhe: viagens são mais poderosas para marcar um corpo que uma tatuagem. Uma tatuagem ainda pode ser removida, mas uma vivência deixa marcas suavemente indeléveis em rostos, linhas de mão e destinos ilegíveis em nenhum lugar. Se previamente traçados, sabedeus; se futuramente alterar-se-ão, também.
E falando de mundos e linhas, viver também é uma viagem que terá um fim pelo menos nessa estrada que trilhamos. Que façamos proveito da passagem.
Abraços a todos.

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