terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os Tarôs de Marselha da Editora Pensamento

Tal como um verdadeiro Mutus Liber, o Tarô não veio acompanhado de normas ou dogmas, para ser utilizado obrigatoriamente deste ou daquele modo; todas as regras que hoje conhecemos foram inventadas posteriormente. Portanto, as normas e regras de utilização que lemos e ouvimos, as afirmações do que é certo ou errado, devem ser compreendidas de modo muito relativo e flexível. Os verdadeiros autores do Tarô, aqueles que sabiam do que se tratava, permaneceram anônimos e sem palavras. Ninguém, hoje em dia, pode se arvorar como autoridade para falar em nomes dos mestres originais. 

O Tarot permance um desafio em aberto. O que podemos fazer é nos associarmos para tentar decifrar os ensinamentos que se ocultam sob o conjunto das 78 cartas. E para fugir aos erros da subjetividade, nada melhor que trabalhar em grupo, partilhar, colocar à prova nossas reflexões. É esse o propósito do Clube do Tarô.

Olá pessoal. O Tarô de Marselha foi, entre as décadas de 1980 e 1990, o baralho mais acessível aqui no Brasil e formador da maior parte dos cartomantes, justamente por seu preço e disponibilidade frente às iniciativas importadas. Além disso, o baralho foi alvo de estudos que o "hermetizaram" e "esoterizaram" a um nível que agradava tanto os pesquisadores do Oculto quanto os interessados na Cartomancia de viés prático, voltada para as questões do cotidiano. Eram as mesmas imagens, com potencial interpretativo que beirava um horizonte.
Hoje, quase trinta anos depois e com um acesso muito maior a baralhos de outras estirpes, vejo o Marselha sendo, pouco a pouco, suplantado em comentários pelo Rider-Waite e pelos transculturais. Creio que esse súbito desinteresse se deu pela dificuldade em interpretar as cartas numeradas do Marseille com a facilidade proposta pelos baralhos inspirados em Waite, com palavras-chave e ilustrações que guiavam o olhar na interpretação. Mas, é certo, com o tempo as imagens que funcionariam como first steps passam a ser limitadoras das possibilidades interpretativas. Eu tenho apreço pelo padrão clássico por isso.  
Mas a origem do nosso interesse pelo Tarô provém, em grande parte, pela existência de estudos sobre esse baralho ter sido tão grande, como a de Carlos Godo, que referenciamos aqui.

O Louco
Marseille Grimauld

Como toda história tem dois lados, alguns problemas decorreram dos estudos serem muito mais iconográficos que históricos. O padrão Grimauld se instalou, levando os pesquisadores a estudarem com afinco as cores e formas de cada imagem, gerando padrões interpretativos complexos para além dos conceitos próprios de cada uma das cartas. Isso dava a cada detalhe da imagem característica de Universo. Uma pintura de Pollock em cada microanálise. Contudo, outros baralhos, também marselheses, eram tidos como "errados", como se o padrão Grimauld fosse o único certo.
Então, com as devidas ressalvas - não existem Marseilles errados, só diferentes - o padrão Grimauld é um dos mais agradáveis em minha opinião, justamente pelas imagens bem desenhadas e rachuradas, em relação às demais versões. 

O Louco
Marseille Conver

Comparemos com o Antigo Tarô de Marselha, de Nicholas Conver, de 1760. Aqui, as imagens eram coloridas à mão, o que acrescia cores às já utilizadas azul, vermelho, verde, preto, amarelo e carnação. O baralho foi inicialmente publicado pela Lo Scarabeo e atualmente é editado no país pela Pensamento. O traço é basicamente o mesmo, as cores não. Mas isso não impede que os mesmos voos interpretativos dados com o padrão Grimauld sejam dados com o padrão Conver.

Louco
Jean Payen

Queria apontar aqui também uma versão que teve grande peso na minha formação, já que foi meu primeiro baralho de Tarô: a versão de Jean Payen. O colorido dessas cartas é mais escuro, com preponderância do preto e, por isso, ao me deparar com os estudos sobre o Tarô de Marselha, me assustei um bocado com a perspectiva de estar usando um baralho errado quando, na verdade, eu tinha em mãos um baralho histórico. Os 22 Arcanos Maiores desse baralho estão disponíveis pela COPAG do Brasil.


E, para começarmos bem o ano, começamos com promoção! A Editora Pensamento disponibilizou para os leitores do Conversas Cartomânticas um exemplar do Tarô de Marselha de Carlos Godo, acompanhado do baralho de 78 cartas. Para participar, é muito simples: 
- Seja seguidor do Conversas Cartomânticas
- Deixe um comentário nessa postagem, com seu nome completo e e-mail para contato.
O sorteio será feito pelo site Random.org, no dia 20 de março. Alguém entrará o Ano Novo Astrológico de baralho novo! :)
Abraços a todos.

25 comentários:

  1. Oi, Emanuel!
    Adorei a promoção! Tenho alguns tarôs, mas está faltando o Tarô de Marselha, então gostaria muito de ganhá-lo.Obrigada pela promoção.Estou participando e torcendo.Bjos

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  2. Nome: Lilian Guedes
    email: lee.guedes@gmail.com

    Muito obrigada!

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  3. É meu, é meu ,é meu!

    Michele R. Serinolli

    lilithstrega@gmail.com

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  4. Nossa! Quanta informação e história. Também quero!
    Silvia A. Saccheto
    email: silviasaccheto@gmail.com

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  5. Nome: Osvaldo R Feres
    E-mail: osvaldo.feres@gmail.com

    Abraços

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  6. Também me falta esse na coleção!

    Catharina Klie Dupont

    katklie2@gmail.com

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  7. Adorei a promoçao!!!

    Nome: Angela Cristina R Silva
    email: bernardes.d@gmail.com

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  8. eu quero....

    ana julia cristina silva de sousa
    anajulia067@gmail.com

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  9. Eu queroooooooooooooow!

    Carlos Everaldino Souza Deiró Filho

    everaldino@live.com

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  10. Oba!!!!Eu querooooooo.
    Vanessa Gois
    vanessa.siog@hotmail.com

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  11. Emanuel, querido!
    Não é para ganhar tarô que eu sou sua seguidora, você sabe né?!
    Mas se a Roda quiser girar a meu favor, lá vai:
    edylucca@gmail.com

    um beijão
    Edy De Lucca

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  12. To dentro!!!
    Roselene Badari

    ro.badari@hotmail.com

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  13. excelente matéria! tbm falta este taro em minha coleção!
    Renan Tremendani

    renancatimbo@hotmail.com

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  14. Bárbara Mançanares

    barbara.manzanares@gmail.com

    =)

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  15. Emanuel,
    super importante esse esclarecimento que tu fez sobre o Marselha! Eu sou suspeita, porque foi com ele que iniciei meus estudos. E, mesmo hoje possuindo outros baralhos, é a ele que me reporto!
    Um beijo!

    Raquel Silva Cantagalli
    raquel.taro@gmail.com

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  16. Emanuel sempre nos despertando mais e mais para o "outro" mundo!!!

    Tamires Sacardo Lico
    e-mail: tamiressacardo@yahoo.com.br

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  17. opa Emanuel!!! To na área....
    Patricia Farias
    fariaspatti@gmail.com.

    A matéria está show, aprendi a ler com um marselha e acho que é a melhor coisa, evita desvios de interpretação para o iniciante!

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  18. Manuuuuuu!

    Iony Ming
    ionyming@hotmail.com


    Beijos de brigadeiro!

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  19. OPA OPA OPA...TO DENTRO TB...
    rainha.rocha@gmail.com

    Eu sigo vc pq seu blog é muitoooooo bom!!! Estou sempre aprendendo com ele!

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  20. Emanuel,concorrendo!!!

    Antônio de Oliveira

    a2009original@bol.com.br

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  21. Opaaa, eu quero, hein Emanuel!

    Nome: Leonardo Richard Ferraz Vaz de Carvalho
    E-mail: leo6_sunknight@hotmail.com

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  22. Eu quero muuuuuuito!

    Nome: Igor Luiz Rodrigues Freire
    E-mail: igor_rodrigues16@msn.com

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  23. Quero muito *.*

    Nome: Milena
    Seguidor: DivertLetras
    divertletras@hotmail.com

    beijokas!

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  24. Muito legal a postagem Emanuel... Os mais antigos certamente ficaram saudosistas, de uma época difícil, de pouca literatura, sem internet, baralhos importados (a não ser que algum amigo trouxesse de fora), mas havia mais poesia, soluções criativas para essas dificuldades, cafés ou noitadas discutindo as possibilidades interpretativas... As opções eram o Marselha ou o adivinhatório com todo um cabedal de informações que mais confundiam que esclareciam...rss. Mas seguramente esse era o encanto, não havia frases feitas, interpretações em série, palavras chaves... Arcanos menores envolviam certo raciocínio e que levava a um processo intuitivo natural, nada de figuras com interpretações fechadas ou fatalistas... E nada contra White, Crowley ou os filhos destes, pelo contrário, aprecio-os muito, acho linda a arte... Apenas retornei aos velhos tempos, onde tarô era simplesmente tarô, tarólogos simplesmente tarólogos, desbravando águas desconhecidas, sem mapas, sem bússolas, espírito aventureiro, amizades e diversão na busca do transcendente e do mistério do Ser.

    Grande abraço!!!

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    1. Acho que essa é a parte divertida, hoje. Nós temos acesso à literatura e aos baralhos, ok; mas um pouquinho de reflexão e comprometimento com as próprias lâminas nos levam tão mais longe!

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Quando um monólogo se torna diálogo...