domingo, 31 de janeiro de 2010

Alimentação e Cartomancia: o Jejum

Lendo os comentários sobre o artigo de Dagomir Marquezi  (aqui e aqui, indicados pelo mesmo Dagomir) sobre as atrocidades feitas com animais, sobretudo feitas com cães (sinceramente, prefiro não reproduzir, por me afetar sobremaneira o assunto), e revendo os conceitos sobre dieta que os artigos propõem, parei para pensar sobre algo que, se não é comum entre os cartomantes, é entre as pessoas religiosas (que podem muito bem ser cartomantes). O jejum.
Apesar de ser diretamente ligado à alimentação, o jejum pode ser extendido à privação momentânea de algo que consideramos agradável. O tempo deve ser, na medida do possível, pré-determinado, e deve haver uma intencionalidade no processo. Deve haver um fim preciso para iniciarmos um jejum com eficiência.


Algumas vezes experienciei o jejum de alimentos como uma forma de ampliar minha visão. No máximo pão e água. Mas não obtive bons resultados, esse não é o meu caminho, o da privação (poderíamos dividir a devoção em três grupos: os que se privam de algo momentâneo por dedicação à algo permanente, os Santos; os que não se contentam com os padrões pré-concebidos e buscam seus próprios referenciais através do conhecimento das possibilidades, os Magos; e aqueles que, entregues à Existência, experienciam em seu corpo as verdades do Espírito, os Bruxos. Cf. Shan: Mestra de muitos Covens, da autoria de J. L. Motta Paes).
Ainda assim acho válido quem se priva de alimentos muito condimentados e/ou carne vermelha para jogar. São alimentos fortes, e exigem do nosso organismo grande esforço e energia para serem devidamente assimilados. energia esta que se concentra nos três primeiros chackras, obstruindo a ascensão da energia para os demais, deixando a leitura por demais "crua", física.
Abdicar da carne para mim é uma opção pessoal, sobre a qual não creio ser objetivo deste blog opinar. Pessoas que eu respeito muito tem opiniões divergentes. Sonia Hirsch, por exemplo, que possui um conhecimento raro e precioso sobre os processos alimentares, se alimenta com carne. E tem boas razões para isso (Postado recentemente no site da autora: segunda feira sem carne). Pessoalmente eu também, mas o menos possível, o necessário para viver bem. Se me percebo comendo muita carne, sei que tem algo errado, um processo não assimilado pela minha personalidade, com o qual devo me deparar.
De qualquer forma, não aconselharia ninguém a jogar cartas em meio a um churrasco! A menos, claro, que seja um carteado, um poker, um truco... ^^
É uma energia de celebração sim, é uma energia de encontro sim, mas não é propício à elevação de aspectos sutis da consciência. Um chá, alguns biscoitinhos (a Márcia Frazão tem receitas ótimas!), mesmo um festim, um jantar, podem ser feitos com o objetivo de lançar mão das artes adivinhatórias; contudo, o cardápio deve ser o mais leve possível, com alimentos cozidos em água pura de fonte, pães integrais, frutos e legumes crus. O leite também é indicado. Sucos, vinho branco e saquê, em pequenas quantidades, já que a alteração da consciência se deverá às cartas, não à embriaguez.
Acredito que devemos ter respeito aos nossos alimentos, sejam quais forem suas fontes, e à função que os mesmos terão em nosso corpo. Da mesma forma, enquanto cartomantes, devemos ter cuidado com a nossa alimentação porque nosso corpo é o veículo que nos permite acessar as energias sutis que permitirão o pleno exercício de nossa Arte. Não é que as cartas mudarão de significado ou "acontecerá algo ruim". Possivelmente, o cansaço físico será maior, e desnecessário dizer, é extremamente desagradável encerrar uma consulta com a sensação de que fomos atropelados por um camelo.
Abraços a todos. 

Um comentário:

  1. Eu não sou adepta de privações antes de abrir meu tapete para as pedrinhas que, atualmente, só saltam por vc.
    A bem da verdade (minha verdade quero dizer) eu preciso me sentir plena para conseguir compreender as mensagens. Me privar de algo que me proporcione prazer, que me faz sentir inteira e em paz comigo mesma não tem o efeito desejado.
    Mas creio ser exatamente como vc colocou no texto, cada pessoa exatamente o que pode elevar ou decair seus próprios padrões...

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Quando um monólogo se torna diálogo...