Lendo os comentários sobre o artigo de Dagomir Marquezi (aqui e aqui, indicados pelo mesmo Dagomir) sobre as atrocidades feitas com animais, sobretudo feitas com cães (sinceramente, prefiro não reproduzir, por me afetar sobremaneira o assunto), e revendo os conceitos sobre dieta que os artigos propõem, parei para pensar sobre algo que, se não é comum entre os cartomantes, é entre as pessoas religiosas (que podem muito bem ser cartomantes). O jejum.
Apesar de ser diretamente ligado à alimentação, o jejum pode ser extendido à privação momentânea de algo que consideramos agradável. O tempo deve ser, na medida do possível, pré-determinado, e deve haver uma intencionalidade no processo. Deve haver um fim preciso para iniciarmos um jejum com eficiência.
Algumas vezes experienciei o jejum de alimentos como uma forma de ampliar minha visão. No máximo pão e água. Mas não obtive bons resultados, esse não é o meu caminho, o da privação (poderíamos dividir a devoção em três grupos: os que se privam de algo momentâneo por dedicação à algo permanente, os Santos; os que não se contentam com os padrões pré-concebidos e buscam seus próprios referenciais através do conhecimento das possibilidades, os Magos; e aqueles que, entregues à Existência, experienciam em seu corpo as verdades do Espírito, os Bruxos. Cf. Shan: Mestra de muitos Covens, da autoria de J. L. Motta Paes).
Ainda assim acho válido quem se priva de alimentos muito condimentados e/ou carne vermelha para jogar. São alimentos fortes, e exigem do nosso organismo grande esforço e energia para serem devidamente assimilados. energia esta que se concentra nos três primeiros chackras, obstruindo a ascensão da energia para os demais, deixando a leitura por demais "crua", física.
Abdicar da carne para mim é uma opção pessoal, sobre a qual não creio ser objetivo deste blog opinar. Pessoas que eu respeito muito tem opiniões divergentes. Sonia Hirsch, por exemplo, que possui um conhecimento raro e precioso sobre os processos alimentares, se alimenta com carne. E tem boas razões para isso (Postado recentemente no site da autora: segunda feira sem carne). Pessoalmente eu também, mas o menos possível, o necessário para viver bem. Se me percebo comendo muita carne, sei que tem algo errado, um processo não assimilado pela minha personalidade, com o qual devo me deparar.
De qualquer forma, não aconselharia ninguém a jogar cartas em meio a um churrasco! A menos, claro, que seja um carteado, um poker, um truco... ^^
É uma energia de celebração sim, é uma energia de encontro sim, mas não é propício à elevação de aspectos sutis da consciência. Um chá, alguns biscoitinhos (a Márcia Frazão tem receitas ótimas!), mesmo um festim, um jantar, podem ser feitos com o objetivo de lançar mão das artes adivinhatórias; contudo, o cardápio deve ser o mais leve possível, com alimentos cozidos em água pura de fonte, pães integrais, frutos e legumes crus. O leite também é indicado. Sucos, vinho branco e saquê, em pequenas quantidades, já que a alteração da consciência se deverá às cartas, não à embriaguez.
Acredito que devemos ter respeito aos nossos alimentos, sejam quais forem suas fontes, e à função que os mesmos terão em nosso corpo. Da mesma forma, enquanto cartomantes, devemos ter cuidado com a nossa alimentação porque nosso corpo é o veículo que nos permite acessar as energias sutis que permitirão o pleno exercício de nossa Arte. Não é que as cartas mudarão de significado ou "acontecerá algo ruim". Possivelmente, o cansaço físico será maior, e desnecessário dizer, é extremamente desagradável encerrar uma consulta com a sensação de que fomos atropelados por um camelo.
Abraços a todos.
Eu não sou adepta de privações antes de abrir meu tapete para as pedrinhas que, atualmente, só saltam por vc.
ResponderExcluirA bem da verdade (minha verdade quero dizer) eu preciso me sentir plena para conseguir compreender as mensagens. Me privar de algo que me proporcione prazer, que me faz sentir inteira e em paz comigo mesma não tem o efeito desejado.
Mas creio ser exatamente como vc colocou no texto, cada pessoa exatamente o que pode elevar ou decair seus próprios padrões...